tô lascada!

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Pov Marina:

Novamente um silêncio paira no carro e o meu irmão me olha sempre que pode, parece preocupado.
Eu tenho medo do que ele pode fazer com o Vitor, o meu irmão é muito impulsivo.
Ter raiva do Vitor, não significa que eu queira que ele se machuque.
— Marina...
O meu irmão me chama.
— Oi?
— Me desculpa, sério. Não passou pela minha cabeça que o Vitor poderia fazer isso com você, é culpa minha. Eu não deveria ter deixado ele te levar.
– Lucas...
Eu falo, mas ele me interrompe.
— Não, eu deveria te proteger! Sou o seu irmão mais velho.
Ele diz triste.
E eu fico com pena, o Lucas confia muito nas pessoas, é uma característica dele e que eu admiro muito.
— Você não tem culpa nisso, relaxa.
Eu digo para o acalmar.
— Eu não deveria ter te mandado sair de casa.
Ele diz rapidamente, quase não entendo.
— É!
Eu confirmo.
— E os nossos pais?
Eu pergunto em um tom preocupado.
— Eu paguei uma viagem pra eles...
— Por que?
— Porque eu queria dar a festa, seria impossível com eles lá...
Ele suspira e completa a frase.
— Mas me arrependo.
— Que bom que se arrepende.
Eu digo em um sorriso e o meu irmão retribui, é bom estarmos nos dando bem finalmente.
E então chegamos em casa.
— Marina.
Meu irmão me chama novamente e eu o olho.
— Que foi?
— Aquele cara o...
— Kaike?
Eu pergunto, certa de que ele estava falando dele.
— Sim, isso. Você gosta dele? Porque eu acho que ele tá afim de você.
— Hum? Por que acha isso?
— Sei lá, ele parecia um bobão falando de você. Parecia apaixonado, sem contar tudo o que ele fez por você.
Meu irmão diz sorrindo e eu fico sem graça.
— Nós nos conhecemos a pouco tempo.
Eu digo tímida.
— Acho que vocês combinam, e eu ficaria aliviado se você namorasse alguém que eu sei que cuidaria de você. Ele é bacana.
Depois de dizer estas coisas, que me deixam pensativa, ele sai do carro.
E eu fico pensando sobre o que ele me disse. Será que o Kaike gosta mesmo de mim?
E então eu percebo um sorriso inconsciente se formar em meus lábios. Tô lascada.
Eu pego o meu telefone e ligo para o Kaike e ele atende rapidamente. Ai não! o que eu tô fazendo?
— Marina? Aconteceu alguma coisa?
Ele diz em um tom preocupado e eu solto uma risadinha, que eu não consegui segurar.
— Tô bem, sim!
— Ah, que alívio. Você parece estar bem feliz, posso saber o motivo?
— Hum, melhor não.
Eu digo tímida.
— E por quê?
— Porque... Hum, deixa.
Ele ri.
— Tá me ligando por que?
— Ah! É que...
Eu dou uma risada nervosa.
— Eu me resolvi com o meu irmão.

Claro que tô feliz por me dar bem com o meu irmão, mas esse não é o motivo da ligação, na verdade nem eu sei por que eu liguei.

— Ahh, claro. Que bom! Fico feliz. É por isso o bom humor?
Ele pareceu chateado.

— Não, o bom humor é porque tô falando com você.

De onde veio essa coragem?
O Kaike fica em silêncio por um tempo e depois volta a falar.

— Marina, não fala essas coisas pra mim.
Ele ri timidamente.

— Mas é a verdade. E eu nem sei por que te liguei, acho que só quis ouvir a tua voz. Tô com saudades já! A gente podia marcar de se ver, né?

Eu falo sem pensar. Não acredito que falei isso pra ele.

— Nossa, você é bastante sincera.
Ele ri e eu fico com vergonha.

— Desculpa...
Eu falo envergonhada.

— Imagina, eu também sinto a mesma coisa... Você quer sair quando?
— Agora.
— Agora?
— É, eu quero te ver agora.
Ele gargalha.
Falei algo errado?
— Calma aí! Não é assim que funciona.
— E como é então?
— A gente marca um dia e um horário, tem que escolher um lugar ainda.
Eu suspiro
— Ah! Você vai ignorar o meu " quero te ver agora"?
—  Não tô ignorando, só não quero que seja de qualquer jeito.
— Por mim pode ser de qualquer jeito... eu só quero te ver, Kaike.
— Já falei pra parar de me dizer esse tipo de coisa.
Ele fala nervosamente.
— E por quê eu pararia? É a verdade.
— Porque eu vou me apaixonar por você.
Ele fala irritado.

Ficamos em silêncio.

— Desculpa, mas isso só me incentiva a continuar Kaike.
Eu falo indignada.
— Marina...
— É sério!
— Marina, você acabou de terminar e... A gente se conhece a pouquíssimo tempo.
— Eu sei! Mas eu não ligo.
Ele ri.
— Você deve tá confusa... muita coisa aconteceu com você, é melhor você pensar nisso.
— Já pensei.
— Como você é teimosa!
— Ás 20 horas, o meu irmão vai me levar aí na tua casa e a gente vai sair. Tchau.
Eu desliguei a chamada, antes que ele pudesse recusar.
Nenhum homem conseguiu me deixar nesse estado, eu não posso fingir que não sinto nada.
Só quero deixar claro os meus sentimentos, nada além disso.

Notas:
Não esqueçam de avaliar e comentar, a paz.

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