Era uma noite tranquila em Barcelona. Você estava em casa, esperando Pablo Gavi voltar depois de um longo dia de treino. Estava ansiosa para vê-lo, como sempre, mas havia algo diferente nos últimos dias. Algo no comportamento dele não parecia certo. Ele estava mais calado, distante, como se estivesse com algo na cabeça, mas evitava falar sobre isso.
Quando a porta se abriu, você ouviu o som dos passos pesados de Gavi. Ele entrou na sala, o rosto cansado e um pouco sombrio, apesar de tentar disfarçar. Ele te deu um beijo na testa e jogou a mochila no chão antes de se sentar no sofá ao seu lado.
“Como foi o treino?” Você perguntou com um sorriso suave, tentando aliviar o clima pesado que parecia segui-lo.
“Foi... normal.” Ele respondeu, mas não olhou diretamente para você, o que já era um sinal de que algo estava errado.
Você o observou por um momento, notando o jeito que ele mantinha as mãos entrelaçadas no colo, a tensão nos ombros e o olhar distante. Ele sempre foi tão dedicado ao futebol, mas sabia que, quando algo o incomodava, ele se fechava. E isso estava começando a te preocupar.
“Gavi, o que está acontecendo?” Você perguntou, tocando levemente no braço dele. “Você tem estado tão distante esses dias.”
Ele soltou um suspiro pesado, finalmente virando o olhar para você. Seus olhos estavam mais escuros, cheios de uma mistura de sentimentos que ele parecia estar segurando por algum tempo.
“É só... complicado.” Ele disse, como se estivesse procurando as palavras certas. “Eu... eu tenho pensado muito sobre nós.”
Seu coração deu um salto no peito. Essas palavras geralmente não precedem uma boa conversa. “Pensando sobre nós? O que quer dizer com isso?” Você perguntou, com a voz levemente trêmula.
Ele passou a mão pelos cabelos, nervoso, antes de continuar. “Eu... eu tenho me sentido inseguro. Sobre o nosso relacionamento. Sobre mim.”
Você piscou, surpresa com a confissão. Pablo Gavi, sempre tão confiante em campo, nunca parecia ser o tipo de pessoa que deixaria a insegurança afetá-lo dessa maneira. “Inseguro? Mas por quê? O que te fez sentir assim?”
Ele abaixou a cabeça por um momento, respirando fundo antes de falar. “É só... Eu te vejo, e você é incrível, sabe? Você é inteligente, bonita, tem tantos amigos... Eu me pergunto se eu sou suficiente pra você. Se você... se você realmente quer estar comigo.”
Seu coração se apertou ao ouvir aquilo. Ver o homem que você amava, alguém que sempre demonstrava tanta força e determinação, se questionar desse jeito era doloroso. Você sabia que, por trás da figura pública do jovem jogador de futebol, havia um garoto que, às vezes, ainda lutava com suas próprias dúvidas e medos.
“Gavi...” Você começou, mas ele te interrompeu, como se precisasse tirar tudo de dentro antes que perdesse a coragem.
“É que, às vezes, eu sinto que você merece alguém melhor. Alguém que pode te dar mais tempo, alguém que não esteja sempre tão ocupado com o futebol. Eu sei que eu não estou sempre presente, e isso me mata. Eu tenho medo de que um dia você perceba que... que pode ser mais feliz com outra pessoa.”
O silêncio que se seguiu foi quase ensurdecedor. Você sentiu a dor dele, e sabia que precisava fazer algo para aliviar aquele peso que ele estava carregando. Você segurou a mão dele com firmeza, fazendo com que ele finalmente olhasse para você.
“Pablo, eu estou com você porque eu te amo.” Você disse, sua voz firme, mas cheia de emoção. “Eu não estou com você porque você é um jogador famoso ou porque você é sempre perfeito. Estou com você porque você é a pessoa com quem eu quero estar. Seus horários podem ser difíceis, mas isso não muda o que eu sinto.”
Ele te olhou nos olhos, a insegurança ainda presente, mas agora misturada com um toque de esperança.
“Eu sei que a sua carreira exige muito de você, e eu aceito isso. Eu sempre soube que seria assim. Mas eu não trocaria o que temos por nada. E você é suficiente, Gavi. Você é mais do que suficiente.”
Você se aproximou dele, segurando seu rosto com as duas mãos, obrigando-o a te encarar diretamente. “Se eu quisesse outra pessoa, eu não estaria aqui, com você. Você é tudo o que eu quero. E eu estou disposta a enfrentar o que for necessário para que a gente fique junto.”
Ele respirou fundo, fechando os olhos por um momento enquanto absorvia suas palavras. “Eu só... tenho tanto medo de te perder.” Ele murmurou, a voz baixa e cheia de vulnerabilidade.
Você beijou suavemente os lábios dele, tentando transmitir todo o amor e a segurança que ele precisava. Quando se afastou, sussurrou: “Você não vai me perder. Não se eu puder evitar.”
Gavi envolveu seus braços ao redor de você, puxando-a para mais perto, como se precisasse sentir sua presença, como se isso fosse a única coisa que pudesse acalmar suas inseguranças. Vocês ficaram assim por um tempo, em silêncio, mas o silêncio dessa vez era reconfortante, um sinal de que ele estava começando a acreditar no que você dizia.
“Eu nunca quis que você se sentisse assim.” Você disse, com a cabeça encostada no peito dele. “Se eu pudesse, eu estaria com você o tempo todo, mas sei que seu sonho é importante. Eu só quero que você saiba que eu vou estar aqui, sempre que precisar.”
Ele passou os dedos pelos seus cabelos, o toque gentil e carinhoso. “Obrigado.” Ele sussurrou. “Obrigado por sempre me entender, por estar aqui.”
Vocês permaneceram juntos, deitados no sofá, o calor do corpo dele te envolvendo e criando uma sensação de segurança mútua. Aquele momento, embora difícil, foi necessário para fortalecer o que vocês tinham. Gavi precisava entender que, apesar das inseguranças e da agenda apertada, o amor de vocês era forte o suficiente para superar qualquer obstáculo.
A noite seguiu tranquila, e com o passar do tempo, você sentiu Gavi relaxar mais, as tensões lentamente desaparecendo enquanto ele abraçava a ideia de que ele era, de fato, o único que você queria.
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