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Cheng estava com seus fones de ouvido e distraiu-se de seus estudos por alguns minutos. Seus pensamentos levaram-no ate Lan Huan,o cliente belíssimo como uma jade .

Saiu de seu mundo erguendo o rosto da mesa e tirando os fones quando ouve Wenren o chamando. Claramente bêbado,ele tira seu sobretudo, mas por baixo ainda de farda,carregava consigo uma sacola .
Cheng  sabia que se não fosse até ele por boa vontade seria pior ,e as marcas em seus braços que estão  cobertas por mangas longas eram a prova disso.

-Sim ,senhor?- perguntou ,não ousou erguer o olhar para seu pai adotivo,muito menos chama-lo disso.

- Se arrume.- disse secamente.
-  Vamos sair.

-Amanhã tenho uma prova ,já esta tarde ...-

Wenren segura seu braço onde esta o machucado recente e aperta.
-Eu mandei você se arrumar,e use isso ,pelo menos servirá para algo.-
dita friamente olhando Cheng que resmunga baixinho pela dor,soltando-o e dando a ele a sacola de marca.

Ele nunca conheceu seus verdadeiros pais,cresceu no orfanato e foi adotado aos três anos. Sua vida foi maravilhosa e com muito amor por parte de sua mãe adotiva nesses dois anos,ate o acidente de carro que levou a sua morte.
Wenren por ser militar sempre foi um homem frio e rígido, apenas aceitou Cheng pois a amava muito e ela deseja ser mãe,mas não conseguiam.  Até mais tarde saberem que o problema de infertilidade vinha de Wenren. Mesmo assim o culpava, mas nunca soube o real motivo,pois era muito pequeno.

Tudo começou com a negligencia consigo, após o funeral da sua mãe ,nos quais era cuidado por Yue,uma senhora muito simpatica e amável que morava em frente a sua casa e assim se seguiu ate os quinze.

Mal via Wenren em casa,e quando o via estava bêbado ou usava a mesma desculpa de sempre para agredi-lo.
Seja por ser o culpado da morte da mulher que amava ou simplesmente por ser gay. Esse dia realmente marcou Cheng,o que lhe rendeu uma boa surra e duas costelas quebradas ,tudo por causa de uma foto que alguém tirou de si no momento que beijava um rapaz no intervalo da escola.
E quando denunciou seu pai adotivo por agredi-lo ,tudo foi encoberto facilmente para não manchar a bela carreira de Wenren. E assim se seguiu até agora ,as agressões eram constantes assim como a pressão psicológica que ele fazia no menor.

Cheng esta ansioso,sua roupa era desconfortável e um tanto vulgar consistia em uma camisa rendada justa manga longa ,calca de couro e um par de coturnos estes que aparentavam serem muito caros ,havia maquiagem assim como uma chocker com pingente de cadeado na sacola. Seu medo crescia e suas mãos suavam. Ele saiu do quarto incerto.

Wenren o olhou com desgosto e suspirou.

- Combina bem com seu tipo.Se fosse por mim botaria todos vocês... - E com vocês eles quis dizer homossexuais. -...em um paredão e fuzilava.

Ele não ousou dizer nada apenas suspirou e ficou ali. Ele já não chorava ou gritava mais pois era inútil,a única pessoa que cuidava de si Wenren  deu um jeito de faze-la sumir, a senhora Yue era a única que o ajudava e socorria assim como tratava seus ferimentos.

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Os dois saíram da casa de bairro nobre no carro de Wenren que agora vestia um terno preto, o trajeto foi silencioso até ele começar a infernizar o menor novamente.

- Preste atenção! Um contato irá me encontrar na Peônia Negra hoje. E quero que seja um bom rapaz obediente agrade o senhor Naveen,ele é americano e preciso causar uma boa impressão.  Se não fosse pelo gosto dele homens seria um sucessor a altura.-

Cheng estava com medo,ele nunca foi em um lugar como aquele,mas não seria a primeira vez que Wenren o usava assim. Ele queria mostrar a Cheng que ser gay era uma doença e que se tivesse apenas momentos negativos afetivamente falando, isso servia como um remédio e também uma punição.

O carro preto de luxo estacionou em frente a boate,ambos desceram do carro,a entrada foi liberada assim que reconheceram Wenren.

A música alta ecoava em seus ouvidos,na pista de dança as pessoas se esfregavam freneticamente,o rosto de Cheng ficou vermelho de ver um casal quase nú sobre a mesa se beijando.
Wenren mandou ele se apressar e subiu consigo ate a área VIP em uma das enormes salas privativas.

-Pontual como sempre Sr.- Disse Naveen olhando Cheng e Wenren entrar no recinto.

Ambos sentaram nos sofás dispostos a sua frente,seus olhos se fixaram rapidamente em Cheng,ele sorriu.

- Que bela companhia,Wenren.- disse Naveen.
- Venha aqui ,querido.- ele chama Cheng batendo em sua coxa.

Os olhos suplicantes se direcionam á Wenren que o ignora.

-Obrigada,creio que o agradará,ele é obediente...mas preciso saber se aceita minha oferta.-
disse aproveitando  a oportunidade.

Cheng senta em sua perna esquerda ,o homem era de meia idade ,seu porte grande e musculoso,um de seus braços envolve a cintura do menor e a outra mão pousa em sua coxa acariciando-o.

O toque quase o faz vomitar mas fica em total silencio talvez Wenren pudesse mudar de ideia,ele preferia levar mil surras do que ter que passar a noite com um homem como aquele.

Após quase uma hora de negociação  eles chegam em um acordo,Wenren ficaria  com 40% do lucro de toda droga que conseguisse e ajudasse repassar para distribuição sem maiores problemas.

Wenren pela primeira vez sorriu e se levantou apertando a mão de Naveen.

Cheng ainda estava em seu colo,mas agora a mão estava acariciando por debaixo da camisa rendada.

-Então creio que esta tudo certo.-
Wenren disse se levantando. -Fique a vontade com o rapaz,é um presente pelo nosso acordo ,bom,pelo menos por essa noite.-
Ele acena com a cabeça e saindo dali deixando Cheng em estado de choque.

-Qual seu nome querido ?- Naveen olha-o e sorri.

-TanLian.-mentiu.

-Bom...vamos?Quero ir á um lugar mais privado.-

Naveen não espera a resposta do outro ,levantando  e tomando sua mão.

-Você é tímido?Não precisa ser,irei cuidar bem de você hoje.- O homem sorri levando-o ao andar de cima nos quartos privativos,seguido de seus dois seguranças.

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