EPISÓDIO 9: O verdadeiro significado de coragem...

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Saindo da biblioteca finalmente, voltando para as ruas da cidade de Green Valley com um novo destino. Eu tinha gastado algumas horas lendo aqueles livros, pois já parecia ser umas 16:00 horas. Não me preocupei muito com o tempo, afinal, era sábado. Eu não estava com pressa para voltar para casa. Tinha o toque de recolher às 20:00, porém não sei se quero seguir essa regra à risca, mesmo que isso me faça uma delinquente. Prioridades primeiro.

Caminhando nas calçadas da cidade, eu percebo que a movimentação diminuiu novamente. Ainda tinham algumas pessoas, porém não estava tão cheio quanto antes. Talvez eles estavam aproveitando seus finais de semana em família em algum Shopping ou em algum lugar daquela cidade. Talvez na praça.

Queria poder ter uma companhia também para passar o fim de semana, mas fazer o que? Não posso reclamar, pois eu quem decidi sair de casa. Mesmo assim, eu acho que aquele lugar que eu costumava chamar de lar antes vai deixar saudades apesar de tudo... Meu coração pela primeira vez desde que pisei nessa cidade parece estar pesado, vazio e machucado... Não queria ficar assim. Me sinto derrotada e decepcionada comigo mesma...

Sem mesmo perceber, uma lágrima começou a escorrer pelo meu rosto

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Sem mesmo perceber, uma lágrima começou a escorrer pelo meu rosto. Eu não sei como nem o por que, só aconteceu... Ela escorria com uma temperatura quente pelo meu corpo pálido e gelado, queimando como ácido nos meus olhos, apenas fazendo o número de lágrimas aumentar. Minhas pernas ficaram fracas de repente, e não me sentia mais bem e confiante como antes... Meu peito começou a doer, e tudo que eu pensava era sentar em posição fetal e chorar... Essa não sou eu, mas eu precisava descansar...

– P-preciso de... De uma pausa...

Me sentei ali mesmo na calçada, ao lado de uma loja de cosméticos, e ali fiquei por um tempo... Chorando, me lamentando... Pensando na vida, afinal, pensar é a única coisa que sei fazer direito... E quando percebi, eu tinha apagado...

Acordei com uma voz doce e acolhedora me chamando, me fazendo acordar. Era uma voz feminina e suave, parecia ser de uma pessoa jovem como eu. Limpei as lágrimas e segui meu caminho, procurando de onde veio aquela voz.

– Olá? Você ainda está aí? Eu ouvi você me chamando.

– Venha comigo Alice. Não tenha medo. Eu posso resolver seu problema. Eu posso tirar a sua dor.

– Como você sabe o meu nome? Sua voz não me lembra ninguém apesar de ser agradável. Você me conhece?

Continuei caminhando pela rua, e entrei num beco vazio e pouco iluminado, quando eu escutei aquela pessoa me chamar mais uma vez naquela direção.

– Venha Alice. Você está próxima, não tema. Sei que é uma garota corajosa.

Me senti hesitante por um momento, achando aquela situação muito estranha, porém a minha curiosidade de aventureira gritava mais alto dentro de mim, fazendo meus pés continuarem caminhando, com passos curtos e cautelosos. Mesmo sendo corajosa, estava com medo. Pois, minha irmã sempre disse que uma pessoa corajosa não é a pessoa que não teme a nada, mas sim aquela pessoa que continua independente de seus medos. Esse é o verdadeiro significado de coragem...

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