Enquanto caminhava nos corredores, me lembrava de minha infância, de todas as coisas que me faziam feliz. A mamãe aprontando nosso café da manhã, eu e a minha irmã sentadas à mesa jogando conversa fora, o papai se preparando para ir ao trabalho.. Éramos a família perfeita. Não acredito ainda que acabou dessa maneira...
Minha mente estava distante do meu corpo, como se tivesse ligado o modo automático. Não conseguia pensar em mais nada. Só via alguns flashs na minha mente, com algumas memórias passadas. Já estava com a cabeça doendo de tanto pensar...
Eu cheguei na porta do prédio, e me encontrei com mais alguém, um homem com uma idade em torno de uns 25 ou 30 anos. Ele usava um terno muito bonito e óculos, tais quais repassavam a imagem de um homem com boas condições financeiras, ou que pelo menos sabe se vestir bem. Como sempre, eu iria tentar começar uma conversa com o mesmo, pois precisava conhecer as pessoas desse prédio, para tentar ter um bom relacionamento com todos.
– Bom dia...
Me aproximei de forma despretensiosa, tentando começar uma conversa com aquele homem de olhos negros e aparência elegante.
– Olá, bom dia! Eu nunca te vi por aqui antes... É parente de algum hóspede?
O homem com certeza ficou confuso com a minha presença, pois meu péssimo hábito de não me apresentar logo de cara me impede de fazer o básico. Aiai... Que vergonha...
– Não, não. Eu sou a nova hóspede daqui. Cheguei ontem de noite, deve ter ouvido que eu viria, senhor. Me chamo Alice, Alice Crimson.
Ainda meio envergonhada, estendo minha mão para o homem, na tentativa de cumprimentá-lo, mas ele não respondeu ao meu cumprimento. Estranho...
– Ah Sim! Alice Crimson, do número 73. Sim, eu já ouvi falar de você. Seja bem-vinda ao nosso estabelecimento e sinta-se em casa, desde que siga nossas regras à risca.
O homem falou sem dirigir o olhar para mim, nenhum pouco simpático. E falou com uma voz rouca e misteriosa. Bem, acho que ele é o dono deste prédio pra ele ter agido de forma tão esnobe. Então, o respondi:
– Então, você deve ser o dono daqui! Agora eu entendi! É um praz...
– Não. Eu sou o porteiro do prédio.
Ele me interrompeu de forma brusca e grosseira, sem deixar eu terminar a minha frase. Um porteiro? De onde eu vim os porteiros não se vestiam tão bem, e também não eram tão mesquinhos! Me recompus pra controlar a raiva que estava sentindo por ser tratada de forma tão grosseira, e tentei continuar um diálogo pacífico com o indivíduo:
– Entendi... Mas, você ainda não me disse seu nome, se me permite perguntar. Qual o seu nome?
Ele me olhou com o canto dos olhos, e com uma postura dominante, e sem mover um músculo sequer e sem demonstrar nenhuma expressão, ele me respondeu de forma curta e grossa:
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Cicatrizes do Passado
ParanormalAlice é uma jovem adulta de 19 anos, que se mudou recentemente para a cidade de Green Valley depois de sair da casa de seus pais para tentar viver uma vida mais sossegada. Nessa estória vocês irão ver todos os acontecimentos na perspectiva de Alice...