— Bom, agora somos só nós dois por um tempinho. O que quer fazer? — perguntei, encostando-me à mesa e cruzando os braços enquanto olhava para Suho.
Ele terminou de mastigar o último pedaço de pão e pensou por um instante.
— Vamos jogar um pouco — sugeriu, dando de ombros. — Preciso me distrair antes que eu comece a surtar.
Soltei uma risada curta.
— Justo. E o que quer jogar?
— Alguma coisa de luta. Quero revanche depois da surra que levei da última vez.
— Ah, então quer perder de novo?
Suho revirou os olhos e me puxou pelo braço até a sala, onde pegamos os controles e ligamos o videogame.
— Hoje a história vai ser diferente — ele garantiu enquanto escolhia um personagem.
— Vamos ver.
Assim que a luta começou, mergulhamos completamente no jogo, trocando golpes virtuais e provocações na mesma medida. A cada vitória minha, Suho soltava resmungos indignados, e a cada ponto que ele fazia, eu o olhava com falsa preocupação, só para provocá-lo mais.
— Você só tá ganhando porque eu tô distraído — ele resmungou, após perder a primeira rodada.
— Claro, claro… Se eu tivesse perdido, a desculpa seria outra, né?
Ele bufou, mas no fundo eu sabia que jogar não era só uma forma de passar o tempo. Era a maneira dele aliviar a tensão. Por mais animado que estivesse com o casamento, eu sabia que, lá no fundo, uma parte dele estava nervosa.
Na terceira partida, quando eu estava prestes a vencer de novo, Suho pausou o jogo de repente.
— Pai.
Olhei para ele, percebendo que seu tom agora era mais sério.
— O que foi?
Ele largou o controle e suspirou.
— Você acha que estou pronto para isso?
Fiquei em silêncio por um momento. Eu sabia que essa dúvida apareceria em algum momento. Suho sempre foi confiante, mas também era reflexivo, e se casar era uma grande mudança, era natural que ele se questionasse.
— Você ama a Lunna? — perguntei.
— Mais do que qualquer coisa.
Assenti.
— Então você está pronto.
Ele franziu o cenho, como se esperasse mais.
— Só isso? Nenhum conselho filosófico? Nenhuma lição de vida?
Sorri.
— Se eu te disser que ninguém nunca está cem por cento pronto para nada, isso conta?
Ele soltou uma risada baixa, mas ouvi o alívio em seu tom.
— Casamento não significa que você precisa ter todas as respostas agora, filho. Você e Lunna vão aprender juntos. O importante é que vocês se amam e estão dispostos a fazer dar certo.
Suho ficou quieto por alguns segundos, assimilando minhas palavras. Então, pegou o controle de novo e sorriu.
— Bom, se eu posso aprender ao longo do caminho, acho que também posso aprender a ganhar de você nesse jogo.
Revirei os olhos, rindo.
— Sonha.
Voltamos a jogar, agora mais leves e relaxados.
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Por nossos filhos
Fiksi PenggemarDuas famílias, dois sobrenomes, uma amizade que se tornou amor, uma proibição e um reencontro. O que será que o destino reserva para Bang Chan, Kim Seungmin e o filho de ambos? O amor entre os dois resistirá ao tempo e a proibição? A união de seus f...