Mudança

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Essa história não segue os eventos depois do Ensino Médio de Haikyuu.
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Depois daquele dia, Kiyomi nunca mais foi a mesma. Vocês já ouviram essa frase antes quando Kuroo destruiu a confiança dela, dessa vez ele tinha destruído todo o resto que sobrou.

Saito ofereceu ajuda para que ela comprasse um apartamento perto do seu trabalho, assim não gastaria gasolina atoa, mas Keishin pediu para que ela fosse morar com ele em Miyagi e ela aceitou.

Estava cansada da vida em Tokyo, da correria do dia a dia, da ansiedade que a cidade grande causava. Precisava de um tempo com a única pessoa que se importava realmente com ela, seu irmão.

Então ela largaria tudo? Seu emprego, seus amigos, sua formação só para ter uma vida tranquila no interior? Sim, estava disposta a isso. Seu emprego estava ruim, não levava jeito para ser treinadora e às vezes se perguntava se realmente tinha escolhido a faculdade certa; Seus amigos se afastaram, claro. Eram adultos, estavam na faculdade e precisavam tomar um rumo na vida. Não deixaram de se encontrar, mas ela preferiu evitá-los.

  Sobre sua formação, desde que entrou na faculdade ela se perguntava se tinha feito a escolha certa. Entrou porque gostava ou foi por Bokuto? Tentaria trabalhar com esportes, mas de outra forma. A organização de eventos esportivos despertou em Kiyomi uma mistura de sentimentos, reacendendo sua paixão pelo esporte e também provocando reflexões sobre seu futuro profissional. Gostava de estar naquele mundo e não precisava entrar na quadra, era perfeito.

  Passou dois anos estudando para o concurso público da prefeitura de Sendai. Teria a chance de trabalhar organizando e coordenando eventos de qualquer ramo esportivo: Vôlei, basquete, futebol, judô, tudo seria organizado por ela. Como coordenadora, Kiyomi assumiria a responsabilidade de organizar todos os aspectos dos torneios, desde a definição das chaves dos jogos até a preparação das premiações. Além disso, ela se empenharia em garantir que o evento contasse com o apoio de patrocinadores e parceiros, assegurando recursos financeiros adequados para proporcionar uma experiência memorável aos participantes. Entre suas atribuições estaria também a coordenação do transporte e hospedagem das equipes que se classificassem para os campeonatos nacionais, garantindo que pudessem competir em condições ideais e representar sua região da melhor maneira possível.

Coordenadora de Eventos Esportivos. Seria esse o seu destino? Esperava que sim, havia se encontrado finalmente em uma profissão que a deixava feliz. Cada dia era uma coisa nova e mesmo com a dor de cabeça que o trabalho dava, ela se sentia realizada. Estava perto do seu irmão, perto da escola que estudou no fundamental e perto do avô de Keishin, aquele que lhe ensinou tudo que sabia sobre vôlei.

Não era uma mudança tão drástica na sua vida, mas era perfeita. Não precisava se preocupar com seu passado, com Kuroo ou com seus amigos de Tokyo. Todos ficaram para trás e raramente lembrava-se deles. Sua história tomava outro rumo, um que ela sentia que podia controlar.

(...)

  Agosto de 2021, eram as classificatórias do campeonato de primavera. Conseguiu muitos patrocinadores da região e alguns de fora, como uma empresa de tecnologia e até mesmo uma de advocacia. Estava satisfeita com o que tinha feito, elevou o torneio de Sendai para outro nível e se continuasse assim, poderia até fazer algo maior.

— Está ansiosa? – Keishin apareceu no escritório que Kiyomi arrumou na casa dos dois. Passava o dia inteiro ali — Espero que tenha guardado o primeiro lugar pro Karasuno. – O loiro sorriu de forma divertida.

— Sim... – Kiyomi estava concentrada no seu computador, apenas respondeu a primeira pergunta do irmão sem dar atenção ao resto.

— Ah, me dá um pouco de atenção. Você passar o dia no computador e quando tem tempo livre você continua trabalhando. – Ukai parecia chateado. Ele estava certo, o tempo que sobrava quando era treinadora não existia mais, passava 24 horas do seu dia no computador ou em reuniões, não imaginava que seria tão ocupada.

— Me desculpa... – Kiyomi desligou o computador e virou a cadeira na direção da porta, onde Keishin estava encostado — E não, o primeiro lugar não está guardado para ninguém.

— Vem tomar café, hoje temos um dia cheio. Os meninos estão ansiosos, espero que eles consigam passar... – Depois de uma breve pausa do seu cargo de treinador, Keishin havia voltado para o Karasuno. Foi ele que ajudou o time de 2012 a chegar nos nacionais, era apaixonado por aquilo.

— Sim, os patrocinadores de Tokyo enviaram um representante cada, preciso encontrá-los daqui 40 minutos. – Eles sentaram na mesa — Que saudade desse campeonato, lembra quando quase ganhamos do Shiratorizawa no fundamental?

— O time feminino do Kitagawa Daīchi era muuuito melhor que o do Shiratorizawa, aquela partida foi ridícula. – Ela riu do comentário. Também tinha essa mesma opinião — Pelo menos vocês acabaram com elas no ano seguinte.

  Era tão bom morar com Keishin. Quando ainda morava em Miyagi, ele era como um pai, sempre preocupado com as notas e torneios da menina. Sua mãe não ligava para isso, então ele sentia que precisava.

— Eu te amo... obrigada por sempre cuidar de mim. – Os dois abriram sorrisos enormes. Ukai sentia falta de ouvir aquelas palavras, ela não era de demonstrar seus sentimentos dessa forma.

  Após terminar sua refeição rapidamente para garantir que chegaria a tempo de encontrar os representantes sentiu seu coração acelerar ainda mais dentro do peito, como se estivesse prestes a saltar. Animada e ansiosa, não apenas por conhecê-los, mas também por parecer profissional, ela havia trabalhado em sua comunicação por dois anos.

No caminho, repassou mentalmente o que falar e como se apresentar. Embora já tivesse feito isso antes, a falta de eventos no ano anterior a deixou sem essa prática. A pandemia havia interrompido todos os torneios recentes, e agora, como coordenadora do primeiro campeonato de primavera pós-pandemia, estava determinada a fazer deste ano inesquecível.

Estacionou o carro no ginásio, onde encontraria os dois rapazes. Não estava atrasada; pelo contrário, ainda faltavam 15 minutos para o horário combinado. Agora, era apenas uma questão de manter a calma e transmitir confiança quando os encontrasse. Esperou esse tempo no carro e, após respirar fundo e ajustar a postura, pronta para o encontro que poderia mudar o rumo de sua carreira, saiu do veículo, sentindo uma mistura de nervosismo e determinação. Caminhou em direção ao ginásio, avistando os representantes conversando próximo à entrada. Com um sorriso confiante, ela se dirigiu a eles, pronta para iniciar uma nova fase de sua jornada profissional.

— Bom dia, vocês devem ser- Kuroo? – Não podia ser. Se aquilo fosse um sonho, desejava acordar urgentemente. Era ele ali na sua frente e o pior, era ele um dos representantes.

— Então você é Saito Kiyomi? – Testurō sorriu como se já soubesse daquilo. Ele sabia.
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Ele de terno é minha perdição

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Ele de terno é minha perdição.

  Esse capítulo foi mais contextualização para o encontro deles, afinal não teria motivos para eles se encontrarem se ela continuasse como treinadora e como não queria que ela largasse o esporte (engraçado que é a mesma profissão do Kuroo pós timeskip)

  Espero que estejam gostando, está na reta final. Beijoos <3

Amor em Jogo | Kuroo TetsurōOnde histórias criam vida. Descubra agora