MARC ESTÁ ACORDADO NA CAMA, O CALOR OPRESSIVO DA NOITE DE VERÃO PASSANDO SOBRE ELE. Apesar da presença da namorada ao seu lado, ele ainda sentia uma sensação palpável de saudade. Ele se aproximou, esperando o calor do abraço dela, mas ela permaneceu resolutamente distante.
Seu coração afundou quando ele percebeu que ela não queria abraçá-lo. O calor, o desconforto – tudo isso era demais para ela. Ele não podia culpá-la; afinal, ela passou inúmeras noites sem dormir por causa da necessidade insistente de proximidade dele.
Com o coração pesado, Marc resignou-se à realidade da situação. Ele se virou, tentando mascarar a decepção que o atormentava por dentro. Mesmo que ela estivesse ali, a distância entre eles parecia intransponível.
Enquanto ele estava ali deitado, olhando para o teto na penumbra do quarto, uma onda de solidão tomou conta dele. Ele sentia falta da intimidade que uma vez compartilharam, do simples ato de se abraçarem durante a noite. O calor do verão como uma barreira inflexível, a conexão entre eles parecia vacilar.
Mas ela estava deitada de lado na cama, imóvel, o lençol fino mal a cobrindo enquanto procurava refúgio do calor. O coração de Marc doeu de desejo enquanto a observava, sabendo que sua incapacidade de abraçar não era por relutância ou indiferença, mas simplesmente uma concessão às temperaturas sufocantes de Barcelona que os envolviam.
"Por favor."
Ele sussurrou, estendendo a mão para ela, sua voz era um apelo desesperado na escuridão.
"Eu não consigo dormir sem você ao meu lado. Apenas durma sem o cobertor, querida."
"Mmm, está muito quente." Sua voz murmurou do outro lado da cama, quase inaudível acima do zumbido do ventilador.
Ele suspirou profundamente, sentindo o peso da solidão cair sobre ele como uma colcha pesada. Não foi apenas o desconforto físico que o atormentou; foi a ausência de seu calor, de sua presença, que o deixou se sentindo incompleto.
Na escuridão da noite, seus pensamentos se voltaram para ela, para o modo como sua risada dançava como música no ar e para a suavidade de seu toque que poderia aliviar até as feridas mais profundas.
Mas esta noite, não havia consolo nas lembranças. Tudo o que ele queria era ela ao seu lado, seu corpo pressionado contra o dele, compartilhando a intimidade e o conforto que só o abraço de um amante poderia proporcionar. No entanto, ele sabia da futilidade de seus desejos. As noites de verão eram implacáveis, as temperaturas subindo a alturas insuportáveis que tornavam o abraço uma tarefa impossível.
Marc sentiu uma pontada de decepção. Ele entendeu a relutância dela; afinal, ele estava bem ciente de como o calor de seu corpo parecia aumentar nos meses de verão. Mas ainda assim, a dor pela sua proximidade persistia, um anseio físico que parecia impossível de ignorar.
"Querida, por favor." Ele implorou, sua voz tingida de desespero. "Não consigo dormir sem você. Preciso de você aqui comigo."
Depois do que pareceu uma eternidade de silêncio, Marc sentiu uma mudança no ar ao seu lado. Ele se virou e viu a silhueta de sua namorada se aproximando, o braço dela tentando envolvê-lo em um abraço hesitante.
Uma onda de alívio o inundou quando o calor dela o envolveu, e ele se aninhou em seu abraço com gratidão. Mas antes que ele pudesse relaxar completamente, a voz provocante dela cortou a quietude.
"Seu bebezão." Ela sussurrou, com um tom brincalhão em seu tom. "Você me deve muito por isso."
Marc não pôde deixar de rir de seu golpe brincalhão, grato por sua disposição em deixar de lado seu desconforto por causa dele. "Eu vou compensar você." Ele prometeu, dando um beijo em sua bochecha.
Ela respondeu com um olhar fingido, mas os cantos de seus lábios se contraíram com diversão reprimida. "É melhor mesmo." Ela avisou, seus dedos traçando círculos preguiçosos nas costas dele.
"E nada de roncar, ou vou te chutar para o sofá."
Uma risada silenciosa saiu de sua garganta, fazendo-a sentir seu peito vibrar enquanto seu namorado ria.
Ele riu baixinho, o som se misturando ao suave zumbido do ventilador. "Feito." Ele concordou, apertando a mão dela na sua.
O atacante é rápido em atraí-la para seus braços que aguardam há pelo menos meia hora pelo peso confortável de sua garota. Ficando feliz por finalmente ter convencido seu amor a se aconchegar em seu corpo quente.
"Não sei o que é." Murmurou Marc, sua voz pouco mais que um sussurro. "Mas simplesmente não consigo me contentar sem você."
Os dedos de sua namorada traçavam padrões suaves em suas costas enquanto ela ouvia, sua presença era um peso reconfortante ao lado dele na escuridão. Marc suspirou, o peso de sua inquietação pressionando-o como um cobertor pesado.
"Eu me viro a noite toda."
Ele continuou, suas palavras tingidas de frustração.
"É como se meu corpo soubesse que você não está aqui e simplesmente não conseguisse relaxar."
Ela apertou a mão dele suavemente, um gesto silencioso de compreensão. Marc se aproximou mais, buscando consolo no calor de seu toque.
"Obrigado." Ele murmurou, dando um beijo em seu pescoço. "Eu não sei o que faria sem você."
A risada de sua namorada encheu a sala, uma melodia que afugentou as sombras de suas preocupações. "Você nunca terá que descobrir." Ela assegurou, puxando-o para mais perto até que seus corações batessem em sincronia.