Imprevistos

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Essa história não segue os eventos depois do Ensino Médio de Haikyuu.
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  Durante os meses seguintes, eles se encontravam todos os fins de semanas para fazer alguma coisa. Às vezes convidavam alguém diferente, mas raramente. A amizade deles ia se fortalecendo mais a cada dia.

  Era final de novembro e o frio já tinha chegado em Tokyo. As aulas tinham acabado, ela finalmente estava formada. Kiyomi se preparava para voltar para Miyagi e ver seu irmão. Não o viu o ano inteiro e agora passaria o tempo todo junto dele. Daria carona para Hinata e Kageyama que visitariam suas famílias no interior também. Pelo menos não dormiria na viagem, tinha duas crianças agitadas para deixá-la muito acordada.

[Hinata]: onde vocês vão passar as férias de inverno? 🥶

[Kenma]: no meu quarto

[Kiyomi]: vou pra Miyagi com você Hinata

[Bokuto]: meus pais estão na Europa. Tem espaço no carro @kiyomi? To pensando em passar o inverno fora dos perigos de Tokyo

[Hinata]: eu tava pensando, tem um camping muito bonito perto de Sendai. Bem que a gente podia passar uns dias em contato com a natureza ⛺️🏞️

[Kuroo]: Boa ideia. @Kenma precisa sair um pouco desse videogame

[Hinata]: suga-san e daichi-san concordaram em passar um tempo com a gente 😆

  Kiyomi sorriu ao ver a última mensagem de Shōyō. Só tinha visto Sugawara Kōshi e Sawamura Daichi uma vez, quando Nekomata Sensei convidou Karasuno para participar do treinamento intensivo. Não podia negar que achava o garoto moreno lindo. Não teve coragem de trocar uma palavra com ele, mas estava sempre o olhando nos jogos.

(...)

— Coloquem o cinto, por favor. – Kiyomi deu a partida no carro e todos seguiram viagem.

  Demoraram cinco horas por causa do trânsito. O caminho foi calmo, sem contar a parte que ficaram presos por quase uma hora. Todos estavam extremamente cansados e não viam a hora de chegar. Os meninos passariam a noite na casa do Hinata e depois encontrariam os outros no camping. Kiyomi decidiu que ficaria uns dias na casa do seu irmão, sentia a falta das suas provocações e puxões de orelha.

  Os próximos dias foram tranquilos. Os irmãos passaram a maior parte do tempo juntos, saíram para patinar, jogar vôlei e almoçaram quase todos os dias na churrascaria preferida de Kiyomi. Ela se sentia muito confortável perto do mais velho, quase como se não existisse mais problemas, mas tinha um.

Combinou com os garotos que no dia seguinte ela sairia cedo para encontrá-los. Estava receosa, seria a única menina ali já que Hana viajaria para os Estados Unidos. Era ela e mais oito meninos passando as férias juntos. Sua sorte era que não precisaria dormir junto com eles, muito menos perto. Sabia que não era uma ideia genial, já que Kuroo estaria lá e ele com certeza aproveitaria aquele tempo ao máximo para irritá-la.

(...)

Segunda semana de dezembro e a neve já tomava conta de quase tudo. O vento frio soprava forte, o que dificultava o caminho de Kiyomi até o acampamento dos meninos. Uma viagem que demoraria uma hora, levava mais de duas. Não era possível que podia ser tão azarada assim, todas as vezes que saía para dirigir, alguma coisa a impedia de chegar ao seu destino com tranquilidade.

Já não aguentava mais esperar e o sinal de internet era fraco, então não conseguia passar seu tempo em qualquer rede social. Até tentou se distrair com um jogo qualquer que tinha no seu celular, mas a cada minuto que passava, Kiyomi ficava mais irritada.

O sol estava se pondo e ficaria escuro rápido, por sorte a garota tinha conseguido sair do trânsito e em poucos minutos estaria com os garotos. Mas a noite a alcançou rapidamente. Em um piscar de olhos ela mal conseguia ver a estrada e a neve dificultava cada vez mais. Se não tivesse sorte, precisaria passar a noite ali no carro.

Tentou mandar mensagem para todos os garotos, porém nenhum respondia. Não teve escolha senão ligar, mas tudo em vão. Ligou para todos os seis e parecia que ninguém queria que ela chegasse, já que nenhum atendeu. Não teve escolha senão ligar para aquele que ela não queria.

— O-oi... – Quando Kuroo finalmente atendeu, ela sentiu um alívio, mas só por não ter sido ignorada — eu preciso de ajuda... — Praticamente sussurrou aquelas palavras. Pedir ajuda para o cara que ela mais odiava era muita humilhação e ela tinha certeza de que ele a zoaria para sempre.

— O que você quer? – Kuroo respondeu de forma grosseira, por mais que sentisse 0,000001% de preocupação.

Kiyomi explicou toda a situação e o moreno pediu para que ela mandasse sua localização. Enquanto ele via, os dois ficaram em silêncio. Ela podia jurar que ele estava ouvindo seu coração do outro lado da linha.

Sua respiração ia ficando cada vez mais pesada, suas mãos molhadas e seu coração batia cada vez mais forte dentro do seu peito. Estava escuro e ela sozinha no meio da estrada. Sua imaginação começou a ganhar espaço. Podia jurar que tinha alguma coisa ao redor do carro. Kuroo demorava mais que o normal, deixando-a ansiosa.

— K-kuroo, vai logo. Manda alguém aqui! – Sua palavras saíram desesperadamente. Se ficasse mais tempo ali surtaria.

— Akaashi saiu com Bokuto e com o carro. – Ele falou tranquilo, como se ela tivesse ligado para perguntar sobre os dois.

— E oq eu faço?! – Kiyomi praticamente gritou para o garoto.

— Eu vou te buscar. — E antes que ela pudesse responder qualquer coisa, Kuroo desligou o telefone.

Como ele faria aquilo? Estava nevando, escuro e ele não tinha carro. Seus pensamentos começaram a tomar conta de tudo. Falou sozinha por vários minutos afim de diminuir o medo, mas toda vez que olhava o relógio ficava mais ansiosa. Parecia que o tempo demorava de propósito.

Já havia se passado mais de uma hora e ela estava quase pegando no sono. Tinha aceitado que ficaria ali até o amanhecer, era impossível que Kuroo fosse buscá-la por vontade própria. Seus olhos estavam fechados e ela, encolhida no banco do motorista.

"Toc toc". Alguém bateu no vidro do carro. Kiyomi sentiu seu corpo gelar. Não conseguia ver o que estava fora do carro por causa da escuridão da noite. Sabia que ia morrer ali, não tinha mais como escapar. Apertou as mãos e os olhos o máximo que pode para tentar conter o medo dentro de si.

— Abre essa merda Kiyomi! – Ela conhecia aquela voz. Kuroo... não é possível que ele estava ali.

Abriu a porta o mais rápido que pôde. Estava frio e Tetsurō devia estar morrendo ali fora.

— você veio... – Kiyomi não podia acreditar que ele tinha feito aquilo por ela. Olhou no celular e viu que estava fazendo 4°C. Sentiu seu coração vacilar por aquele gesto. Ninguém tinha feito algo parecido.

Olhou para o moreno ao seu lado e todo medo foi embora. Ela estava segura agora. Pelo menos achava que sim.
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  Espero que estejam gostando. <3

Beijoos, boa leitura!

Amor em Jogo | Kuroo TetsurōOnde histórias criam vida. Descubra agora