CAPÍTULO 6: Metrópole acinzentada

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Enquanto caminhava nos corredores, me lembrava de minha infância, de todas as coisas que me faziam feliz. A mamãe aprontando nosso café da manhã, eu e a minha irmã sentadas à mesa jogando conversa fora, o papai se preparando para ir ao trabalho.. Éramos a família perfeita. Não acredito ainda que acabou dessa maneira...

Minha mente estava distante do meu corpo, como se tivesse ligado o modo automático. Não conseguia pensar em mais nada. Só via alguns flashs na minha mente, com algumas memórias passadas. Já estava com a cabeça doendo de tanto pensar...

Eu cheguei na porta do prédio, e me encontrei com mais alguém, um homem com uma idade em torno de uns 25 ou 30 anos. Ele usava um terno muito bonito e óculos, tais quais repassavam a imagem de um homem com boas condições financeiras, ou que pelo menos sabe se vestir bem. Como sempre, eu iria tentar começar uma conversa com o mesmo, pois precisava conhecer as pessoas desse prédio, para tentar ter um bom relacionamento com todos.

 Como sempre, eu iria tentar começar uma conversa com o mesmo, pois precisava conhecer as pessoas desse prédio, para tentar ter um bom relacionamento com todos

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– Bom dia...

Me aproximei de forma despretensiosa, tentando começar uma conversa com aquele homem de olhos negros e aparência elegante.

– Olá, bom dia! Eu nunca te vi por aqui antes... É parente de algum hóspede?

O homem com certeza ficou confuso com a minha presença, pois meu péssimo hábito de não me apresentar logo de cara me impede de fazer o básico. Aiai... Que vergonha...

– Não, não. Eu sou a nova hóspede daqui. Cheguei ontem de noite, deve ter ouvido que eu viria, senhor. Me chamo Alice, Alice Crimson.

Ainda meio envergonhada, estendo minha mão para o homem, na tentativa de cumprimentá-lo, mas ele não respondeu ao meu cumprimento. Estranho...

– Ah Sim! Alice Crimson, do número 73. Sim, eu já ouvi falar de você. Seja bem-vinda ao nosso estabelecimento e sinta-se em casa, desde que siga nossas regras à risca.

O homem falou sem dirigir o olhar para mim, nenhum pouco simpático. E falou com uma voz rouca e misteriosa. Bem, acho que ele é o dono deste prédio pra ele ter agido de forma tão esnobe. Então, o respondi:

– Então, você deve ser o dono daqui! Agora eu entendi! É um praz...

– Não. Eu sou o porteiro do prédio.

Ele me interrompeu de forma brusca e grosseira, sem deixar eu terminar a minha frase. Um porteiro? De onde eu vim os porteiros não se vestiam tão bem, e também não eram tão mesquinhos! Me recompus pra controlar a raiva que estava sentindo por ser tratada de forma tão grosseira, e tentei continuar um diálogo pacífico com o indivíduo:

– Entendi... Mas, você ainda não me disse seu nome, se me permite perguntar. Qual o seu nome?

Ele me olhou com o canto dos olhos, e com uma postura dominante, e sem mover um músculo sequer e sem demonstrar nenhuma expressão, ele me respondeu de forma curta e grossa:

Cicatrizes do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora