CAPÍTULO 13: Esther Rose

9 3 10
                                    

~ Esther Rose ~

> Alguns dias antes... <

Meu nome é Esther, eu tenho 17 anos e moro atualmente aqui em Green Valley. Eu me mudei para cá quando tinha 8 anos, pois minha mãe acreditava que aqui nós teríamos uma vida melhor e próspera. Mas, logo isso provaria ser o maior erro da vida dela, pois essa cidade com certeza não é flor que se cheire, e aqui eu despertei meus piores traumas e pesadelos, começando no dia da mudança, quando tive que me afastar da minha única amiga Alice, que morava em Londres também. Nem me pergunte por que minha mãe saiu de Londres pra morar nesse fim de mundo, pois não tenho essa resposta, e infelizmente ela não pode me responder isso também. Eu ainda visito minha mãe frequentemente e levo algumas flores da floricultura pra ela, mas nossos diálogos não são muito intuitivos, eu falo e ela nem responde. Não é culpa dela na verdade, pois coisas ruins aconteceram.

Eu moro sozinha aqui com o meu irmão adotivo Frank. Meus avós também cuidam de nós, mas eles estão constantemente viajando, então a casa fica em minha responsabilidade. É muito ruim ter que ter responsabilidade desde meus doze anos, mas aconteceu e agora não tem como fugir disso. Eu moro em um dos melhores bairros da cidade, bastante verde e bonito, diferente do resto da cidade. Ser uma "patricinha riquinha" como eles dizem tem suas vantagens, mesmo eu odiando. É muito ruim não ter amigos por causa de minhas condições financeiras melhores. A Alice foi a única que me deu uma chance...

Por esses motivos, eu valorizo muito a amizade dela

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Por esses motivos, eu valorizo muito a amizade dela. Ela é uma pessoa humilde, e que não me trata com desprezo por ser diferente em muitos aspectos. Ela gosta de azul, eu gosto de rosa. Ela gosta de ler, eu gosto de videogames. Ela é contemporânea e que gosta de quase tudo, já no meu caso, parece que fiquei presa nos anos 80 e sou um pouco ranzinza. Mas, apesar de todas essas diferenças, ela foi como uma irmã pra mim. Adorava brincar junto com ela e a irmã dela, Sophie. Mas elas sempre brincavam que eram detetives resolvendo mistérios, já eu gostava da ação. Amava lutar desde que minha mãe me ensinou diversos estilos de luta, o que me fez uma ótima lutadora. Fugir dos problemas não é comigo, porém eu nunca alcançava a Alice numa corrida. Ela sabe se livrar de situações perigosas. Foi com ela que eu aprendi a ser corajosa e enfrentar os problemas, mesmo que seja fugindo dos valentões da escola. Mas, se alguém se metia comigo ou com a Alice, podia saber que voltaria pra casa com o nariz quebrado.

Eu não sou uma pessoa violenta, eu só me defendo de quem acha que pode me bater ou intimidar. Sou uma pessoa boa, porém essa bondade tem limites muito fáceis de serem estourados.

Hoje eu recebi mais uma carta da Alice. Ela não tem nem um celular, pois a mãe dela sempre se recusou a comprar um, o que acabou ocasionando a dificuldade de nossa comunicação. Nem sei se ela tem certeza que eu moro aqui ainda. Eu mando cartas de volta, mas parece que elas nunca chegam... Me pergunto o que o correio está fazendo?! Eu preciso falar com minha amiga poxa! Na carta que ela me mandou dizia o seguinte:

"Oi Esther. Está tudo bem com você, amiga? Espero que esteja. Eu espero que essa mensagem tenha chegado até você... E espero que ainda more em Green Valley. Eu mandei essa carta pois queria te dizer que estou me mudando pra aí. Consegui arrumar um emprego e consegui uma bolsa pra faculdade. Vou fazer direito, pois pretendo ser advogada. Não é o que eu queria... Mas, não tenho escolha. Você sabe que eu queria ser uma detetive, mas fui forçada pela minha mãe a mudar meus planos. Pelo menos eu sei que ela ficará orgulhosa de mim no final. Bem, é isso. Acho que falei tudo. Por favor, tente escrever de volta pra mim. Eu tô morrendo de saudades suas, e nem sei se as cartas estão chegando. Eu te amo amiga. Não esqueça de mim <3

Ass: Alice Crimson"

A boa notícia é que a Alice realmente está vindo pra cá. Mas, as más notícias são que minhas cartas realmente não estavam chegando, e que talvez ela não deva saber que as ruas são perigosas, pois ela não citou nada disso na carta. Talvez ela saiba, pois ela é inteligente demais pra se mudar sem se informar. Mesmo assim, as ruas são muito perigosas pra ela ficar caminhando sozinha e se arriscando. Eu sei que ela virá daqui a alguns dias, o que me dá tempo o suficiente...

– Fox! Eu estou saindo! – Gritei pro meu irmão que estava na sala assistindo televisão sentado no sofá. Não que passe algo interessante nos canais dessa cidade, era só pra passar o tempo. Meu irmão quase não sai de casa pois ele sofre bastante preconceito de muitas pessoas. Ele é um híbrido metade humano, metade raposa que foi adotado pela minha mãe quando chegamos em Green Valley. Ninguém sabe como a raça deles surgiu, mas o mundo recentemente tem híbridos por toda a parte do mundo, mas mesmo assim o preconceito é muito notável. Talvez meu irmão tenha nascido por causa de uma explosão radioativa assim como a maioria das merdas que aconteceram nessa cidade. Não me importo se ele é radioativo, ele é meu maninho. Afinal, o sangue que percorre minhas veias já não é mais tão puro também. Eu odeio o que fizeram comigo, mas pelo menos posso usar isso para o bem.

– Vai pra onde, Esther? – Meu irmão me perguntou olhando pra mim com seus olhos alaranjados e com suas orelhas levantadas, prestando atenção em mim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

– Vai pra onde, Esther? – Meu irmão me perguntou olhando pra mim com seus olhos alaranjados e com suas orelhas levantadas, prestando atenção em mim.

– Eu vou... Dar uma caminhada no parque. Sabe como é, está na hora da minha caminhada diária. – Eu menti, pois eu sei como ele fica preocupado ao saber onde eu realmente vou ou o que eu vou fazer. Ele não precisa saber.

– Tá bom. Se cuida irmã. E não vá se meter em encrencas de novo. Eu te amo muito, Esther - Ele falou com um sorriso e me passou conforto como ele sempre faz. Pena que não posso prometer nada pra ele, eu sou imperativa.

– Claro! Pode deixar! – Falei isso com um sorriso que parecia que ia chegar nas minhas orelhas, e dei uma piscada com o meu olho direito pra ele. Por fim me aproximei dele, o abracei e beijei aquela bochecha peluda de raposa – Eu também te amo irmão... – Quando falei isso eu fui correndo para o meu quarto, subindo as escadas perigosamente, procurando algo importante antes de sair. Comecei a revirar todo o meu armário e gavetas procurando as benditas luvas.

– Onde foi que eu deixei?... Hm... Pensa Esther, pensa... Ah! Aqui! Achei.

Elas estavam escondidas debaixo do lençol, como eu sempre deixo elas. Como pude me esquecer disso? Enfim, não importa. Eu estava procurando minhas luvas sem dedo, revestidas com um couro bem resistente e com algumas placas de metal embutidas em seu interior. Eu uso principalmente nos meus treinamentos, porém é no combate que elas realmente brilham.

– Aqui estão vocês, suas danadinhas! Estão prontas pra ação? – Falei isso vestindo as minhas luvas, deixando elas confortáveis em minhas mãos, pronta pra sair e caminhar pelos arredores da cidade pra limpar um pouco esse lugar. A Alice não será atacada se não tiver agressores por perto.

– Hora de brilhar, Star... – Sussurrei para mim mesma, já descendo as escadas e saindo pela porta da frente. Não sei quando vou voltar... Mas, posso ter certeza que não voltarei até estar com minhas luvas vermelhas de sangue...

Continua...

Continua

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Cicatrizes do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora