Redenção

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   Essa história não segue os eventos depois do Ensino Médio de Haikyuu.
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Kiyomi acordou com a luz do sol em seu rosto e sua cabeça parecia que ia explodir. Olhou para o chão e viu Bokuto dormindo profundamente ali. Não sabia porque ele estava no quarto, se lembrava só de que tinham ido a uma festa.

Levantou-se e foi na direção da cozinha para tomar água. Estava com uma ressaca fodida, não deveria ter se acabado em bebida na noite passada.

Enquanto tentava resolver seu problema a campainha começou a tocar freneticamente. Quem seria aquela hora da manhã em um feriado? Caminhou lentamente até a porta principal e olhou pelo olho mágico.

— Keishin! – Destrancou e abriu rapidamente. Não podia acreditar que seu irmão estava ali, na sua frente. Pulou em cima dele, quase derrubando-o. Sentia tanto sua falta — Que saudade eu tava.

— Também estava. – O mais velho abraçou a garota e abriu um enorme sorriso. Tinha tirado a semana para ficar com sua irmã. Se viam muito pouco — Tive que pedir o endereço para o seu pai, senão não teria surpresa. – Os dois riram e entraram. Não teria como seu feriado ficar ruim, seu maior protetor estava ali.

— Kiyomi-san, pode me emprestar uma to- AHh! – Bokuto estava só de cueca, era algo que a garota via com mais frequência do que gostaria, mas Keishin claramente não estava acostumado.

— Que porra!? Kiyomi, que merda vocês estavam fazendo?! – Keishin virou-se o mais rápido que conseguiu, não queria ver aquela cena por muito tempo.

— A-a gente não fez nada... eu acho... – Kiyomi soltou um riso nervoso — A toalha tá no banheiro, Bokuto. P-pode pegar lá. – O garoto saiu dali em um passo, com o rosto vermelho de vergonha. Kiyomi não conseguiu segurar a risada com toda aquela situação.

— Mano que merda, você dormiu com ele? Seu pai vai te matar! – Keishin estava envergonhado, não queria ter visto o melhor amigo da sua irmã daquele jeito, muito menos imaginar o que eles fizeram de noite.

— Eu não dormi com ele! E, ei! Você não manda mais em mim, sei me cuidar muito bem! – Ela deu um soquinho no ombro do mais velho e os dois começaram a rir.

  Não lembrava de nada da noite passada, mas tinha uma certeza: nunca dormiria com seu melhor amigo.

(...)

  Kiyomi estava deitada com a cabeça no colo de Keishin, estavam vendo um filme qualquer de terror dos anos 90 que encontraram. Bokuto já tinha ido embora, claro, antes contou tudo que tinha acontecido na festa, desde todas as pessoas que ela beijou até a briga entre Kuroo e Daichi.

  Ela estava com raiva dos dois. Homens podiam ser tão idiotas às vezes.

— você está bem? – Keishin acariciava sua cabeça e olhava fixamente para a televisão.

— sim... – Kiyomi disse baixo e sem nenhuma emoção, então o loiro não perguntou mais nada.

  Ela se sentia tranquila, pelo menos enquanto não tinha falado com nenhum deles e preferia assim. Se odiava por sempre fugir das coisas, mas era desse jeito e não mudaria só para conversar os dois idiotas.

  Depois de terminarem o filme, Keishin foi se deitar. Estava cansado da viagem e não via a hora de dormir, mas Kiyomi se sentia o oposto, disposta e agitada. Iria caminhar, por que não? Se encontrava atoa mesmo. Nem se arrumou, apenas colocou um tênis, um moletom e saiu.

*Coloquem a música Someone to Stay para melhor aproveitamento*

  Kiyomi andava tranquilamente pela rua. A noite estava calma e quieta, nenhum carro ou moto passava naquela hora. Era apenas ela e o som dos grilos que ecoavam por todo o quarteirão. Não ouvia nada além daquilo.

  Virou a esquina, estava na rua da casa de Tetsurō. Pensou em tocar a campainha e chamá-lo, igual fazia quando eram pequenos, mas deixou aquilo só em sua cabeça e passou pelo lugar sem olhar para trás. Como se tivesse deixando toda sua história longe, sem possibilidade de volta.

  Mas seu coração pedia para que ela olhasse, ela precisava olhar. E assim fez, virou-se na direção de onde vinha e encarou a calçada onde se encontrava com Kuroo todos os dias.

  Seu peito doía em pensar que tudo aquilo não voltaria mais, só queria voltar no tempo e se impedir de crescer. Se pudesse ser criança para sempre, então assim faria. Não ligava para a vida adulta, muito menos para os problemas que ela proporcionava.

— Kiyomi? – A garota voltou seus olhos para o lugar onde saía aquele voz. O moreno estava ali na porta, parado somente a encarando — O que está fazendo aí sozinha? – Kuroo foi até ela.

— Você vai me consertar? – Aquela pergunta não fazia sentido para ele, mas não precisava fazer. Ela sabia de seus sentimentos, só precisava mostrá-los.

— Eu queria te pedir desculpas, por ontem... dizer que eu era seu namorado. – Kiyomi ficou surpresa, não sabia daquela parte, Bokuto não tinha falado. Então ele se achava seu namorado? Ou foi só para protegê-la?

— Por que fez aquilo? – A pergunta foi genuína, não sentia rancor algum por ele. Só queria entender o motivo de toda aquela confusão. Nem se falaram durante as semanas e agora ele falava que eram namorados?

— Você estava bêbada e precisava de ajuda... – Kuroo desviou o olhar para o chão. Era ridiculamente burro, podia defendê-la sem agredir qualquer outra pessoa. Nunca foi bom com os sentimentos alheios e sempre pensava no seu bem-estar. — Todos precisamos de alguém para ficar. – Voltou seu olhar para os olhos da garota e aproximou seus corpos. Sentia falta dela, nenhum dos dois conseguia disfarçar isso.

— Sim, todos nós precisamos de alguém para ficar. – Kiyomi segurou a mão do moreno e entrelaçou seus dedos. Então em um gesto rápido, juntou seus lábios como não faziam há muito tempo.

  Precisavam daquilo mais do que precisavam do ar para respirar.

  Kuroo segurou a cintura da menina e a puxou para mais perto de seu corpo. Desejava aquele contato há tanto tempo que não queria mais que existisse espaço entre eles. Kiyomi passou seus braços pelo pescoço do menino e colocou sua mão na nuca dele, deixando um carinho gostoso ali.

  Suas línguas se moviam lentamente e em um movimento sincronizado. Sabiam muito bem como fazer aquilo, sabiam muito bem como eram seus beijos, mas o tempo tinha levado a sensação embora. Precisavam de muito mais que um simples beijo.

— Você pode me amar mais? – A garota separou o beijo e olhou no fundo daqueles olhos castanhos. Sentiu tanta falta daquilo que era impossível controlar o sorriso que surgia em seu rosto.

  Kuroo respondeu a pergunta com um outro beijo, mas dessa vez mais intenso. Queria a garota, desejava a garota mais do que tudo e estava disposto a tudo para não perdê-la.

  A noite acabou com os dois no sofá da sala. Estava ventando então o moreno entrou com a garota e eles se aconchegaram no móvel. Dormiram tranquilos pela primeira vez em anos. Dormiram juntos.
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  Esse capítulo é meu favorito 😭

  Eles são muito fofos, fala sério. Espero que estejam gostando. <3

  Beijoos, boa leitura!

Amor em Jogo | Kuroo TetsurōOnde histórias criam vida. Descubra agora