Capítulo 12

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- Um poodle é o nosso conselheiro- leu Piper.

- Um poodle?- perguntou Reyna, Percy apenas bufou e deitou a cabeça no ombro de Luke.

- Você já vai entender- disse Grover.

Estávamos nos sentindo superinfelizes naquela noite.
Acampamos no bosque, a cem metros da estrada principal, em uma clareira pantanosa que as crianças do lugar obviamente vinham usando para festas. O chão estava repleto de latas de refrigerantes amassadas e embalagens de fast-food.

- Agente juntou tudo depois- disse Percy, quando notou os olhares dos Deuses.

Tínhamos pego um pouco de comida e cobertores da tia Eme, mas não ousamos acender uma fogueira para secar nossas roupas molhadas. As Fúrias e a Medusa já haviam proporcionado animação suficiente para um dia.

- No final não foi tão ruim vocês terem encontrado a medusa- disse Thalia- conseguiram cobertores e um pouco mais de comida.

- A Única coisa boa que tinha acontecido nesse dia tinha sido isso- disse Annabeth.

Não queríamos atrair mais nada.
Decidimos dormir em turnos. Prontifiquei-me a ser o primeiro a ficar de guarda.
Annabeth enroscou-se sobre os cobertores e já estava roncando quando sua cabeça tocou o chão. Grover subiu com seus tênis voadores para o galho mais baixo de uma arvore, encostou-se no tronco e ficou olhando para o céu da noite.

- Eu não ronco- disse Annabeth

- Ronca sim- disseram Luke, Thalia, Grover e Percy.

- Vá em frente e durma - disse a ele. - Acordo você se houver problemas.
Ele assentiu, mas ainda assim não fechou os olhos.
- Isso me deixa triste, Percy.
- O quê? Ter se juntado a essa missão estúpida?
- Não. Isso me deixa triste. - Ele apontou para todo aquele lixo no chão. - E o céu. Não dá nem para ver as estrelas. Eles poluíram o céu. Esta é uma época terrível para ser um sátiro.
- Ah, sim. Acho que você seria um ambientalista.
Ele me lançou um olhar penetrante.
- Só um ser humano não seria. Sua espécie está entulhando o mundo tão depressa que... Ora, não importa. É inútil fazer sermões para um ser humano. Do jeito que as coisas vão, nunca encontrarei Pan.
- Que Pan?

- Você realmente achava que eu sabia quem ele era ninguém me falou sobre ele no acampamento- disse Percy.

- Grover ele estava começando a ficar com sono- disse Luke.

- Acabei não percebendo- disse Grover envergonhado.

- Pan! - bradou, indignado. - P-A-N. O grande deus Pan! Acha que quero uma licença de buscador para quê?
Uma brisa estranha faz farfalhar a clareira, encobrindo por um momento o fedor de lixo e putrefação.
Trazia o cheiro de frutas e flores selvagens, e de água limpa de chuva, coisas que devem ter existido algum dia naqueles bosques. De repente, senti saudades de algo que jamais conhecera.
- Fale-me sobre a busca - disse eu.
Grover olhou para mim com receio, como se temesse que eu estivesse apenas me divertindo às custas dele.
- O Deus dos Lugares Selvagens desapareceu há dois mil anos - contou. - Um marinheiro vindo da costa de Éfeso ouviu uma voz misteriosa gritando na praia: "Conte a eles que o grande deus Pan morreu!"

- Me lembro desse dia- disse Apolo- o Olimpo virou um caos.

Quando os seres humanos ouviram a notícia, acreditaram. Estão pilhando o reino de Pan desde então.
Mas, para os sátiros, Pan era nosso senhor e mestre. Era nosso protetor, e também dos lugares selvagens na Terra. Não acreditamos que tenha morrido. A cada geração, os sátiros mais valentes empenham a vida para encontrar Pan. Eles esquadrinham o planeta, explorando todos os locais mais selvagens à espera de encontrar o lugar onde ele se esconder e despertá-lo de seu sono.
- E você quer ser um buscador.

Lendo Percy Jackson e o Ladrão de Raios (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora