capitulo 15

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Desde o começo do relacionamento de Suho e Lunna, a felicidade deles iluminava nossos dias. Eu e Seungmin nos aproximamos cada vez mais graças ao vínculo que nossos filhos haviam criado. Nos finais de semana, sempre dávamos um jeito de sair juntos, aproveitando a companhia um do outro e dos jovens apaixonados. Cada encontro parecia reforçar nossa própria conexão, trazendo uma alegria nova e inesperada.

No entanto, aquela semana foi diferente. Eu tinha uma viagem marcada para a Austrália, onde precisava resolver alguns negócios e pendências que se arrastavam há tempos. A ideia de me afastar, mesmo que temporariamente, era incômoda, mas sabia que era necessário.

Chegando à Austrália, me dediquei ao trabalho e, em cada caso resolvido, sentia uma sensação de alívio, mas também aumentava a saudade de casa e, especialmente, de Seungmin. No último dia, depois de concluir todas as pendências, recebi um convite de meus antigos colegas de trabalho para sair e beber como uma forma de despedida. Aceitei, querendo aproveitar a companhia deles e relaxar um pouco após dias intensos.

A noite estava animada, repleta de risadas e memórias compartilhadas. Em algum momento, talvez sob o efeito do álcool, senti uma urgência imensa de falar com ele. Peguei o telefone e, sem pensar muito,eu  liguei e não demorou muito para que atendesse.

— Oi, Channie, tudo bem? — escutei sua voz sonolenta do outro lado da linha.

— Oi, Minnie. Tá sim. Sei que tá tarde, mas eu preciso falar antes que o efeito do álcool passe e eu perca a coragem.

— Ahn? Como assim? Falar o quê?

— Sei que nossas famílias nunca se deram bem e fizeram de tudo pra nos separar, mas olha só pra gente agora. A sua filha é minha nora.

— O que você quer dizer com isso, Channie?

— Não adianta ir contra o destino. De novo, a vida está nos unindo.

— Ainda não estou te entendendo.

— O que eu quero dizer é que nunca esqueci você nem por um segundo, Seungmin. Nunca deixei de amar você.

— Channie, não diga isso. Você está bêbado e nem vai se lembrar disso amanhã.

— Eu não bebi tanto assim. Dizem que o álcool nos dá coragem de fazer aquilo que não temos coragem de fazer sóbrios. Seungmin, eu acabei de deixar meus amigos no bar e tô a caminho do hotel. Amanhã estou voltando pra Coreia e eu quero te ver.

— Me ver? Por quê?

— Eu quero te falar tudo isso pessoalmente pra ver se você acredita em mim. Eu ainda amo você, Seungmin. Não duvide disso, por favor.

Houve um silêncio longo do outro lado da linha, antes de Seungmin finalmente responder.

— Está bem, Channie. Vamos conversar quando você voltar.

Desliguei o telefone com o coração acelerado, uma mistura de medo e esperança se formando dentro de mim. Logo cheguei ao hotel, fui direto tomar um banho e dormi, pois a viagem amanhã seria longa.

Assim que acordei no dia seguinte, vi que havia várias mensagens e ligações dos meus amigos perguntando aonde eu tinha ido parar, pois eu só saí pra falar ao telefone e sumi. Então, mandei uma mensagem avisando que eu tinha voltado para o hotel e que, como estava cansado e sem bateria, não tinha conseguido avisar. Agradeci pelo rolê e disse que marcaríamos uma próxima quando eu voltasse. Me arrumei, peguei minhas coisas e fui para o aeroporto.

A viagem de volta à Coreia parecia interminável, cada minuto se arrastando enquanto eu pensava nas palavras que dissera e no que aconteceria quando visse Seungmin novamente.

Ao desembarcar, a ansiedade tomou conta de mim. Mas, ao mesmo tempo, uma estranha sensação de paz me envolvia. Sabia que, independentemente do que o futuro reservasse, tinha feito o que meu coração mandou. E isso, de alguma forma, era reconfortante.

Finalmente, o momento chegou. Encontrei Seungmin no lugar onde combinamos, seus olhos refletindo a mesma mistura de emoções que eu sentia. Era hora de enfrentar o passado e descobrir se, realmente, o destino estava nos dando uma segunda chance.

Por nossos filhosOnde histórias criam vida. Descubra agora