capitulo 10

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Assim que me despedi de Seungmin e entrei no carro voltando para casa, me senti bem nostálgico. Toda aquela conversa sobre as boas memórias e sobre as crianças me fez relaxar um pouco e esquecer todo o caos que foram as últimas semanas no trabalho e em casa. As lembranças das nossas aventuras na infância, das brincadeiras no parque e das risadas sinceras trouxeram uma sensação de conforto. Era como se, por um momento, todas as preocupações tivessem desaparecido.

Os dias recentes tinham sido uma verdadeira montanha-russa. Desde a nossa volta para a Coreia, tentar equilibrar a vida profissional com os ajustes da nova rotina foi desafiador. No entanto, lentamente, as coisas começaram a se ajeitar. A nossa casa finalmente estava com cara de lar, e a rotina estava menos caótica, proporcionando pequenos momentos de paz e reflexão.

Quando cheguei em casa, notei como o sol começava a se pôr, tingindo o céu com tons alaranjados e rosados. Era um espetáculo tranquilo e acolhedor, um contraste bem-vindo ao ritmo acelerado do meu cotidiano.

Descarreguei as compras do carro, levando as coisas até a cozinha, e a sensação das alças nas mãos era quase um ritual, um lembrete da normalidade que eu tanto precisava.

Comecei a arrumar as compras em seus devidos lugares. Coloquei os legumes na gaveta da geladeira, alinhei os enlatados na despensa e, no fim, cada item no seu devido lugar me dava uma estranha sensação de controle e ordem, algo que eu andava buscando desesperadamente nos últimos tempos.

Depois de organizar tudo, fui para o escritório. Aquele simples lugar era meu refúgio. Sentei-me na cadeira e liguei o computador, preparando-me para mais algumas horas de trabalho. Enquanto esperava Suho voltar para casa, o silêncio da casa era interrompido apenas pelo som suave das teclas sendo pressionadas. Era um momento de produtividade tranquila, uma rara combinação de concentração e paz.

Olhei pela janela, vendo as luzes da cidade começarem a brilhar à medida que a noite caía. Pensar em Suho podendo sair livremente, sem preocupação, para a faculdade ou apenas para um rolê com os novos amigos, e podendo ser apenas um jovem garoto de 16 anos, me dava uma sensação de conforto. Nosso reencontro no fim do dia, por mais breve que as vezes fosse, sempre trazia uma nova energia e renovava as esperanças para o dia seguinte.

Fechei os olhos por um instante, respirando fundo, e deixei que a nostalgia das conversas com Seungmin e de estar perto da família continuasse a me envolver. Era bom lembrar que, apesar dos desafios, havia sempre um lugar seguro nas memórias e nas pessoas que amamos. E, naquele momento, esperando Suho, senti que, aos poucos, tudo estava voltando ao seu devido lugar.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo meu celular vibrando em cima da mesa, então logo o peguei, abrindo as mensagens.

MENSAGENS

Hannah:
Irmãozinho, tá em casa?

Hannah:
Ei, tá ocupado?

Hannah:
Não deu sinal de vida hoje o dia todo. Estive aí cedo e encontrei Suho saindo com aquela amiga dele. Acho que eles têm alguma coisa, porém isso não vem ao caso agora.

Hannah:
Suho disse que você saiu pra fazer compras e encontrou com Seungmin e aparentemente tinham ido a um café. Quero saber de tudo.

Eu:
Oi Hannah, tô em casa sim. Estava trabalhando um pouco enquanto espero Suho voltar. Estava indo preparar o jantar agora, quer vir pra cá?

Eu:
Sim, eu realmente encontrei com ele no mercado. Vem pra cá que eu te conto tudo.

Hannah:
Abre a porta que tô chegando aí em alguns minutos, irmãozinho. Quero saber a fofoca toda.

Assim que ela respondeu, eu bloqueei o celular e desci em direção à cozinha, passando apenas na sala para abrir a porta para quando Hannah chegasse.

Por nossos filhosOnde histórias criam vida. Descubra agora