Capítulo 2 Marcelo

4.5K 453 11
                                    

O tempo parece ter parado assim que meus olhos encontraram os dela. Nunca presenciei a explosão de uma bomba, mas acredito que aqueles segundos que antecedem tem o poder de paralisar tudo, fazendo com que somente nosso coração continue a bater.
Foi exatamente isso que eu senti.
Precisei me recompor, e virando de costas tentei entender aquilo. Precisava me desviar daqueles olhos, e que diabos eu fiz confirmando reserva de quarto para dois? Para nós dois?!
- Mariah Fonseca Braga, cursando o último ano em arquitetura, 28 anos, divorciada. - Eu falo em um tom firme, ainda de costas.
Sem perceber, eu divago em voz alta.
- Divorciada... E uma série de coisas passam pela minha cabeça, e refletem diretamente no meu pau, que vira uma rocha só com meus pensamentos.
Ouço uma voz trêmula atrás de mim. -Prazer Sr... - Ela diz.
Será que está tão abalada quanto eu, ou trata-se apenas de nervosismo por conta da entrevista?
Percebo que ela está em pé, com a mão estendida para me saudar, mas não posso manter contato físico com ela ainda, caso contrário, não me responsabilizo por minhas atitudes. E cá entre nós, de púdicas elas não tem nada.
- Sente-se! - Eu ordenei no tom mais autoritário que pude.
Era hora de me virar e continuar a entrevista. Não a encarei, mas andei firme em sua direção. Ela parecia estar em pânico, acho que se chegasse mais perto ouviria seu coração bater.
Tentando parecer firme, sentei-me a frente dela.
- Você sabe que a entrevista é para um estágio de curta duração? - Eu pergunto.
Ela fica parada me olhando, e não responde nada, nem manifesta alguma reação.
- Mariah? -Ei!!! - Eu falo estalando os dedos. Como se estivesse em transe, ela parece acordar.
- Desculpe. - Ela diz. E mais uma vez aquela voz fina, trêmula, me faz pensar as coisas mais sacanas que eu poderia fazer com ela.
Minha mente se limpa novamente e eu repito a pergunta.
Realmente foi como se ela acordasse.
- Não me importo com o tempo curto, Sr...
Ahhh, percebo que não havia me apresentado ainda.
- Marcelo. - Eu respondo.
De repente ela começa a falar e seu tom de voz está mais confiante, porém não menos sexy.
Nada do que ela dizia eu era capaz de entender diferente de ...quero que me foda..., ou, ...Vou gozar na sua boca...
Fiquei ali sem me movimentar, com meu pau latejando dentro da calça, apenas olhando para ela, absorto em meus pensamentos, apenas imaginando ela debruçada naquela mesa e eu a fodendo por trás.
Quando ela terminou de dizer aquelas coisas que eu sequer prestei atenção, fui direto ao que eu queria.
- Mariah, procuro um estagiário para me auxiliar no diretoria operacional no período de licença maternidade da diretora.
Expliquei que essa pessoa estaria ligada à presidência, e que portanto deveria ficar completamente a minha disposição.
Mais uma vez ela me olha daquele jeito que me deixa louco.
- O Sr. é...
Eu entendo a pergunta e acho engraçado.
- Eu sou o presidente Mariah. Marcelo Nóbrega Fontes. - Falei olhando bem em seus olhos. Queria transmitir toda aquela tensão para ela.
E não é que a desgraçada pareceu entender?
Retribuindo, ela me pergunta com aquela voz sexy, quais seriam os requisitos para ocupar a vaga.
Fiquei sem reação para responder a altura, e preferi recuar.
Quero primeiro saber com quem estou lidando.
Não entendi o que senti quando a vi, e confesso estar meio assustado. Preciso de um tempo para analisar tudo isso.
Respondi que faria algumas considerações, e que o RH retornaria com a resposta.
Nesse momento eu já estava contatando o RH em busca de mais informações sobre ela.
Quando os candidatos se inscrevem em nosso programa de estágio, ou para uma vaga comum, eles respondem um questionário bem detalhado sobre vários aspectos da sua vida profissional e pessoal.
Era esse questionário que eu queria ler.
Ficou um silêncio estranho, e ela se despediu, agradecendo a oportunidade.
Ali eu percebi que ela era diferente, que deveria ter cuidado, e que com certeza eu iria me foder.
Parecendo estar anestesiado, apenas a olhei, dessa vez sem segundas intenções.
Quando a porta fechou, todo o peso do mundo parece ter caído sobre a minha cabeça.
Chamei Helena e pedi que desmarcasse todos os meus compromissos do dia.
Helena pareceu ler meus pensamentos, e dessa vez concordou sem me questionar.
Antes de ir embora, passei no RH e mandei que avisassem para Mariah que ela deveria começar amanhã.

É vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora