Capítulo 11

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Uma semana depois …

Augustus já se recuperando novamente e Grace se sentia aliviada, eles estavam mais próximos. Após acordar descobriram que ele havia confundido os frascos da mesa de Grace, que já tinha se livrado do frasco na mesma noite que tudo aconteceu. A verdade era que a curandeira mantinha esse frasco porque em pequenas doses e diluído, a planta tinha um efeito medicinal. Mas após todo incidente, não quis mais saber de ter por perto de suas outras ervas, um veneno.

Porém nesse mesmo dia a tarde, Gus entra abaixo do piso de madeira. Um soldado vem cobrar os impostos atrasados do pai de Grace e então ao ouvir o relinchar de um cavalo perto da propriedade e ver o soldado. Ela escondeu Gus rapidamente. A casa tinha uma entrada por fora da casa, para baixo do assoalho.

Os soldados reais vinham com certa frequência acompanhar os contadores de impostos, mas aquele soldado estava sozinho.
Adentrou na propriedade e na casa dos Collins, seus passos ecoando no chão de madeira, fazia as mãos dela suar. O olhar dele passava pela casa como se analisasse algo, explicou o motivo de sua vinda, confirmando o Grace já havia imaginado, impostos atrasados.

Ela já ia explicar que o pai iria voltar em alguns instantes, porém antes disso notou que o homem manteve o olhar fixo e cenho franzido observando um casaco vermelho, que pousava sob a mesa do quarto de atendimento de Grace. O coração dela disparou.

–O que faz com uma farda militar em sua mesa?
– E-eu...eu encontrei no campo enquanto estava caminhando um dia desses.

–Ah, é mesmo? – disse o homem semicerrando os olhos e se aproximando mais de Grace. – E porque você guardaria em sua casa?

Grace não pensou em outra opção senão parecer com uma jovem tola apaixonada, aquilo era ridículo, mas era por Gus.
– A questão é que... Eu gosto muito de como os soldados se vestem e eu gostaria de ter como recordação. – disse tentando parecer convincente, mas sentia o suor saindo dos seus poros.

O soldado começa a se aproximar lentamente de Grace com um sorriso maléfico no rosto.
– Ah, é mesmo querida?

Gus incomodado com o rumo da situação tenta levantar a tábua, para intervir,  mas ela pisa forte sob as tábuas.

– Que barulho é esse? – pergunta o soldado desconfiado.

– Ah, deve ser meu pai, no celeiro.

– Entendo, então está sozinha em casa?
–É, bom…– Grace nervosa tenta pensar em algo para dizer.
– Uma moça tão linda como você, não deveria estar sozinha. – Ele fala próximo de Grace, alisando uma mexa solta do cabelo dela.

Grace sente o asco daquelas palavras e dá um tapa afastando aquelas mão imundas.
– Tire as mãos de mim. – ele grita revoltada. – E trate de esperar pelo meu pai, lá fora.

Augustus, consegue apenas ouvir  gritos ferozes do soldado, mas não consegue ouvir as palavras, tenta se esgueirar o mais rápido que pode por baixo das tábuas do piso, onde estava o conflito, tenta ver entre os vãos, mas cai poeira em seus olhos. Ele escutar estrondos de mobília se quebrando e sente que precisa fazer algo. Sem nem se importar com a gravidade dos seus ferimentos no momento. Encontra uma luz lá lateral do sob solo da casa e consegue sair. Entra na casa e agarra o homem que está sob Grace tentando imobilizar seus braços. Grace está com os cabelos bagunçados e um rosto vermelho de ódio.

O soldado revida com um soco no rosto de Augustus e eles começam a brigar. Gus furioso, nem sequer sente mais seus ferimentos e acerta um soco no maldito homem  e o derruba no chão. O soldado tenta sacar a arma.
Grace estava desesperada, ela tenta encontrar algo que possa usar para atacar o soldado. Eles lutam pelo revólver, ambos no chão, ambos com ódio nos olhos.
Quando ela crava os olhos em vaso de flor, ouve o disparo de um tiro e o som das batidas do coração tomavam seus ouvidos, ela sentia pulsar até as pontas dos seus dedos.

Lilac Gale (Uma história de amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora