Primeiro.

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Skyler Lombardi

6 anos atrás • Florença, Itália.

|22:30 PM.

Eu continuo envolvendo meus próprios braços contra o meu corpo, na tentativa de procurar por mais aquecimento enquanto a chuva aumenta ao cair do céu. A rua não tem qualquer movimento a não ser pelos os carros a mais de 100 km por hora na pista principal. Sinto minhas mãos gélidas e meu lábio volta a tremer, continuo andando e sinto meus sapatos cada vez mais encharcados a cada passo que dou.

Noto uma luz vibrante a poucos metros de distância e consigo ler claramente o que está escrito no leiteiro.

Loja de conveniência, vinte e quatro horas.

Ao me aproximar, vejo pelo o vidro apenas um garoto que aparenta ter a minha idade de costas para mim, enquanto parece discutir com a mulher mais velha que está atrás do balcão. Analiso bem o local, percebendo que qualquer coisa que eu leve daqui não será se quer notado. Empurro a porta com as mãos, ouvindo o sino que notifica minha presença.

― Estou falando sério, Malik. ― A mulher diz seriamente ainda com os olhos fixos no garoto a sua frente. ― Se os seus pais te pegam aqui novamente, eu estou morta. Você entendeu?

― Não seja dramática, Cíntia. ― Noto a ironia na voz do garoto. ― Eu posso inventar uma desculpa.

Eu prefiro não focar na conversa inútil dos dois e caminho até a prateleira de enlatados, onde procuro por qualquer coisa que acalme minha fome.

―Na próxima vez que aparecer aqui, eu faço questão de ligar para eles e te dedurar.

― Eu venho atrás de você para conforto e levo uma facada? ― Seguro minha risada quando ouço o drama do garoto.

Pego duas latas de ervilhas e coloco no bolso úmido da minha jaqueta, me virando para a prateleira de biscoito em seguida.

― Eu já tenho cinquenta anos, garoto. ― A mulher chamada Cíntia suspira irritada. ― Tenho contas para pagar e um emprego de merda, eu sempre te acolhi aqui por conta da sua história, mas eu não vou colocar o meu pescoço pelo o seu drama.

Pego duas barras de cereais e coloco no outro bolso, caminhando tranquilamente até a saída, mas o silêncio repentino me incomoda e eu olho lentamente para trás e vejo que os dois me encaram.

― E agora eu tenho uma mocinha tentando roubar da minha loja.

A mais velha me analisa e eu respiro fundo. O garoto em sua frente tem um sorriso provocativo nos lábios e apesar de aparentar a minha idade, eu noto uma tatuagem no seu pescoço, o que me faz erguer a sobrancelha.

― Pelo menos eu não sou o único que rouba nessa idade. ― Ele resmunga e a Cíntia lhe lança um olhar sério.

-―Desculpe..―- Resmungo um pouco baixo. ― não irá se repetir.

Eu solto tudo que está escondido sobre o bolso da minha jaqueta e me aproximo do balcão, deixando os pertences ali mesmo. Cíntia cerra os olhos em minha direção enquanto o garoto só me olha entediado.

― Espere, menina. ― Ela me chama quando ameaço sair. -―Quantos anos você tem?

-―Quatorze. ― Enterro as mãos nos bolsos da jaqueta e ela assentiu.

-―Como se chama?

― Skyler.

― Está com fome, huh? ― Questiona e eu dou um passo para trás antes de assentir. ― Pode levar e se por acaso precisar de comida novamente, não roube. Apenas me comunique e eu te ajudarei, ok?

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