capitulo 8

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Os dias na empresa foram se ajeitando gradualmente e, com dedicação e habilidades de liderança, eu comecei a ver os frutos do meu trabalho refletidos no sucesso da equipe. Em casa, a rotina também estava se estabilizando; as caixas haviam sido desfeitas, os móveis posicionados, e a casa começava a sentir-se mais como lar.

Porém, naquele sábado, a manhã havia amanhecido ensolarada. Então, decidi sair para fazer algumas compras em um mercado que ficava a algumas ruas de minha casa, já que havia algumas semanas que eu tinha voltado e ainda não havia feito uma compra decente. Enquanto caminhava pelas ruas movimentadas, meus pensamentos vagavam entre a lista de compras e as tarefas do dia.

De repente, esbarrei em alguém, interrompendo meus pensamentos. Ao olhar para cima, vi um rosto familiar. Seungmin estava parado diante de mim com uma expressão de surpresa igualmente estampada no rosto. Ele não havia mudado nada, continuava com o mesmo rosto dócil, talvez um pouco mais cansado, porém mesmo assim belo, como eu ainda me lembrava.

— B-Bangchan? — Seungmin gaguejou, os olhos arregalados de surpresa.

— Seungmin! — respondi com os olhos brilhando com uma mistura de choque e alegria. Nós nos entreolhamos por um momento, processando a surpresa do reencontro.

Depois de um instante, recuperei-me o suficiente para dar um passo à frente e envolver Seungmin em um abraço caloroso.

— Como você está? O que tem feito todos esses anos?

Afastei-me o suficiente para olhar em seus olhos como se temesse que ele desaparecesse.

— Eu estou bem, ocupado com o trabalho principalmente — respondeu Seungmin, sorrindo timidamente. — E você? Como tem sido a vida?

— Eu estou bem, na correria do trabalho como sempre, principalmente agora que voltei para a Coreia com meu filho para assumir os negócios da família — disse, explicando brevemente sobre o trabalho na empresa e como havia me estabelecido na nova casa. Enquanto falava, notei como era fácil estar perto de Seungmin, como se o tempo não tivesse passado.

Continuamos conversando, relembrando memórias do passado e compartilhando histórias recentes. O mercado movimentado ao redor parecia desaparecer enquanto nos perdíamos na conversa.

Quando finalmente percebemos que havíamos passado horas ali, sugeri que poderíamos tomar um café juntos para continuar a conversa. Seungmin concordou animadamente e, após concluirmos nossas compras, seguimos para um café nas proximidades.

Enquanto saboreávamos nossos cafés, continuamos a conversar, relembrando velhas piadas.

— Você continuou aqui depois de tudo o que aconteceu? — perguntei, temendo um pouco a resposta.

— Sim, foi difícil no primeiro ano, mas depois foi se tornando mais fácil até que encontrei alguém que me fez esquecer tudo por alguns anos e me deu um novo significado para viver, que é a minha filha Lunna — ele disse. — E você, para onde foi? Nunca mais tive notícias suas, e seus amigos não sabiam por onde você andava.

— Fui para a Austrália. Cortei contato com os meus amigos daqui depois de alguns meses, pois tudo me lembrava você. Foi difícil, porém conheci pessoas legais lá, me envolvi com outras pessoas e, mesmo assim, não era a mesma coisa. Ainda faltava algo, até que, por um descuido, acabei engravidando uma garota que sumiu após dar à luz ao Suho.

— Suho? Esse nome não é estranho — disse Seungmin, pensativo, pegando o celular e procurando alguma coisa. — Esse Suho? — perguntou, virando o celular em minha direção e me mostrando a foto de uma menina jovem com uma aparência encantadora e cativante, de cabelos escuros, que podem variar entre tons de castanho e preto, olhos bem expressivos, com sobrancelhas bem definidas que adicionam um toque de intensidade ao seu olhar. Um sorriso encantador, caloroso e acolhedor. Sua estatura é média, com uma postura elegante e confiante. Com ela estava Suho, com seus belos cabelos escuros cheios de cachinhos, com seu sorriso encantador que deixava em evidência suas covinhas, que dão um charme ainda maior, um olhar expressivo e quente, porém ainda dócil, e com sua postura impecável que transmite um ar de confiança.

— Esse mesmo. Calma, você é pai da Lunna?

— Sim. Por quê?

— Cara, que destino louco — disse rindo. — Ela e o Suho são amigos há anos e, bem, a aparência e o jeitinho dela me lembravam alguém.

— Uma vez eu ouvi de um amigo que, se as pessoas estão predestinadas a se encontrar, o destino vai traçar o caminho delas novamente.

— E eu disse antes de partir que, se fosse para ser você, a gente iria se encontrar de novo.

— Channie, não fala essas coisas — ele disse, colocando as mãos no rosto, o que, se me lembro bem, é sinal de que ele está envergonhado.

— Ah, Minie, não precisa ficar com vergonha.

Ele levantou o rosto das mãos e olhou nos meus olhos, dizendo:

— Você ainda se lembra disso?

— Claro, Minie.

Depois disso, ficamos ali conversando por horas, até que o sol começou a se pôr no horizonte, e eu percebi que aquele reencontro tinha sido um presente do destino. Senti-me grato por ter a chance de me reconectar com Seungmin e ansioso para ver o que o futuro reservava para nós.

Por nossos filhosOnde histórias criam vida. Descubra agora