𝗧𝗢𝗠 𝗚𝗟𝗬𝗡𝗡-𝗖𝗔𝗥𝗡𝗘𝗬

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𝗣𝗘𝗥𝗦𝗢𝗡𝗔𝗚𝗘𝗠 :  𝗧𝗼𝗺 𝗚𝗹𝘆𝗻𝗻-𝗖𝗮𝗿𝗻𝗲𝘆 𝗲 𝗢𝗰
𝗡. 𝗗𝗘 𝗣𝗔𝗟𝗔𝗩𝗥𝗔𝗦: 938

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𝗣𝗢𝗦𝗦𝗜𝗕𝗜𝗟𝗜𝗧𝗬

"A cor exuberante deles dava vida ao quarto predominado por tons escuros e monótonos, assim como a pequena filha dava vida ao coração da mãe

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"A cor exuberante deles dava vida ao quarto predominado por tons escuros e monótonos, assim como a pequena filha dava vida ao coração da mãe."


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      EMPURRANDO A PORTA DO APARTAMENTO, Tom carregava com dificuldade as sacolas de plástico do mercado. Logo na entrada retirou os sapatos e ligou as luzes que estavam apagadas, então não foi surpresa que quase tenha tropeçado com os brinquedos espalhados quando deu seus primeiros passos.

—— Merda! —— ele xingou pisando em um pedaço de blocos de montar descalço.

      O céu nublado penetrava pela janela de vidro. O clima estava ameno, nem tão quente e nem tão frio. Perfeito para ver um filme, comer pipoca e se esconder nos cobertores.

      Deixando as compras sobre a bancada da cozinha, começou a investigar o silêncio incomum do domicílio. A sala de estar integrada com a cozinha estava revirada, o que não era uma novidade. Pelo sofá se espalhavam ursinhos de pelúcia e pelo chão bonecas rabiscadas por uma verdadeira artista.

—— Onde está sua mãe, rapaz? —— ele perguntou ao cachorro que dormia tranquilamente no chão.

      Com passos lentos, para evitar pisar novamente em qualquer outro brinquedo perdido pela casa, caminhou em direção ao corredor. O quarto do casal e da criança estavam vazios, assim como o banheiro compartilhado entre os moradores. Só lhe restava um lugar para procurar.

      Ao abrir a última porta do corredor lentamente, se deparou com a mulher pintando religiosamente uma grande tela acompanhada pela criança que dormia em seus braços. Estavam sentadas no chão em meio a pincéis sujos e pequenas latas de tinta, imersas na própria fantasia maternal da imaginação.

      O homem as observou em silêncio, apreciando a visão das mulheres que tinha em sua vida.

      A criança pequena estava tão cansada que chegava a dormir de boca aperta com a cabeça levemente tombada para trás, tal como um senhor de idade após almoçar. Enquanto isso mulher tinha os olhos atentos na paisagem que pintava em sua frente. Parecia tão concentrada que não havia ouvido Tom entrar nem no cômodo e nem na casa.

      Pela parede do estúdio o contraste entre a mãe e a filha era evidenciado docemente. Ao lado de pinturas profundas e detalhadas, desenhos rabiscados e coloridos de maneira engraçada eram pendurados em um varal com prendedores chamativos. A cor exuberante deles dava vida ao quarto predominado por tons escuros e monótonos, assim como a pequena filha dava vida ao coração da mãe.

—— Já cheguei, amor —— ele sussurrou tentando não assustá-la, mas falhou na ação.

      Ao ouvir a voz no meio do silêncio, Isadora se virou dando um leve pulo de susto, mas rapidamente se acalmou ao verificar o marido parado diante da porta aberta. Seus olhos maternos se voltaram para a pequena em seus braços verificando se seu gesto de surpresa não tenha a tirado do sono pacífico que tinha.

     Tom se agachou e segurou o topo da cabeça cabeluda da filha antes de dar um beijo delicado na região. A mulher soltou o pincel que segurava e fechou os olhos ao sentir a mão quente do marido acariciar seu rosto.

—— Ela está dormindo a muito tempo? Parece exausta —— ele riu ao olhar para figura cansada da filha.

—— Brincamos a tarde toda, ela até me ajudou a pintar esse quadro —— Isadora sussurrou apontando para a pintura quase pronta em sua frente —— Mas, essa minha assistente acabou caindo no sono antes de podermos terminar...

—— Vou colocá-la para dormir —— Tom estendeu os braços para pegar a filha e a esposa logo a entregou.

     Tentando não fazer barulho, ele deixou a criança sobre o berço e observou por alguns minutos para ver se ela não acordaria por conta da mudança de posição. As duas brincaram tanto que a criança, de tão cansada, mal se importou com o ato e continuou dormindo feito um bicho preguiça.

     O homem deixou a filha sozinha e voltou sua atenção para a mulher. Agora, ela tirava os produtos da sacola do mercado e os guardava nos armários. Isadora usava a parte de baixo de um pijama velho e uma blusa larga manchada por respingos de tinta, mas, mesmo assim, aos olhos do marido continuava maravilhosa.

—— Desculpe pela demora —— ele se lamentou se aproximando da mulher encostada no balcão —— As filmagens foram mais longas do que eu imaginei que seriam.

—— Não se preocupe —— Isadora alisou os ombros do marido e sentiu as mãos dele segurarem seu quadril —— Minha mãe ficou com Annie por algumas horas quando precisei ir trabalhar.

—— Mesmo assim me sinto mau por não dar a vocês duas a devida atenção —— Tom balançou para frente e para trás o quadril de Isadora com suas mãos.

—— Você passou ontem o dia inteiro cuidando dela para mim —— a jovem sorriu se virando rapidamente para bancada —— Vem, vamos ver um filme!

     Ela levantou o pacote de pipoca de micro-ondas animadamente. Poucos minutos depois os dois se encontravam sentados com um balde entre os corpos e uma xícara de chocolate quente nas mãos. Na televisão o primeiro filme de Crepúsculo passava iluminando a sala, com certeza não havia nada no mundo que combinava mais com aquele clima do que aquilo. Além do mais Isadora precisava domesticar seu homem com um pouco de cultura.

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