Confluência

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  Essa história não segue os eventos depois do Ensino Médio de Haikyuu.
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  Depois que saíram do dormitório, Bokuto pediu para que Kiyomi e Kuroo os esperassem na frente do prédio para que ele pudesse chamar os outros garotos. Passaram-se duas horas desde então e nada deles. O moreno estava tão concentrado em seu celular que nem percebeu que já eram quase nove horas da noite.

— Acho que eles nos esqueceram... – Ela falou tentando chamar a atenção dele, mas foi em vão, deixando-a irritada — Tá, já que vai me ignorar, vou voltar para meu dormitório. – Quando virou-se para sair os dois ouviram um estrondo muito alto vindo do céu e rapidamente a chuva começou a cair.

  Isso fez com que Kuroo tirasse a atenção do celular e os dois correram para o dormitório. Não tinha jeito, agora precisariam se aguentar até que aquela tempestade parasse. Ótimo, era tudo que precisavam. Se desprezavam e estavam juntos em um dormitório minúsculo, não podia ser melhor!

  Ficaram uns 15 minutos em silêncio. Aquilo estava os consumindo. Queriam falar, mas o quê? Qualquer assunto que tentassem puxar acabaria rapidamente. Eram orgulhosos e sabiam.

— Você está molhado... – Ela engoliu seco antes de encará-lo. Estavam tão perto que tinha medo de que ele pudesse ouvir seu coração.

— Eu me seco. – Respondeu de forma curta e grossa. Não queria abaixar a guarda, precisava ser assim.

  Kiyomi suspirou e levantou-se para fazer qualquer coisa que a deixasse distraída e bem longe do moreno. Era estranho que ao mesmo tempo que sentia raiva, também gostava de estar perto. Por isso fez terapia durante todo esse tempo, mas ainda tinha muita coisa para consertar.

— kiyomi... – Kuroo falou baixo, mas foi o suficiente para que ela ouvisse e se virasse. Olhavam nos olhos e seus corações batiam mais rápido que o normal. Queria falar com ela, pedir desculpas e dizer que ainda tem aqueles sentimentos. Mas não conseguia — Pedi um táxi, acho que ele já está chegando... obrigado, quer dizer, por me deixar ficar aqui. – Ele sorriu minimamente e foi até a porta.

— Espera... – Quando Tetsurō virou eles ficaram quase grudados. Suas respirações estavam pesadas e tinham a visão perfeita de seus rostos. Ela queria tanto... beijá-lo. Se ele também quisesse, ela não se importaria com isso.

  Kuroo se aproximou mais dela, fazendo com que eles ficassem centímetros um do outro. Podia beijá-la, sentiu tanta vontade de fazer isso. Os dois estavam de olhos fechados, preparados há anos para que aquilo acontecesse de novo.

— KIYOMI-SAN!! – Ambos se afastaram num salto. Alguém estava quase quebrando a porta de tanto bater. Não pode deixar de pensar que aquilo tinha salvado sua vida. Por mais que tivesse uma tensão enorme entre os dois, preferia que ficassem somente no ódio.

  Kiyomi abriu a porta o mais rápido que pode e Kuroo foi até o outro canto do quarto. Não queriam que pensassem qualquer coisa. Se odiavam.

— Oi Hana, que susto – A garota soltou uma risada soprada e abriu passagem para a garota. Era inevitável que ela visse Kuroo ali, então nem tentou escondê-lo.

— O que ele faz aqui? – Yamazaki falou com certo desdém. Não simpatizava com Kuroo, principalmente por todas as coisas que Kiyomi falou sobre ele.

— Ele já está indo embora, veio s- – A menina foi pegando forte no braço do moreno e o puxou para a porta.

— Vocês não vão no boliche? Estávamos esperando vocês! – Os dois se olharam confusos. Esperaram mais de duas horas por eles — Kenma e Tsukishima cravaram uma partida incessante de videogame, depois Kageyama quis derrotar o Hinata. – Hana falava rindo enquanto lembrava da cena — Por isso demoramos, mas Bokuto mandou que eu viesse te buscar. Sorte que Kuroo também estava aqui.

  Os dois se olharam lembrando do que quase tinha acontecido. Precisavam esquecer e ficar o mais longe possível um do outro para que isso não voltasse a se repetir. Assim que saíram do quarto, toda a raiva que sentiam voltou à tona. Se odiavam.

(...)

— Vai se fuder, quatro olhos! – Kageyama travava uma batalha com Tsukishima. O loiro provocava Tobio todas as vezes que era sua vez, fazendo com que ele errasse.

  Kiyomi não quis jogar. Ela e Kenma preferiram ficar sentados observando os outros. Hana, Bokuto, Yamaguchi e Tsukishima formavam uma equipe, Kageyama, Hinata, Akaashi e Kuroo eram outra. Uma das equipes estava perdendo por muito, não era preciso ser um gênio para saber qual.

— Não liga pra ele... – Kozume tirou toda sua atenção do videogame pela primeira vez na noite e virou-se para a morena — Eu não sei o que aconteceu, mas não liga para o que ele fala.

— Você não sabe mesmo... e eu não ligo, não é como se eu fizesse alguma coisa para agradá-lo. – Ela o fuzilou o moreno com o olhar. Como podia odiar tanto alguém assim? Era tão ressentida que não conseguia pensar em perdoá-lo. Ninguém entendeu na época, não entenderiam agora.

— Yamaguchi, você está me atrapalhando. – Era a vez de Tsukishima jogar, mas Tadashi não saía de perto dele.

— Ah, desculpa Tsukki. – Kiyomi achou engraçado o jeito que ele se referia ao loiro, ainda mais quando Bokuto chamava Kei assim.

  Eles eram divertidos, não podia negar. Hinata falava muitas bobeiras, o que deixava Kageyama irritado; Bokuto provocava Tsukishima, sempre irritando o menino. Akaashi e Kenma eram os mais normais dali.

  Sentia-se bem com eles.
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Espero que estejam gostando. <3

Beijoos, boa leitura!

Amor em Jogo | Kuroo TetsurōOnde histórias criam vida. Descubra agora