capitulo 11

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Estava na cozinha há alguns minutos preparando algumas coisas para o jantar quando ouvi a porta de entrada sendo aberta e alguns latidos que eu já sabia serem de Berry, dando sinal de que Hannah havia chegado. Logo ouvi sua voz me chamando.

— Chris!

— Na cozinha! — respondi, ouvindo seus passos se aproximando, seguidos pelas patas de Berry.

— Hey! — disse ela, dando-me um abraço. Abaixei-me para falar com o cachorro. — Hey, garotão, como você está? — perguntei, fazendo carinho nele antes de me levantar para continuar a preparar as coisas.

— E aí, me conta essa história direito.

— O que você quer saber exatamente? — perguntei, já imaginando qual seria o assunto.

— Que história é essa de você sair e encontrar o Seungmin? Como foi? O que aconteceu? — disparou ela, e eu dei uma leve risada com seu desespero.

— Não ria, Channie, estou apenas curiosa. Faz tempo que vocês não se veem.

Coloquei a faca na bancada e me virei para ela, percebendo o brilho de curiosidade em seus olhos. Berry, sempre atento, deitou-se ao lado de Hannah, observando cada movimento meu.

— Bom, você sabe como eu estava nervoso com essa reunião. Faziam anos que não nos víamos, desde que eu me mudei para a Austrália. Mas, quando nos encontramos, foi como se o tempo não tivesse passado. Ele estava exatamente como eu lembrava, mas também diferente, de uma forma difícil de explicar.

— E aí? Como foi o papo? — Hannah me incentivou, inclinando-se para frente.

— Foi ótimo. Falamos sobre tudo o que aconteceu nesses anos. Falamos sobre o trabalho, a mudança, as coisas que a gente aprende, sobre nós, Berry... Ele perguntou muito sobre você, aliás.

— Sério? — questionou ela, surpresa.

— Claro, ele disse que não tem visto você desde que tudo aconteceu, que tudo que sabe sobre você é pelas suas redes sociais.

— Realmente faz anos que não o vejo. Ele era um bom rapaz.

— Sim, ele era e parece que nada mudou.

Hannah sorriu, satisfeita com a informação. Berry deu uma leve abanada de cauda, como se entendesse que estava sendo mencionado.

— E vocês planejam se ver mais vezes agora?

— Sim, queremos retomar o contato. Acho que ambos sentimos falta dessa amizade. Sabe, é engraçado como às vezes a vida nos afasta das pessoas, mas quando elas voltam, a conexão ainda está lá.

— Fico feliz por vocês, Chris. Eu sei o quanto ele significou para você. — Hannah disse, com um tom genuíno de alegria.

— Sim, significa muito. — respondi, voltando a cortar os legumes. — Só tenho receio de como nossos pais vão reagir a isso. Mesmo com tanto tempo, tenho medo de como pode ser a reação deles, principalmente da nossa mãe. Ela era a que parecia mais contra.

— Vai dar tudo certo. Mamãe parece ter se conformado com a sua sexualidade, principalmente depois da faculdade. Você deu um trabalho até começar a namorar a Rebeca.

— Nem me lembre da época de faculdade. Estava revoltado porque não podia ficar com a pessoa que eu realmente amava, então acabei saindo e pegando geral, sem nem me preocupar com o que nosso pai poderia fazer ou com o que mamãe se importava. Até que conheci Rebeca. Eu não a amava de verdade e era pra ser um caso de apenas uma noite, mas ela engravidou. Não namoramos de verdade, eu só disse isso pro estrago ser menor.

— Nossa, eu não sabia.

— Ninguém sabia, Hannah. Eu não culpo Rebeca pelo que aconteceu, eu fui irresponsável naquela noite e assumi minha irresponsabilidade. Suho é o amor da minha vida. — Enquanto dizia isso, ouvi a porta se abrir novamente e logo Berry se levantou com o barulho, indo em direção à porta. — Vamos mudar de assunto. Outro dia te explico melhor essa história. Melhor não falar sobre isso com ele por perto. — Vi ela concordar. — E você, como foi seu dia?

— Ah, a rotina de sempre, mas foi bom. Senti sua falta. — ela disse, aproximando-se e dando um beijo leve na minha bochecha.

Sorri, sentindo-me agradecido por ter Hannah e Berry ao meu lado, e por reencontrar um velho amigo que sempre teve um lugar especial no meu coração. A vida parecia estar se alinhando de uma forma bonita, e eu não podia estar mais feliz.

— Pai, tia — Suho chamou.

— Na cozinha, filho — disse, logo vendo-o chegar. — O jantar está quase pronto, vai tomar um banho que logo te chamo pra comer. — Ele assentiu, abraçando a tia e logo indo em direção ao andar de cima.

— Eles crescem tão rápido — Hannah disse, vindo para o meu lado. — Deixa eu te ajudar, assim terminamos mais rápido.

Por nossos filhosOnde histórias criam vida. Descubra agora