Uma Cor Para as Páginas

A Página Azul

Dia 6 de Agosto, Sexta-Feira, 5:00 da Tarde.

Faz tempo que não nos vemos não é?

Hoje é o grande dia onde tudo pode dar errado ou muito certo.

Você ainda deve se lembrar que eu contei ao Leonard sobre o dia de hoje, e também que ele não ia conseguir se segurar sobre isso com os outros.

Dito e feito, por conta do que ele disse, eu passei minha quinta-feira inteira ganhando conselhos de todo mundo, alguns até que foram construtivos, outros eu acho que foram apenas pra me tirar a paciência mesmo.

"Se ela realmente quer falar com você, pelo menos se vista a caráter bobão."

"Segundo minhas pesquisas, você tem mais chances de sucesso se trocar essa sua cara feia por uma nova."

"Só não fale besteira, você sabe como ela é sensível."

"Seja você mesmo, elas vão gostar mais se soar algo mais natural."

Tirando a sacanagem do Leonard e a abstralidade do Joshua, todos foram bons comentários, até mesmo se forem de zoação.

Ah, quase esqueci dos mais importantes!

"Conhecer a sogra é realmente difícil, mas te conhecendo a uma vida, sei que ela vai se encher de orgulho do meu menino, afinal você é super comportado quando se trata daquela garota."

"Não deixe o nervosismo te consumir, se quiser seguir um conselho, esteja preparado para qualquer pergunta, independente se você sabe ou não, se você gosta do assunto ou não, se estiver pronto você não vai ser pego despreparado."

Esse último me fez pensar em todo tipo de pergunta, até umas mais absurdas.

Seguindo o conselho de Anna, revirei combinações de roupas que não me dessem a impressão de que eu era uma má pessoa, chegando a ela meio precocemente.

Uma camisa preta, um blazer vermelho, calças bege e sapatos marrons.

Confesso que me lembrei de algum filme americano que possuia roupas parecidas...

Já o conselho do Leonard... eu já estava na minha cara perfeita.

- Aquele loirinho ainda me paga.

O resto eu teria que esperar a ação começar pra realmente ver se eu iria aplicar ou não.

Faltava duas horas e eu já comecei a estar na beira do nervosismo.

- Ora ora, já se arrumou?

- Você me disse pra não ficar nervoso mas cada vez que me preparo pra cada pergunta, fico com mais medo ainda dela perguntar justamente isso.

- Vou te contar a história de quando fui a casa da sua mãe pela primeira vez, talvez você se desespere menos.

Meu pai se senta ao meu lado.

- Naquela época eu estava no meio da minha faculdade de engenharia civil, e sua mãe era de admistração.

- E o que isso tem haver com meus avós maternos?

- Tudo haver, mas já chegamos lá.

Prosseguindo...

- Eu estava assim como você, nervoso pelo motivo de que ela me disse um dia antes que o pai dela não tinha curtido muito minhas qualidades. Julguei que eu ser um engenheiro iniciante não inspirasse confiança a ele.

- E julgou errado?

- Os dois julgaram errado na verdade, chegando lá a sua avó me recebeu como se eu fosse de casa, aqueles poucos minutos de conversa com ela foram suficientes para me acalmar em instantes.