capítulo onze.

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3 de setembro.

Aquele final de semana foi o mais especial para Jungkook e Claire, e por mais que a viagem tivesse sido magicamente boa, os dois tiveram de voltar à rotina quando a semana chegou.

Claire estava na sala de aula terminando uma atividade e se viu satisfeita ao terminar todas as questões, então entregou o papel para seu professor e saiu da sala. Estava no corredor da sala esperando Suly terminar também, e minutos depois as duas desceram até o refeitório.

— Não sei se estou mais surpresa por eu ter tirado uma nota boa, ou pelo fato de você estar noiva — a amiga diz pegando na mão de Claire, totalmente contente pelo noivado.

— Palhaça — sorri. — Não deveria se surpreender por ter ido bem, você é uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço.

— É, um pouquinho. 'Tá esperando o Jungkook?

— Estou. Deixei minha pasta com ele e ele disse que traria para mim aqui.

— Sabe o que seria legal, Claire? Fazermos uma girl's night hoje! Podemos passar no mercado e comprar alguns... — Suly para de falar ao notar um comportamento distinto vindo da amiga. Os olhos de Claire fecharam de modo preocupante e seu semblante perdeu a cor, uma onda de fraqueza parecia percorrer por Claire.

E em um movimento rápido, Claire leva a mão à boca para tossir, mas sente algo estranho. Assim que tira a mão, vê pingos de sangue sobre ela. Tosse mais uma vez, e vê mais sangue.

— O que é isso? — Suly questiona baixo, preocupada. Claire não consegue falar nada, pois sentia um mal-estar intenso.

Jungkook estava parado do outro lado do refeitório vendo tudo. Ele deveria correr até Claire e ver o que estava acontecendo, mas algo o deixou paralisado a princípio. Os primeiros passos de Jeon até Claire foram lentos, mas os próximos foram mais acelerados.

Ele chegou até a mesa onde Claire estava sentada e tocou em suas mãos, pegando um guardanapo e ajudando-a a limpar aquilo.

— O que você está sentindo? Precisa ir ao médico? — Suly indaga.

— Vamos ao hospital agora — Jungkook diz ajudando Claire a se levantar.

— Isso é normal — Claire responde. Aconteceu algumas vezes.

— Não, não é normal.

— Para a doença, é normal.

— Por que está agindo como se isso não fosse nada demais, Claire?

— Gguk, estou dizendo que já passou, foi apenas um mal-estar.

— Não, isso não passou — seu tom de voz era preenchido pela agonia. Ele sentia as mãos tremerem. — Essa porcaria de doença não passou e não vai passar, por isso você precisa começar agora o tratamento! Mas age como se não estivesse dando a mínima para isso!

— Talvez eu não esteja mesmo — Claire eleva o tom de voz. — Acha que é fácil para mim passar por tudo isso de novo? Acha que é fácil estar submetida a remédios que, antes de me ajudarem, me destroem?

Eles esqueceram que estavam em público, e quando Claire notou todos os que estavam presentes no refeitório os observavam, curiosos. Jungkook passou as mãos pelo cabelo e suspirou, derramando lágrimas de aflição.

— Vamos conversar lá fora, Claire.

Jungkook reconheceu que não deveria ter elevado a voz, mas ele estava preocupado demais e aquele assunto se tornava cada vez mais sensível e delicado para ele. Mas ele percebeu que se para ele era difícil, imagine para Claire?

— Eu sinto muito por ter falado daquela forma, amor.

— Eu entendo, Gguk — abaixa a cabeça. — Eu não sei o que estou sentindo. Eu não quero desistir de ser curada, não quero perder as esperanças.

— Então vamos até o fim, Claire. Não desista disso.

— Você não vai desistir de mim, Jungkook?

— Por que eu desistiria?

— A rotina vai voltar a ficar puxada e complicada com os tratamentos. Tudo vai mudar.

— Tudo muda, menos nós dois. Eu prometi que estaria para sempre ao seu lado, na saúde e na doença.

— Na saúde e na doença — Claire repete a frase de Jungkook.

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