Epílogo

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— Miyuki, desce agora! – Kiyomi gritou e continuou esperando no começo da escada.

  Dez anos haviam passado desde que Kiyomi tinha viajado até Tokyo para ficar com Kuroo. Uns anos depois os dois se casaram e então engravidaram dos gêmeos, Miyuki, a menina bagunceira e falante, e Satoshi, o oposto da irmã. A vida dos dois ia bem, todas as desavenças que tiveram no passado foram resolvidas e agora raramente brigavam. Depois do nascimento das crianças, Kuroo resolveu se mudar para Miyagi e ficar perto da família da mulher, mas passavam as férias em Tokyo.

— Calma mãe! Já vou.

— Satoshi, você pode ir lá em cima e pedir pra sua irmã descer logo? Por favor. – Kiyomi disse e passou a mão no cabelo do menino que concordou.

— Como vai minha linda e maravilhosa esposa? – Kuroo apareceu por trás da mulher e a abraçou com força. Ele segurava uma rosa e deu na mão de Kiyomi — Achei que você merecia uma flor.

— Por que isso? – Ela riu e virou-se. A cada dia que se passava, Kiyomi se apaixonava mais por ele — Obrigada, amor. – A mulher abraçou o pescoço dele.

— As crianças estão prontas? – O moreno beijou a bochecha da esposa — O trem sai em algumas horas.

— Miyuki ainda não terminou de arrumar o cabelo, mas pedi para Satoshi chamá-la.

— Sempre ocupada com o cabelo. Parece com você quando era mais nova. – Kuroo riu, balançando a cabeça.

— Não me provoca! – Kiyomi brincou, dando um leve empurrão no peito dele. — Mas é verdade... Ela puxou a teimosia da mãe.

  Antes que Kuroo pudesse responder, passos rápidos ecoaram pela escada. Satoshi desceu correndo, com uma expressão de exasperação.

— Ela disse que não consegue ajeitar o laço do cabelo e vai demorar mais um pouco. – O garotinho deu de ombros e foi para o sofá.

  Kiyomi suspirou e lançou um olhar cansado para Kuroo.

— Parece que alguém aqui vai precisar de ajuda. Vou subir lá.

— Deixa comigo. – Kuroo ofereceu-se, já subindo as escadas — Talvez um toque do papai resolva essa crise.

  Enquanto Kuroo subia, Kiyomi sorriu para Satoshi, que já estava sentado, folheando um livro de quadrinhos. Ele sempre foi mais tranquilo, preferindo momentos de paz ao caos constante da irmã.

— Pronto para a viagem? – Kiyomi perguntou, sentando-se ao lado dele.

— Sim, mãe. Só espero que a Miyuki não demore tanto como da última vez... A gente quase perdeu o trem.

  Kiyomi riu, bagunçando o cabelo do filho.

— Vamos tentar não repetir isso.

  No quarto, Kuroo encontrou Miyuki diante do espelho, tentando ajeitar o laço vermelho nos cabelos negros. As sobrancelhas franzidas mostravam sua frustração.

— Precisa de uma ajudinha? – Kuroo perguntou, se aproximando.

— Pai! – Ela exclamou, virando-se de repente — Esse laço não fica do jeito que eu quero!

  Kuroo abaixou-se na altura dela e, com mãos habilidosas, arrumou o laço com precisão.

— Prontinho. Agora você está perfeita, como sempre.

  Miyuki sorriu radiante e pulou para abraçá-lo.

— Obrigada, papai!

— Tudo bem, mocinha. Agora vamos descer antes que sua mãe venha aqui pessoalmente te arrastar.

Amor em Jogo | Kuroo TetsurōOnde histórias criam vida. Descubra agora