!!!!esse capítulo pode conter gatilhos para sensíveis!!!!
Marceline lembrava daquele dia com detalhes, e vê-lo acontecer de novo fazia um deja-vu parecer fichinha.
Seu padrasto levará ela para ver o irmão e a mãe no hospital, Marceline tinha passado um tempo na casa da tia até que sua mãe pudesse ir pra casa. Tia Amy, ela amava a tia Amy. Marceline entrou no quarto do hospital e sua mãe estava na cama vendo o jornal que passava na TV e abriu um sorriso quando viu aquela pequena Marcy de nove anos de idade, Marceline sorriu de volta e correu para lhe dar um abraço.
- Ô, meu amor. Mamãe tava com saudade.
- Eu também tava, mãe.- Disse sentindo aquele carinho que só sua mãe tinha.
- Vem cá, vem.- ela sentou Marceline na cama e esperou seu padrasto trazer aquela coisinha minúscula para mostrar pra Marceline- Esse é seu irmãozinho, Michael.
Mike era um bebê pequeno, muito pequeno, usava uma roupinha verde claro e branca e dormia sem nenhuma chupeta.
- Quer segurar ele?- David perguntou a Marceline, essa que só negou com a cabeça freneticamente-... tudo bem, eu não julgo, fiquei com medo também. É estranho um ser humano tão pequeno, né?
- Acho que sim...
O tempo avançou para quando Mike tinha umas duas semanas. Ela não tinha segurado ele nos braços, honestamente, era só mais uma pecinha naquela casa de quebra-cabeça não montado. Ela não gostava dele, não sentia empatia, não sentia nada.
Ela estava sentada no sofá enquanto sua mãe acalmava Mike no tapete. Mike começou a choramingar um pouco, não era comum, ele só chorava com sono ou fome, não chorava muito, mas ainda assim dava trabalho.
- Marcy, fica aqui de olho enquanto eu vou buscar a mamadeira pra o seu irmão.- sua mãe pediu do jeitinho que Marceline não conseguia recusar.
- Tá...- Ela se sentou no tapete e ficou encarando Mike. Sua mãe fez o gesto para colocá-lo em seu colo e ela se afastou- põe ele na caminha- era uma cadeira de descanso para bebês com alguns brinquedos, mas Marcy chamava de caminha.
Liz olhou com um olhar que Marceline nunca ia esquecer... parecia pena. E assim colocou Mike na cadeira.
Quando sua mãe saiu Mike parou de choramingar e ficou apenas encarando Marceline e fazendo aqueles grunhidos de bebê. Marceline encostou o dedo indicador na mãozinha minúscula daquele treco minúsculo ele apertou e deu um sorriso manso.
(Você começou a gostar do seu irmão esse dia?)
(Não... ele só passou a existir.)
Agora a memoria era de um dia que eles iam sair para comer e passear. Eles estavam se arrumando na cama de casal no quarto de sua mãe, ela fazia um penteado fofo no cabelo de Marceline enquanto Mike com pouco mais de um mês de vida estava tomando uma mamadeira com David.
- Você dá um banho no Mike enquanto eu arrumo a Line?- Sua mãe perguntou, Marcy amava quando sua mãe a chamava de Line.
- Claro. Vamos tomar banho, Mikey?!- David disse e Mike começou a rir pela animação do pai. Mas logo o seu celular tocou, ele olhou mas ainda do lado de Mike- É minha mãe, calma aí. Alô. Oi mãe.
O telefone estava meio alto, então dava pra escutar tudo que a mãe dele falava.
- David! Depois que virou pai esqueceu que tem mãe, é? Não me liga, não manda mensagem. Eu falei pra tua irmã: "Ó, se teu irmão vier no meu enterro não deixa ele encostar porque ele não me deu atenção em vida!".
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jardim das almas
RandomMarceline e Mike se encontram perdidos em uma floresta, e vão depender de Dorothy e Anthony, dois nativos, para voltar para casa. mas será que eles são confiáveis? uma história inspirada em "o segredo além do jardim" e pode conter gatilhos para sen...