Have I known you 20 seconds or 20 years?

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Agosto

Los Angeles, Califórnia — 00:40am.

Como se as estrelas tivessem traçado seus caminhos. Tudo o que os envolvia, cada experiência vivida, os lugares que haviam conhecido e as pessoas que tiveram contato, parecia estar, de alguma forma, entrelaçado, predestinado a, eventualmente, se reencontrar. A frequência da troca de mensagens se intensificava a cada amanhecer, evoluindo, simultaneamente, também o nível de intimidade dos assuntos. ecoar como um eco das memórias passadas, tecendo uma teia de conexões invisíveis. Os diálogos fluíam naturalmente, incessantes, sempre permeado por doses de humor, ainda que estivessem tratando de questões pessoais mais delicadas. Eles se sentiam tão confortáveis na companhia um do outro, compartilhando uma cumplicidade tão singular e sem reservas, que aparentavam se conhecer a vida inteira.

Mas não poderia ser diferente, uma vez que ambos eram, em essência, pessoas extremamente sociáveis, sendo reconhecidos por terceiros como figuras carismáticas e afetuosas, quais criavam laços com certa facilidade.

Embora pudesse ser arriscado, ou até mesmo imprudente, aquelas duas semanas de longas conversas desenvolveram em Taylor uma confiança rara sobre Travis, entregando à ele alguns dos segredos mais íntimos de sua jornada pessoal e profissional.

O contato entre eles iniciado timidamente através de textos, logo se transformou em uma interminável troca de gravações de mensagens de áudio, para então escalarem até as ligações diretas, principalmente no período noturno, à luz da lua, ambos apreciando escutar continuamente a cadência de suas vozes, e, por fim, quando Travis decidiu que precisava contemplar as expressões de Taylor dançando entre risadas sob as histórias que ele lhe contava, recorreram as chamadas via FaceTime.

Ela se viu imersa em uma sensação de tranquilidade e conforto, tão distante das expectativas que nutria ao iniciar esse flerte. Diariamente ansiando pelo momento em que sua rotina atarefada a permitiria falar com Travis, mergulhar nos assuntos banais que ele abordaria até perder o fôlego com as risadas altas do fundo de sua garganta. Era como conversar com um amigo.

Bem, ela sabia que eles não eram exatamente isso, mas gostava de criar a ilusão que sim, pois haviam poucas coisas tão reconfortantes quanto ter alguém para compartilhar os detalhes mais bobos do cotidiano, como a opinião sobre um filme que eles assistiram, a previsão do tempo para aquele dia, o prato escolhido para o jantar, e até os mais surreais, como uma possível experiência extraterrestre. Eles comentaram sobre as cidades que Taylor visitara ao longo da turnê e Travis finalmente teve a oportunidade de receber alguns detalhes sobre os bastidores dos shows. Ele ficou fascinado com a rápida troca de figurinos e cenários entre os atos.

Taylor encontrava conforto nas conversas com ele pois eram simples. Ele não estava ciente do turbilhão fodido que era sua mente, desconhecia os meses caóticos que ela havia enfrentado, nem sequer imaginava que ainda sonhava com Matty, acordando em lágrimas durante a noite. Assim, não lhe oferecia frases de preocupação ou olhares de piedade. Não precisava fingir ser forte.

Nesses momentos, ela podia se permitir ser outra pessoa. Não a estrela pop atormentada que possuía apenas riqueza. Não se sentia pressionada a corresponder às expectativas de Travis só para fazê-lo ficar, não precisando se esforçar para ser alguém que não era. Não tentava parecer boa o suficiente, bonita o suficiente, inteligente o suficiente. E realmente não precisava, pois todos os dias ele demonstrava, de alguma forma, que gostava e admirava exatamente quem ela era.

Como em uma dessas noites do início de agosto, após o segundo show usado para a gravação do filme da The Eras Tour.

— Hey, deu tudo certo? - ele perguntou ansiosamente, notando o tom de voz fatigado dela ecoando através do telefone.

the alchemy  |  tayvis storyOnde histórias criam vida. Descubra agora