Capítulo 8 Marcelo

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A visita da Mariah agora há pouco, me surpreendeu, e a audácia em vir até aqui sem calcinha me deixou ainda mais louco.
Estava conseguindo ganhar a confiança dela, e meu plano era exatamente esse. Conquistar a Mariah prá mim.

Voltei para meu trabalho. Tinha um tempo ainda para adiantar algumas coisas de amanhã.

Helena bate na porta e vai entrando.
- Posso falar com você?
- Aconteceu algo Helena?
- Acho que sim Marcelo.
Helena parece bem preocupada.
- O pai do Heitor apareceu na escola dele. Acabaram de me ligar de lá.

Helena tinha sérios problemas com com o ex-marido. Ele só podia ver o filho acompanhado.
Já tinha tentado fugir com a criança, era um homem violento.
Cansada das agressões, Helena decidiu que não dava mais prá continuar.
A separação foi muito conturbada, teve intervenção da justiça, ameaças, enfim, Helena literalmente comeu o pão que o diabo amassou.

Eu sempre estive por dentro da situação, meu advogado particular cuidou pessoalmente do caso, por isso, sempre que aquele babaca resolvia aparecer, Helena recorria a mim.

- Ele tentou levar o Heitor?
- Não. Mas ficou na porta durante o intervalo. Tenho medo dele Marcelo.
- Helena se acalme. Ele não é louco o suficiente para tentar fazer algo desse tipo. Ele sabe quais serão as consequências.
- Será que nunca vou ter paz?
- Minha amiga, você precisa encarar isso. Ficar assim não vai resolver nada. Ligue para o Fonseca, conte o que aconteceu, e ouça a opinião dele. De qualquer forma, redobre sua atenção. Quer que eu envie algum segurança prá te acompanhar em casa?
- Não. Farei isso, vou ligar para o Fonseca. Talvez tenha sido apenas uma aparição relâmpago mesmo né?!

Não estávamos conversando como patrão/funcionária, ali éramos dois amigos com mais de uma década de amizade. Helena já era parte da família.

- É, pode ser. Você sabe que não estarei aqui por esses dias, mas se algo acontecer, não relute em me ligar ok?!
- Tá certo. Eu te procuro se precisar de ajuda.

Olho para Helena e dou um sorriso de canto de boca, e ela como sempre pesca no ar.
- Que carinha é essa senhor Marcelo? O que você anda aprontando?
- Helena, de boba você não tem nem a cara, nem o jeito de andar. Sabe muito bem o que anda acontecendo.
- Bem... pelo estado que a sua sala estava hoje pela manhã, aconteceu e aconteceu prá valer alguma coisa né?!
- Sim...
- Você tá bem com isso? Era o que você queria?
- Tô bem. Não consigo explicar o que a Mariah tem, que me deixa no estado em que eu estou.
- É amor seu tonto. Tá apaixonado por ela. E acho que ela por você também.
- Só posso te dizer Helena, que quero a Mariah comigo, o maior tempo possível. Tô muito gay falando isso né?

Helena solta uma gargalhada.
- Ai Marcelo, você se supera ás vezes. Não. Não está nada gay. Tá é todo apaixonado, todo besta por causa dela. Fico contente em saber que pela primeira vez, sua postura com uma mulher está sendo diferente, madura, você está mais decidido. Parabéns amigo.
- Ela é diferente Helena. Senti isso assim que coloquei os olhos nela.
- Como eu te disse ontem, vai devagar tá?! Você as vezes é um rolo compressor. Pega leve, deixe as coisas acontecerem.
Concordo com a cabeça. Ela tem razão.

- Mudando de assunto, você quer algo em especial para mais tarde? Quem vai buscar seus avós? Ligia comentou que eles viriam.
- Caralho, esqueci do motorista. Por favor Helena, peça que um motorista vá buscá-los dentro de uma hora. Com o trânsito de São Paulo, se ficar muito tarde, eles não conseguem chegar a tempo.
- Tá bem. Farei isso agora. Obrigada por me ouvir.
- Estamos aqui prá isso. Você sabe que é muito mais que minha assistente.
Helena sorri e sai em direção a sala dela.

Preciso ligar em casa.
- Vovó, o motorista vai buscar vocês dentro de uma hora.
- Tá bem filho. Já vamos os aprontar.
Me despeço de minha avó, faço mais alguns telefonemas, respondo alguns e-mails, e dou o dia por encerrado.
Saio da minha sala e Helena me avisa que já enviou o motorista que pedi.

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