𝗔𝗘𝗠𝗢𝗡𝗗 𝗧𝗔𝗥𝗚𝗔𝗥𝗬𝗘𝗡

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𝗣𝗘𝗥𝗦𝗢𝗡𝗔𝗚𝗘𝗠 : 𝗔𝗲𝗺𝗼𝗻𝗱 𝗧𝗮𝗿𝗴𝗮𝗿𝘆𝗲𝗻 𝗲 𝗢𝗰
𝗡. 𝗗𝗘 𝗣𝗔𝗟𝗔𝗩𝗥𝗔𝗦: 1888

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𝗪𝗛𝗜𝗧𝗘 𝗠𝗨𝗦𝗧𝗔𝗡𝗚

Deitada sobre a imensidão do mundo, era difícil dizer se aquilo que presenciara era real ou não

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Deitada sobre a imensidão do mundo, era difícil dizer se aquilo que presenciara era real ou não. As folhas secas caídas, cobriam o chão e reconfortavam o peso da culpa que sentia por não ter ouvido seus pensamentos intrusivos antes.

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     O VERMELHO CARMESIM ESCORRIA DE SUA GRAVE FERIDA, tão rápido quanto a chuva que inundava os vilarejos nas tempestades, era a única que havia tido a chance de viver. Porém, não demoraria muito para que fosse encontrada escondida atrás das árvores, sem força e esperanças para seguir em frente. 

     Aquele era seu fim.

     A velha casa que havia crescido havia sido perdida. Só lhe restavam paredes rachadas e manchas de sangue espirradas por todos os cômodos. Desejava acordar do pesadelo que vivia, mas somente a morte, que estava bem em sua frente ajoelhada com um sorriso torto no rosto, poderia realizar isso. Odiava muitas coisas em sua vida, a traição era a primeira delas. O ambiente que mais zelava estava cheio de traidores, pessoas repugnáveis, que não pensariam duas vezes em trocar a sua vida pela ambição do poder. Negava, mas também bebia desse mesmo desejo. Fazia questão de terminar seus serviços com as próprias mãos. Mesmo que tivesse que matar quem amasse por isso.

—— Se arrepende, doce esposa? —— o homem perguntou se sentando em frente ao corpo da jovem que estava encostada em uma árvore grande, lutando, incansavelmente, contra a morte que tentava arrancar o último suspiro de sua mísera vida. Seu vestido estava ensanguentado, assim como seu rosto e a pequena adaga de ferro caída próxima aos dois.

—— Sabe que eu nunca me arrependo —— Ophelia respondeu com um suspiro pesado, enquanto apertava a ferida com um pedaço de pano, que agora já não estava sendo mais eficaz —— Especialmente quando se tratam de pessoas cruéis.

     O homem aproximou de seu corpo e desfez o grande nó que prendia seu vestido, dando imagem aos profundos machucados que haviam atingido o peito da mulher. Era assustador, principalmente sabendo que os causadores das feridas eram seus próprios pais. A relação era complicada, mas não era novidade na história da família Obermann.

     Essa era a última escolha, não haviam mais cartas na mesa que pudessem ser escolhidas para algum contra ataque. Aquele era o fim.

—— Está tão ruim assim, marido? —— ela riu, mas sentiu seu coração apertar com o gesto. Não era necessário responder, a faca havia dilacerado sua pele gélida. 

𝐼𝑀𝐴𝐺𝐼𝑁𝐸𝑆 𝐷𝐼𝑉𝐸𝑅𝑆𝑂𝑆Onde histórias criam vida. Descubra agora