Eu realmente nem sei por onde começar. Como vou me entender com aquele garoto?
Estava na biblioteca, meu pai já havia me liberado do castigo, e já podia usá-la novamente. Estava lendo um livro trouxa até que vejo Malfoy entrar no cômodo. Resolvo ignorá-lo, já que tenho que evitar conflitos com ele.
Por incrível que pareça, ele apenas pega um livro e se senta em um puff qualquer. Talvez não vá ser tão difícil como eu esperava.
Ficamos um tempo em silêncio, até que ele resolve quebrá-lo.
— Seu pai também te contou? — Ele fecha o livro e olha para o teto.
Apenas murmuro um "uhum" e continuo a prestar atenção no meu livro.
— E você concordou? — Ele me olha.
— Óbvio, é Hogwarts — digo como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— Então faça isso dar certo. Não quero perder essa oportunidade por sua causa.
Ah, não.
Fecho meu livro e olho para ele, séria.
— Por minha causa? Sério? Vamos nos lembrar que sempre é VOCÊ que começa a implicar comigo — dou ênfase no "você".
— EU? Até parece — ele revira os olhos.
— Sim, VOCÊ. Sempre é você que começa a me irritar, como daquela vez que colocou pimenta no meu suco de abóbora, e no outro dia, quando você colocou a culpa em mim por quebrar o vaso de decoração da sua mãe, ou quando, essa semana mesmo, pegou meu livro e jogou na lareira — conto nos dedos.
— Primeiramente, eu não joguei o seu livro na lareira, e segundamente, você acabou de inventar tudo isso. — Lá vai ele revirar os olhos novamente.
Esse garoto só pode estar brincando com a minha cara.
— Você quase jogou! — Eu me irrito.
— Mas não joguei, pare de ser dramática, Willow — ele se levanta.
— Eu? Dramática? — Eu coloco meu livro em uma mesinha à minha frente, observando o garoto cerrar o punho. — Falou o filhinho de papai, super mimadinho, que qualquer coisinha que acontece, já corre pros braços do papai.
— Pelo menos meu pai faz algo por mim, e o seu? Aposto que ele fica o dia todo sentado naquele escritório e nem te dá atenção. E nem tem outra pessoa para te dar! Já que sua mãe morreu!
Olho, desacreditada, para o garoto, um nó surge na minha garganta.
— Seu desgraçado... — Levanto-me. — NÃO FALA DA MINHA MÃE! — Meus olhos lagrimejam, mas os limpo imediatamente.
— Ficou bravinha, foi? — Ele ri. — Bebe chorona! — Ele sai da biblioteca, me deixando sozinha.
Sento-me novamente no sofá ali, respirando fundo, tentando não chorar.
Eu não vou deixar barato, Draco Malfoy. Não mesmo.
Saio da biblioteca e ando até o quarto do meu pai, mas infelizmente estava trancado. Lembro do estoque de poções dele e corro até lá. Felizmente estava aberta. Entro e pego uma qualquer que vejo. Desço as escadas e ando até a cozinha, vendo o elfo doméstico do meu pai.
— Sooty, posso montar a mesa do jantar hoje? — O elfo me olha confuso.
— Não precisa, senhorita. Sooty não pode deixar a senhorita May fazer seus deveres. Senhor Lysander ficará bravo com Sooty — ele nega.
— Por favor, eu realmente gostaria e meu pai permitiu — minto.
O elfo parece surpreso, mas aceita.
Ando em direção às panelas e vejo que é uma sopa, suponho ser de abóbora, e já estava pronta. Pego os pratos e talheres e sirvo cada prato, mas em um específico, jogo algumas gotas da poção do meu pai. Não sabia para que servia, apenas coloquei no prato.
Coloco os pratos na mesa e falo para Sooty chamar todos para comer.
Vejo meu pai e Lucius chegando, e logo atrás Draco, com a mesma cara de sempre.
— Já estava aqui? — Meu pai me pergunta.
— Não... eu apenas estava com bastante fome e desci correndo — minto.
Todos se sentam à mesa e começam a comer. Draco olha a sopa com nojo. Reviro os olhos e continuo espiando, disfarçando.
Vejo o garoto dar uma colherada, e mais outra, e já fazer uma careta. Ele solta a colher com tudo, vira a cabeça para fora da mesa e vomita tudo.
— Draco?! — Lucius olha para o filho.
De repente, o garoto desmaia e cai no chão.
Meu pai e Lucius se levantam de pressa, indo em direção ao garoto. Arregalo os olhos, será que eu matei ele?
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A Sábia │Draco Malfoy
FanfictionMay Willow, filha de um bruxo rico e severo, vive cercada de luxo, mas anseia por liberdade. Sua mãe morreu quando ela era recém-nascida, deixando um mistério que seu pai se recusa a discutir. Cercada por elfos domésticos e monitorada constantemente...