Confusão

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Essa história não segue os eventos depois do Ensino Médio de Haikyuu.
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  Kiyomi e Kuroo dormiram juntos no sofá. Fazia tempo desde que pegaram no sono desse jeito. Era frequente que dormissem juntos na sala depois de um dia cheio de escola.

  A garota dormia tranquilamente na casa de Testurō, nem havia percebido que o sol já tinha nascido e iluminava todo o cômodo. Passou a mão pelo sofá, ainda sem abrir os olhos, e percebeu que estava sozinha. Ele não estava ali.

— Quem é essa agora Tetsurō? Pensei que tinha parado de trazer garotas para casa – A mãe do menino parecia irritada e ele não respondia nada para ela. Podia ser irritante com os outros, mas sempre respeitou sua mãe.

  Kiyomi arrumou seu cabelo e levantou-se, seguindo a voz que vinha da cozinha. Há tempos não via a mulher, sentia falta de uma figura materna na sua vida. Depois que mudou-se para a capital, quem cuidou dela foi a Sra. Kuroo e quando terminou com ele, não tiveram mais contato.

— Bom dia... – Kiyomi sorriu sem mostrar os dentes e se aproximou dos dois. Quando a mãe do menino a olhou, parecia que tinha visto um fantasma. Pela sua cara não podia acreditar que ela estava ali.

— Kiyomi, é você! Querida, quanto tempo eu não te vejo, como você está? – A mãe do moreno abraçou a garota com força — Você me assustou, pensei que fosse mais uma garota qualquer que Testurō tem a mania de trazer pra casa. – Ela soltou uma risada nervosa e soltou a menina.

— Mãe, pelo amor de Deus! – O menino estava desesperado com as falas da mãe. Kiyomi não precisava saber desses detalhes do seu passado, não ficava com ninguém há quase um ano.

— Você sabe que não é mentira, meu amor. – A mais velha apertou as bochechas dele que agora estavam vermelhas de vergonha — Vou fazer o café para os meus dois amores. Fica a vontade, querida. – Sra. Kuroo mandou um beijo para os dois e foi preparar a refeição para os dois.

— Vai ficar aqui? – Tetsurō perguntou sem encarar Kiyomi diretamente. As falas de sua mãe o tinha deixado muito envergonhado.

— Posso ficar, não é como se eu morasse longe. — Ela sorriu.

  Ficaram uns segundos em silêncio, apenas pensando no que falar. Kuroo e Kiyomi tinham tantas perguntas para fazer, poderiam passar o dia esclarecendo tudo que estava pendente.

— Você... – Os dois falaram juntos. O moreno concordou com a cabeça para que Kiyomi prosseguisse — Você traz muitas pessoas aqui? – Não era aquilo que queria falar, era algo como: "Você ainda gosta de mim?" Ou "Você acha que podemos voltar?", mas não sentia que deveria. Tinham acabado de se "reconciliar", não seria apressada.

Kuroo pareceu um tanto quanto decepcionado com a pergunta. Esperava qualquer coisa, menos aquilo. Não tinha interesse nenhum em saber quantas pessoas ela tinha ficado ou com quem, isso só o deixaria irritado e com ciúmes. Ainda gostava dela, nunca apagou aquele sentimento mesmo que a inveja tenha falado mais alto.

— Não. – Falou sério o suficiente para sanar todas as dúvidas de Kiyomi — Minha mãe é exagerada, você sabe. Ela fala muitas coisas sem pensar.

— Quem dera minha mãe fosse assim. – Ela soltou uma risada forçada — Sorte sua.

Nunca conheceu a Sra. Sakanoshita. Não sabia sua aparência, sua personalidade e muito menos seu nome. Kiyomi evitava falar dela e sempre mudava de assunto quando a mais velha era mencionada. Com o tempo Testurō desistiu de saber, era melhor assim.

(...)

— Você está bem? – Keishin entrou na sala e sentou-se ao lado de Kiyomi. A garota estava quieta, encarando a televisão desligada. O lugar estava silencioso e escuro, a única fonte de luz vinha de uma fresta da cortina. Se não fosse pelo loiro, Kiyomi ficaria ali por horas sem se mover ou falar uma só palavra. Ela era assim, era estranha.

— Não. – Milhares de coisas passavam pela cabeça dela. Pensava em Kuroo, mas também em Daichi. Não sabia o que sentia pelos dois, nem o que eles sentiam por ela. Testurō pareceu tão genuíno na noite passada, mas Sawamura a tratava como uma princesa.

Keishin segurou a mão da irmã e ela deitou sua cabeça no ombro dele. Sentia-se uma criança perto do irmão. Cresceu sem ele, passou por todo o ensino médio sem ter o apoio do mais velho, sem poder ouvir seus conselhos. Era deprimente falar com ele por videochamada, ouvir a voz de sua mãe no fundo e ela nem perguntar sobre sua filha. Parecia que nem se importava com o ex-marido e como a vida dele com sua única filha estava indo.

— Sobre o que está pensando? – Keishin olhou fixamente nos olhos de Kiyomi. Queria entender o que passava na cabeça da sua irmãzinha.

— Minha mãe... nossa mãe. – Corrigiu sua fala e voltou seu rosto para o dele — Eu nem me despedi... é como se ela nem tivesse existido, pelo menos não pra mim. Quer dizer, ela te tratava tão bem, só me despachou pro meu pai e nunca mais falou comigo.

Keishin não sabia o que falar naquele momento. Em parte ela estava certa, sua mãe não era a melhor com sentimentos e sempre que podia ela falava mal do pai da Kiyomi. Ele sabia que aquilo deixava sua irmã chateada.

— O que você acha do Kuroo?

— O capitão do Nekoma? – Kiyomi riu soprado, era só assim que Keishin lembrava dele? — Ele parece ser legal, é bonito e acho que gosta de você.

— Ele não gosta de mim, de jeito nenhum. – Ela tinha dúvidas disso. Kuroo vivia provocando e brigando com a garota, mas sempre defendia ela, como na festa — O Daichi... ele brigou com Tetsurō anteontem.

— Daichi? Ele brigou? De bater em alguém? – Keishin pareceu muito surpreso com aquilo. Sawamura sempre foi muito calmo, perdia a paciência com os mais novos, mas quase sempre era tranquilo demais — Ele não é policial?

— A gente tá conversando faz uns dois meses, todos os dias, todas as horas... – Kiyomi sorriu ao pensar nas mensagens que havia trocado com ele — Eu não sei Kei, não sei o que fazer com os dois.

— Não faz nada, não precisa fazer nada. – O loiro beijou a testa da irmã — Deixa que eles façam. Igual naqueles livros que você gosta, ou gostava. – Os dois riram — Se Daichi ou Kuroo quiserem alguma coisa, eles que façam... mas se os dois quiserem... você precisa escolher.

Ele tinha razão. Os dois parecem interessados na garota e se esse fosse o caso, precisaria escolher. Ou um ou o outro.
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Demorei pra atualizar esse capítulo porque estava sem criatividade, por isso o capítulo não ficou tão bom 😭

Espero que estejam gostando, beijoos.

Amor em Jogo | Kuroo TetsurōOnde histórias criam vida. Descubra agora