Capítulo 1

65 9 58
                                    

Nessa manhã o jovem Willow optou por desobedecer seu pai e sua sábia decisão o levou seguir o pai Josef e seu irmão Charles, que entraram na mata para caçar, pois já estava mais do que na hora de seu filho mais velho se tornar homem e de certa forma o pequeno se ofendeu, além de não ter sido convidado, foi proibido de ir junto, não insistiu mais que o necessário para perceber que não obteria nenhum resultado quanto a mudança de decisão, então como um esquilo sorrateiro entrou na mata com o plano de apenas observar a caçada, já que não ousaria desrespeitar as ordens do seu pai, o que lhe causaria grandes problemas.

Mas o Willow não pode imaginar que se esconder entre um arbusto perto de seu irmão armado, não seria uma boa ideia e foi exatamente quando o menino se mexeu entre as moitas, que o sagaz Charles teve certeza que ouviu um animal e não pensou duas vezes e carregou seu dedo no gatilho, os berros estridentes de Willow, logo entregaram toda situação e Josef e o rapaz se apressaram para acudir o pequeno, Charles estava em febre só de pensar no quão tinha sido imprudente, mas como havia de saber que não era um animal? Como Willow pode ser tão tolo? Tudo que fazia agora era orar mentalmente, clamando para que seu irmão caçula não morresse, pelo menos não hoje e não pelas suas próprias mãos, nesse momento enquanto Josef corria com seu filho nos braços, de volta para casa, em busca do cavalo para levá-lo a curandeira do vilarejo, Charles via tanto sangue cobrir o corpo do irmão, que perdoou instantâneamente todas as suas traquinagens e malfeitorias.

A curandeira do vilarejo era uma jovem filha dos Collins, que absorveu todo conhecimento não só dos livros, mas também da vivência com sua avó, a parteira mais famosa entre os vilarejos vizinhos, realizava tantos partos consecutivos sem mortalidades que inclusive foi acusada algumas vezes de bruxaria, mas nunca foi encontrado prova alguma de que esse rumor fosse verdadeiro, para que a levassem à fogueira, a senhora Fletcher morreu mesmo, após atingir idade avançada e de forma súbita falecer pela doença do lado.

***

-

Grace, acorde!! Querida. -. A jovem acorda em um salto assustada.

-O que foi mãe? - Retruca em tom irritado.
-É o Willow filha, dos Coopers, ele está ferido.- Alarmada pela notícia Grace levanta imediatamente, veste com agilidade uma roupa mais apropriada e vai atender aos Coopers.

Quando se depara com o pai do menino, segurando-o nos braços, o pobre Willow todo ensanguentado e o irmão aflito. A situação gera uma agitação em seu corpo, que Grace não pode manifestar externamente, uma grande preocupação. Já havia cuidado de muitos ferimentos antes, mas nunca ferimento a bala, apenas tinha visto a avó fazer isso, não é com frequência que ela se sente tão abalada assim, talvez por Willow ser muito novo ou por ter conhecido os Coopers, principalmente o Josef que sempre foi um grande amigo de seu pai e era um ótimo escambista, ela também conhecia o irmão mais velho Charles que brincava com Grace quando eram menores e se lembrou de como se divertiam, com qualquer coisa que encontravam no campo, um simples graveto se tornava um remo e uma longa casca de árvore um barco e juntos eram os aventureiros, mas hoje a expressão de Charles era dolorosa, com seus olhos marejados de lágrimas direcionados à Grace, a jovem teve a sensação que ele tentava encontrar algo em sua face que significasse uma fagulha de esperança.

Josef não estava diferente, o seu desespero era tanto, que falhava sua voz quando ele tentava dizer.

-P p por favor! Salve o meu menino, Grace.

Ela não podia fraquejar, era a única em Lilac Gale que poderia ajudar, o médico mais próximo do vilarejo estava a mais de 7 horas a cavalo daqui e Willow não resistiria tanto.

Grace toma postura e diz para Josef.

-Traga ele aqui. - Mostra o caminho abrindo uma porta e tirando os frascos de ervas de cima da mesa.

Lilac Gale (Uma história de amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora