capitulo 16

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Cheguei na Coreia e fui para casa deixar minhas coisas e tomar um banho antes de ir ao parque encontrar Seungmin. Quando entrei em casa, notei que estava vazia e, ao olhar no relógio, percebi que ele já deveria estar na faculdade. Isso era bom, pois assim não precisaria explicar muito para onde estava indo, já que queria conversar com Seungmin antes de ter essa conversa com ele.

Assim que cheguei ao parque, Seungmin já estava lá.

— Oi — disse meio tímido ao me aproximar. — Desculpa a demora, passei na cafeteria para comprar um café para nós — falei, entregando o café.

— Oi, não precisava, mas obrigada.

— Sabe, eu vim o caminho todo pensando em como seria essa conversa e tentando encontrar as melhores palavras para de fato explicar tudo o que eu sentia e sinto.

— Eu entendo, vim assim também.

— Talvez eu estivesse mentindo quando te disse que tudo estava ótimo nos últimos anos. Na verdade, foi um caos. Eu sentia a sua falta.

— Eu pensei em mil maneiras de como te achar, Channie. Mas nenhum de seus amigos aqui parecia saber onde você estava, nem seus pais diziam a eles para onde você foi.

— Eles tiraram todos os meus contatos da Coreia com medo de eu ter alguma forma de contato com você. Nesses anos, eu criei tanto caos que eles se acostumaram com a situação. Virei o filho rebelde e só dei sossego depois que engravidei a Rebeca.

— Falando nela — disse ele, pensativo — o que houve com ela? Por que ela não veio com vocês?

— Rebeca sumiu pouco depois doSuho fazer um ano. Eu tinha deixado ele na escolinha e, quando cheguei em casa com ele naquele dia, encontrei um bilhete na cozinha que dizia: "Sinto muito, isso nunca foi o que eu quis viver. Vocês vão encontrar alguém melhor do que eu."

— Eu sinto muito.

— Não sinta. Eu não a amava de verdade, estava com ela só pelo Suho.

— Passei por quase a mesma coisa com a mãe da Lunna, porém Mirae foi pior. Ela nos deixou logo após o nascimento da Lunna.

— Sinto muito — disse abaixando a cabeça. — Porém, não é sobre isso que eu queria falar.

— Desviamos muito do assunto, né?

— Só um pouco, haha — falei, rindo e olhando para ele. — Senti sua falta, Minie, de verdade.

— Eu também, Channie.

— Depois de algumas doses, perguntei aos meus amigos se valia a pena te ligar e pedir para voltar.

— Eles te chamaram de louco?

— Sim, mas entenderam depois que contei a história e disseram: "Só vai atrás da sua felicidade, cara." — Disse e vi ele suspirar. — Só queria fazer as coisas diferentes agora. Éramos jovens e imaturos naquela época, e o maior problema era nossos pais. Agora somos adultos.

— Eu sei, Channie, quero fazer isso também, mas penso nas crianças.

— Eu entendo e, na viagem para cá, fiquei pensando nisso. Para o Suho, minha sexualidade nunca foi um segredo, porque... bem, é uma história engraçada — disse rindo. — Lembra daquela foto que tiramos uma vez?

— A da árvore?

— Essa mesmo. Ela ficava dentro de um álbum meu, numa caixa que a Hannah havia levado pra mim em uma de suas viagens para a Austrália. Estávamos vendo aquelas fotos e ele viu essa e perguntou quem era. A Hannah disse que era um ex-namorado meu — falei rindo ao lembrar daquele dia.

— Não acredito nisso, hahahaha — Seungmin disse rindo junto. — Quando eu contei para a Lunna foi quando ela tinha uns 11 ou 12 anos e viu duas mulheres de mãos dadas. Aí eu contei que elas eram namoradas e que era normal, e que eu, por exemplo, já havia me relacionado com homens antes da mãe dela.

— E ela reagiu bem?

— Melhor do que eu esperava.

— Suho também. Não temos o que nos preocupar, Minie. Eles vão reagir bem. Então deixa eu te mostrar que posso te fazer feliz dessa vez — disse, parando na frente dele. — Não estou te pedindo em namoro, não ainda. É só uma chance de fazer tudo certo.

Olhei nos fundos dos olhos dele e o vi suspirar pensativo.

— Com uma condição.

— Diga.

— Vamos contar para as crianças sobre isso.

— Claro, até porque preciso da ajuda da Lunna para conquistar o pai dela.

Por nossos filhosOnde histórias criam vida. Descubra agora