libertação

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Limpo rapidamente o meu rosto, antes que percebam.

Do jeito que a Miriam é distraída, foi fácil, mas acho que o Kaike notou.

Ele não para de me olhar. Mas tenho certeza de que ele não vai me perguntar nada, pois ele quer distância.

O meu namorado me dá um abraço lateral, enquanto conversa com eles. Já eu, apenas um sorriso, estou ressentida ainda... olho ao meu redor e vejo que o evento já vai começar e então me animo.

- Gente! Olha!

Aponto para o altar, onde acaba de subir o pregador do dia.

Eu e a Miriam nos olhamos com um sorriso de orelha a orelha, e então pego o meu telefone para gravar.

O Vitor parece meio perdido, ele não o conhece.

- Quero uma foto com ele.

Diz a minha amiga, muito eufórica.

- Ai! Será que a gente consegue?

- Impossível! Não com essa gente toda aqui.

O kaike diz, como se tivesse acabado de "pensar alto".

- Linda, quem é esse?

- VOCÊ NÃO CONHECE?

A Miriam fala, parecendo uma doida, me assustou um pouco.

Ela arregala os olhos e encara Vitor.

- Credo, você é maluca.

Dou uma bela gargalhada, com o comentário do Vitor.

- Vitinho, ele é um pregador famoso. Depois te mostro.

- Ah, entendi.

Ele diz acariciando os meus ombros, amo quando ele é carinhoso.

Inconscientemente, olho para o Kaike, ele não me parece confortável, o que há com ele?

- Pode se sentar, igreja!

Ao ouvir essas palavras, instantaneamente nos sentamos. Graças a mim, os dois têm lugar para sentar.

- Não vão me agradecer?

- Ué, por quê?

Minha amiga me pergunta, confusa.

- Vocês só estão sentados por minha causa...

- Hum, verdade. Obrigada.

Ela cutuca o Kaike, para que ele me agradeça.

Mas ele só acena com a cabeça, com um sorriso falso.

Eu não entendo.

Chateada com essa péssima interação com ele, recosto a minha cabeça no ombro do Vitor, isso costumava me acalmar.

- Linda, eu não estou entendendo nada, do que esse cara tá falando?

Dou uma risada sincera.

- Calma, presta atenção.

- Acabei de receber uma revelação de Deus.

Diz o pregador, e ele continua:

- Há aqui um homem, com espírito de vício!

Meu namorado estufa o peito e ergue a cabeça.

- O que foi? Tá tudo bem?

Ele me olha, mas não responde, ele volta a atenção para o pastor.

- Eu não vou insistir, preciso que você levante a mão, esse é o momento pra você se libertar. Chega de bebedeira. Esse espírito precisa sair.

Enquanto o pregador diz aquelas palavras, o meu namorado parece estar fora de si.

Cutuco o Kaike.

- Acho que o Vitor tá passando mal, você pode ajudar?

Digo receosa.

O Kaike me olha pensativo, mas acaba concordando, e vai até o Vitor.

- Cara, você tá bem?

O Vitor coloca as mãos na cabeça e olha para o chão. Ele está com um semblante triste.

Coloco as minhas mãos na cabeça dele e ele levanta, como se tivesse levado um choque.

- Vou tomar um ar.

Quando ele ia sair, Miriam segura o braço dele.

- Você precisa levantar a mão!

Ela fala com firmeza.

- O quê?

- Não se faz! Você sabe que o pregador chamou por você.

O Vitor nega com a cabeça e se solta do braço dela, e ele sai em direção a porta.

- Vitor!

Eu o chamo e vou rapidamente atrás dele.

- Vitinho, espera!

Eu o seguro.

- É para isso que eu vim?

Ele diz, irado, o seu tom de voz me assusta e eu choro.

Ele segura a minha mão e me arrasta para fora do evento.

- Vamos embora!

Ele diz bravo.

- Mas...

- Chega Marina!

Ele grita e coloca rapidamente o capacete em mim.

- O que tá acontecendo?

De repente, o Kaike chega e isso me alivia, eu estou assustada com o Vitor, ele não é assim.

- Cara, isso não tem nada a ver com você. Volta lá pra dentro.

O Vitor diz indignado.

O Kaike me analisa.

- Não precisa de toda essa raiva. Ninguém foi rude com você.

O kaike tenta apaziguar a situação.

- Ah, claro! Devem tá achando que estou endemoniado, ou sei lá, o que essa crentalhada acha. Eu só quero ir embora, e levarei a minha namorada junto. Preciso da sua autorização?

- Você interpretou mal.

Ele faz um sinal para que eu fique quieta.

E eu obedeço, para não piorar a situação, mas cruzo os braços, como um protesto.

- Esse evento tem tudo pra ser ótimo pra você, Vitor. Não precisa fazer algo que você não quer. Você sabe como funciona.

O Kaike diz calmamente.

O meu namorado o encara e fica pensativo.

- Prefiro ir embora, cara.

Meu namorado diz enquanto coloca o capacete.

- Poxa, Vitor! Você me prometeu.

Esperei tanto por esse evento.

Digo choramingando.

Mas ele me ignora e me puxa para a moto.

Subo com ele, irritada.

E então ele dirige rapidamente em direção a minha casa.

Quando chegamos na faixada da minha casa, posso ouvir um som muito alto e pessoas saindo e entrando da minha residência.

Olho para o meu namorado, confusa, mas ele não me parece confuso com nada. Isso é coisa dos dois, meu irmão e ele.

- O que tá havendo?

- Não sei...

- Você sabe! Por isso, queria ir embora de todo jeito?

Ele me olha desacreditado.

Autora:

Agradeço a todos! Até o próximo capítulo. Não esqueçam de avaliar.


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