capítulo quatro.

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22 de agosto.

Já passaram três dias desde que Claire recebeu seu diagnóstico indicando a presença de um câncer pulmonar. Três dias desde que sua vida virou de cabeça para baixo novamente.

As únicas pessoas que sabiam daquilo eram sua família, Claire ainda não teve coragem de contar para Suly e muito menos para Jungkook.

Jungkook... ele era tudo que passava pela cabeça de Claire.

Ela então decidiu se encontrar com ele, logo não pensou duas vezes antes de pegar o celular e ligar para o namorado. Jeon estranhou aquilo, não pelo fato de Claire o ligar, mas sim por passar das dez da noite. Ele a perguntou se estava tudo bem, e ela concordou dizendo que somente sentia saudade dele e gostaria de vê-lo.

— Nos vimos hoje de manhã na faculdade, está mesmo com saudade? — Jungkook questiona enquanto acaricia os fios escuros do cabelo da namorada.

— Por acaso não sentiu a minha falta?

— Eu sempre sinto sua falta. Um minuto sem você por perto machuca, mas me sinto motivado sabendo que sempre nos encontraremos novamente.

Aquela resposta havia sido um gatilho para Claire.

— Sei que são quase meia-noite, mas o que você acha de sairmos para tomar um sorvete?

— Topo qualquer coisa, desde que seja com você.

Estavam caminhando pela calçada e pararam em uma padaria, e então foram diretamente para a parte de congelados. Em momento algum Claire soltou a mão de Jungkook, desde o primeiro segundo que eles se encontraram naquela noite.

— Você tem planos para o próximo final de semana?

— É seu aniversário, Jungkook.

— Por isso mesmo. Quero ir com minha família para a casa de praia, e quando digo "minha família", você e a sua também estão inclusos.

— Combinado, amor — passa o braço pela cintura do namorado.

— Falando em família — ele inclina a cabeça e olha no fundo dos olhos de Claire, soltando um sorriso ladino. — Sabia que eu sonho com o dia que vamos construir a nossa?

— Como assim? — Claire indaga, mas sabe exatamente do que ele está falando.

— Humm — se faz pensativo. — O dia que vamos nos casar e ter filhos. Vamos ter dois.

— Ah, é? — ri. — Acho que devemos ter três.

— Quantos você quiser.

03am.

Eram três da manhã e mais uma vez Claire não conseguia dormir. Parecia que uma estaca havia sido cravada em si, impedindo-a de respirar, além de uma dor insuportável no corpo; parecia que mil pés pisavam sobre ela.

Levantou e esticou o braço para pegar um comprido de dor, logo o ingeriu torcendo para que ele pudesse fazer efeito. Aquilo demorou um tempo, mas felizmente pôde dormir depois de esperar.

Esperar, esperar e esperar...

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