Capítulo 15

251 12 7
                                    

- Um deus compra cheesburgers para nós- leu Dakota.

- Mais uma intromissão- disse Zeus.

Na tarde seguinte, 14 de junho, sete dias antes do solstício, nosso trem entrou em Denver. Não comíamos nada desde a noite anterior no vagão-restaurante, em algum lugar de Kansas. Não tomávamos banho desde que saímos da Colina Meio-Sangue, e eu tinha certeza de que isso era oóbvio.

- Certo isso no deve ter sido muito confortável- disse Léo.

- Você nem imagina- disseram Percy, Annabeth e Grover.

- Vamos tentar entrar em contato com Quíron - disse Annabeth. - Quero contar a ele sobre sua conversa
com o espírito do rio.
- Não podemos usar telefones, certo?
- Não estou falando de telefones.

- Porque eu sou sempre o último a saber das coisas?- perguntou Percy emburrado.

- Não deu tempo de te explicar sobre Mensagem de Íris- disse Luke.

Perambulamos pelo centro da cidade por cerca de meia hora, embora eu não soubesse muito bem o que Annabeth estava procurando. O ar estava seco e quente, o que era estranho depois da umidade de St. Louis. Aonde quer que fôssemos, as Montanhas Rochosas pareciam me olhar, como um tsunami prestes a quebrar sobre a cidade.
Finalmente encontramos um lava-jato vazio. Fomos para o boxe mais afastado da rua, atentos a carros de policia. Éramos três adolescentes sem automóvel em um lava-jato; qualquer policial que se prezasse deduziria que não estávamos tramando nada de bom.

- Acho que não iria se importar, os policiais de hoje são um bando de imprestáveis- disse Jason.

- O que exatamente estamos fazendo? - perguntei quando Grover pegou a mangueira de um compressor.
- São setenta e cinco centavos - resmungou. Só me restauram duas moedas de vinte e cinco. Annabeth?
- Não olhe para mim - disse ela. - O vagão-restaurante me deixou lisa.
Pesquei o meu último restinho de trocados e passei uma moeda de vinte e cinco centavos para Grover, o que me deixou com cinco e um dracma da Medusa.

- Agora realmente ferrou vocês estão sem dinheiro- disse Léo.

- Excelente - disse Grover. - Poderíamos fazer isso com qualquer spray, é claro, mas a conexão não fica boa, e meus braços cansam de tanto bombear.
- Do que está falando?
Ele depositou as moedas e ajustou o botão para ESGUICHOFINO.
- M. I.
- Mensagem instantânea?
- Mensagem de Íris - corrigiu Annabeth. - A deusa do arco-íris transmite mensagens aos deuses. Se a gente souber como pedir, e ela não estiver atarefada demais, fará o mesmo para meios-sangues.

- Mais alguma coisa que vocês tem que agente não tem?- perguntou Reyna.


- Você convoca a deusa com um compressor?
Grover apontou o bico da mangueira para o ar e água saiu chiando em uma espessa névoa branca.
- A não ser que conheça um meio mais fácil de fazer um arco-íris.
De fato, a luminosidade do fim de tarde se filtrou através da névoa e se decompôs em cores.
Annabeth estendeu a palma da mão para mim.
- Dracma, por favor.
Eu o entreguei.

- E lá se foi o último dracma que vocês tinham- disse Apolo.

Ela ergueu a moeda acima da cabeça.
- Ó deusa, aceite nossa oferenda.
Jogou o dracma no arco-íris. Ele desapareceu em um tremuluzir dourado.
- Colina Meio-Sangue - solicitou Annabeth.
Por um momento, nada aconteceu.
E então eu estava olhando através da névoa para campos de morangos e o Estreito de Long Island a
distância. Era como se estivéssemos na varanda da Casa Grande. Em pé, de costas para nós junto à cerca,
estava um cara de cabelos com cabelo castanho escuro, de bermuda e camiseta regata laranja. Segurava uma espada de bronze e parecia olhar atentamente para algo na campina.

Lendo Percy Jackson e o Ladrão de Raios (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora