E você é?

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Pov Marina:

— Filha...
O meu pai diz tristemente.
— Por favor, pai. Me deixa sozinha.
Ele afirma com a cabeça e logo sai do quarto.
Estou em pedaços, não sei o que fazer e como lidar com os meus sentimentos. Me sinto esgotada! talvez de tanto chorar, ou de tanta dor, de repente, sem nenhum aviso prévio.
Olho para os céus e questiono a Deus mentalmente.
Por que tudo isso está acontecendo?
  Por que o Senhor não me livrou de tamanha dor?
Coloco as mãos nos olhos, enxugando as lágrimas. Sem saber o que fazer, eu ligo para a Miriam.
Ela não me atende...
Eu não queria incomodar o Kaike, com os meus problemas, novamente.
Eu poderia conversar com a minha mãe, mas isso tudo a chocaria, vou deixar que o meu pai conte.
Queria ouvir algo espiritual, que me edificasse, nesse momento.
Suspiro, pensando em diversas possibilidades, mas todas acabavam comigo ligando para o Kaike.
Ah, Jesus.
Sem pensar muito, ligo para o Kaike, que me atende na hora.
— Oi, E aí? Tá ansiosa pro encontro?
Com essa loucura aqui em casa, me esqueci do que havia combinado com ele. Me sinto pior e começo a chorar intensamente. Ele deve me achar louca.
— Ei, ei! O que tá acontecendo?
Ele diz preocupado.
— O meu pai expulsou o Lucas de casa, não sei o que fazer, tá tudo péssimo.
— Meu Deus! Você tá em casa agora?
— Tô... Me ajuda, Kaike. Eu não sei o que fazer.
Eu digo desesperada. Nesse momento, ele é o meu único refúgio e apoio.
Ele não fala nada, mas posso ouvir a sua respiração.
— Kaike?
Eu o chamo chorosa.
— Sim! Me fala onde você mora.
Limpo as minhas lágrimas e envio a localização.
Eu suspiro, chateada por ter enfiado ele na minha confusão.
— Me desculpa!
— Nada disso. Não tem porquê se desculpar. Estou indo aí, fica pronta.
Ele desliga a chamada.
Me levanto e me olho no espelho, não gostando nada do que vejo.
Estou inchada, de tanto choro.
Me dedico a ficar apresentável, não quero que ele leve um susto e saia correndo daqui.
Lavo o meu rosto, hidrato minha pele e visto uma roupa despojada.
Um vestido soltinho, a baixo do joelho e um tênis. Um look confortável, esse é o meu estilo.
Faço um penteado simples e corro para fora de casa. Não consigo ficar mais em meu quarto, sem pensar em meu irmão.
Me direciono para faixada da minha casa e fico atenta, olhando de um lado para o outro.
Suspiro, esperando por ele, então sinto um toque em minhas costas.
Olho para trás e vejo a última pessoa que eu queria ver nesse momento, o Vitor.
Ele me olha com um olhar tristonho, sua fisionomia cansada, me prova que ele não dormiu muito bem essa noite.
— Oi.
Ele diz friamente.
Eu não o respondo, viro para o outro lado novamente, atenta esperando pelo Kaike.
— Não vai me responder?
Eu suspiro, com essa frase.
Mas continuo de costas para ele.
— Mari, me perdoa. Eu estava fora de mim, não era eu naquela noite, você sabe! JAMAIS te faria qualquer mal. Eu te amo.

Com essa última frase, ele ganha a minha atenção.
E então eu olho novamente para ele, mas dessa vez não sinto nada.
Não sinto nada de bom olhando para ele, e agora eu posso perceber.
O que eu sentia por ele, eram só borboletas e nada mais. Uma coisa infantil, de menina.
Eu tinha essa paixonite por ele, desde a infância, e ela não evoluiu.
Gostei dele como uma adolescente imatura.
— E eu não te amo, me deixa em paz.
Eu cuspo estas palavras rapidamente.
E ele ri.
— Como assim, não me ama? Entendo que está irritada, mas duvido que seja sério.
— Eu não brinco com essas coisas, Vitor. Por sua causa, minha vida está de ponta a cabeça. Fui uma tola de ter caído no seu papo furado.

Vejo ele se irritar com as minhas palavras e então se aproxima mais de mim.

— Peço distância, por favor.
Digo apavorada.
E então dou passos pra trás, para manter a distância.
— Não me ama?
Ele diz de uma forma ameaçadora, que me deixa arrepiada de medo. Ele parece brincar comigo, como um gato faz com o rato, antes de o devorar.

— Não!
Eu respondo tentando parecer confiante.
— Já tem outro?
Ele fala indignado.
— Não confunde as coisas.
Eu digo desconfortável.
— Você é minha, Marina. Somos feitos um para o outro. Você pode tentar com quem for, não vai dar certo. Você vai voltar pra mim.

Ele fala tranquilamente, como se
tivesse a certeza.

Eu nego com a cabeça.

— Você está enganado. Acabou por aqui.
— Você me ama! Você me disse ontem, não pode ter mudado tão rápido.
— Eu nunca te amei. Essa é a verdade, eu estava confusa.
— Não, eu não acredito!

Ele pega em minha mão.

— Vamos conseguir vencer isso juntos. Tudo bem?
Ele fala baixinho, como se quisesse me consolar.
E então logo me abraça apertado.
Rapidamente eu o empurro.
— Você não vai mais entrar na minha cabeça, Vitor. Chega de manipulações.

Ele ri travesso.

— Agora virei manipulador? Quem que está botando estas ideias na tua cabeça, o kaike? Ele quer nos separar, não percebe?
Ele fica com aquelas mentiras, dizendo que sonhou com você. É tudo mentira! Pode confiar em mim. Eu te amo muito, antes dele.
Eu errei ontem, não vai mais acontecer. Se me der uma chance, eu posso provar pra você.

Eu suspiro, cansada, de tanta informação .

— Ai, para. Por favor.
Eu digo esgotada.

— É apenas a verdade, sei que não gosta de mentiras.

— Sim, eu não minto. Não gosto de você! E não te quero por perto. Respeite isso.
Eu falo angustiada.

— Marina! Você está enganando a si mesma.

Suspiro estressada com a situação.
E então, graças a Deus, posso ver o carro do Kaike vindo em nossa direção.
Ele estaciona em frente a nós e sai do carro rapidamente.

— O que tá havendo aqui?
O Kaike diz irado.

— Estou falando com a minha namorada, você não tem nada a ver com isso.
O Vitor diz cheio de si.

— Não temos nada para falar, Vitor.

Rapidamente eu vou em direção ao Kaike.

— Vamos, por favor.
Digo segurando o braço do Kaike, que está quase saindo do controle.

— Marina, você não vai entrar nesse carro com ele.
O Vitor diz bufando como um touro.
E então o Kaike vai até ele.
— Ela vai entrar! Mas o que me intriga, é o que você pretende fazer. E aí? Vai fazer o que?

Vejo os dois se encarando e logo intervenho, puxando o Kaike.

— Pelo amor de Deus, não tem necessidade disso. Já está tudo resolvido e esclarecido.

— Não está! Porque tô achando que ele não entendeu ainda.
O Kaike diz provocando o Vitor.

— Eu entendi muito bem! Você é um mentiroso oportunista.
O Vitor diz enraivecido.

— Já chega, vocês não vão discutir em frente a minha casa. Isso tá ridículo.
Eu digo estressada.

— Marina, ele não é para você.
O Vitor diz esperançoso e logo o Kaike ri.

— E você é?
O Kaike diz, me fazendo rir.

E então de repente a porta da minha casa se abre, e posso ver o meu pai, com uma expressão brava em seu rosto.

Notaas:
Em breve mais.

O meu diário secreto para Deus- ROMANCE CRISTÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora