Capítulo 13

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- Meu mergulho para morte- leu Hermes.

- O que você fez agora?- perguntou Poseidon.

- Acho melhor você descobrir durante a leitura, mas só pra você saber a culpa foi de Zeus- disse Percy.

Passamos dois dias no trem, rumo a oeste pelas colinas, por cima de rios, atravessando ondas de trigo cor de âmbar.
Não fomos atacados nem uma vez, mas não relaxei. Sentia que estávamos viajando em uma vitrine, sendo observados de cima e, talvez de baixo, que alguma coisa estava aguardando o momento certo.

- Que belo lugar eles escolheram pra atacar- disse Luke.

- Eles, foi mais de um monstro dessa vez?- perguntou Poseidon.

- Er, sim- disse Percy- mas você só vai descobrir na hora certa e fica quieto dessa vez Luke.

Tentei ser discreto, pois meu nome e fotografia estavam estampados nas primeiras páginas de vários jornais da Costa Leste. O Trenton Register-News publicou uma foto tirada por um turista quando desci do ônibus da Greyhound. Estava com uma expressão ensandecida nos olhos. Minha espada era um borrão metálico em minhas mãos. Poderia ser um taco de beisebol ou de lacrose.
A legenda da foto dizia:
Percy Jackson, 12 anos, procurando para interrogatório sobre o desaparecimento em Long Island de sua mãe há duas semanas, aparece aqui fugindo do ônibus onde abordou diversas passageiras idosas.


- Só faltava essa- disse Frank.

O ônibus explodiu no acostamento de uma rodovia a leste de New Jersey logo depois que Jackson fugiu da cena do crime. Com base em relatos de testemunhas, a polícia acredita que o menino possa estar viajando com dois cúmplices adolescentes. O padrasto, Gabe Ugliano, ofereceu uma recompensa em dinheiro para qualquer informação que leve à sua captura.
- Não se preocupe - disse-me Annabeth. - A polícia dos mortais nunca nos encontraria.


- Eu não teria tanta certeza disso dada a "sorte" que o Percy tem- disse Chris.

Mas não pareceu muito segura.
Passei o resto do dia alternando entre andar de uma ponta a outra do trem (pois para mim era difícil ficar sentado) e olhar pelas janelas.
Numa oportunidade avistei uma família de centauros galopando por um campo de trigo, arcos de prontidão, como se estivessem caçando o almoço. O menininho centauro, que era do tamanho de um pônei, percebeu que eu estava olhando e acenou. Olhei em volta no vagão de passageiros, porém mais ninguém reparou.

- Mortais- disse Hera revirando os olhos.

Os passageiros adultos estavam todos com a cara enterrada em laptops ou revistas.
Em outra, mais ao anoitecer, vi algo muito grande se movendo pelo bosque. Poderia jurar que era um leão, só que não há leões vivendo soltos nos Estados Unidos, e aquilo era do tamanho de um tanque de guerra. O pêlo tinha reflexos dourados à luz do entardecer. Ele então saltou por entre as arvores e desapareceu.
O dinheiro de recompensa por devolver o poodle Gladiola só foi bastante para comprar passagens até Denver. Não pudemos comprar leitos no vagão-dormitório, então cochilamos nos assentos. Meu pescoço ficou duro. Tentei não babar enquanto dormia, já que Annabeth estava sentada bem a meu lado.

- Não funcionou muito bem- disse Annabeth- e agora que eu percebi que você não baba quando está dormindo perto do Luke você parou ou é só algum tipo de vingança pelo caçe a bandeira?

- Um pouco dos dois- disse Percy bocejando- quando agente vai poder ir dormir?

- Só mais dois capítulos e vocês vão poder jantar e ir pra cama- disse Quíron.

Lendo Percy Jackson e o Ladrão de Raios (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora