A Sábia │Draco Malfoy

Chapter 10

Eu simplesmente não consigo dormir de jeito nenhum esta noite.

Tudo o que havia acontecido na noite passada passava pela minha cabeça. O grito ainda ecoava, o choro, e, cada vez que eu pensava nisso, minha cabeça parecia pesar ainda mais.

Levanto-me, completamente exausta, com uma baita dor de cabeça. Visto meu uniforme com movimentos automáticos, tentando afastar a sensação de cansaço.

Ao descer para o Salão Principal, vejo o Trio sentado na mesa da Grifinória. Eles acenam para mim, e eu apenas forço um sorriso em resposta. Estou exausta e só quero um tempo sozinha.

Sento-me à mesa e tomo meu café em silêncio. O sono agora pesa sobre mim como uma nuvem densa, e tudo o que desejo é algum alívio para essa exaustão.

— Willow — escuto a voz de Malfoy me chamar, mas ignoro.

— Estou te chamando — ele insiste, começando a me cutucar com a ponta do dedo. Ouço as risadas dos dois idiotas que sempre o seguem.

— Hoje não, Malfoy — murmuro, deixando minha cabeça cair sobre a mesa. Estou completamente acabada.

— Credo, por que está assim? — Ele faz uma cara de nojo, recuando um pouco. — Melhor eu ir embora, vai lá que isso é contagioso — acrescenta, com um "eca" teatral, antes de se afastar.

Levanto-me da mesa com esforço e vou em direção ao pátio. Por sorte, hoje é sábado e não há aulas para enfrentar.

Encontro um lugar mais afastado e, ao sentar-me, acabo pegando no sono quase instantaneamente.

Mas o descanso não traz alívio. Aquele grito volta a ecoar, as imagens das páginas espalhadas e o vulto indistinto invadem meus sonhos, repetindo-se incessantemente, de novo, de novo e de novo.

— May, ei, acorda! — Sinto alguém me cutucar, vejo um garoto meio alto — Finalmente, estou te chamando há minutos.

Coço meus olhos e vejo que era Neville.

— Neville? — Pergunto confusa.

— É, sou eu! Harry falou que você estava com o meu Lembrol, que eu derrubei na aula de voo, está com você agora? — Ele pergunta.

— Ah, não, deixei no meu quarto. Posso te entregar na hora do almoço? — Pergunto ainda sonolenta.

— Claro, pode sim — Ele concorda — Por que está dormindo aqui? — Ele muda de assunto.

— Acabei caindo no sono sem querer. Não descansei muito essa noite.

— Está tudo bem? Você parece abatida — Ele me analisa.

— Está, foi apenas insônia — Respiro fundo — Preciso ir, Neville. Marquei de encontrar Hermione, mas nos vemos no almoço — Levanto-me. Não estou com vontade de conversar, então invento uma desculpa e saio.

— Ok, até mais — Ele se despede.

Ando pelos corredores, onde há alguns alunos. Decido ir à biblioteca, que, incrivelmente, ainda não visitei.

Na biblioteca, encontro Hermione mergulhada em um livro, como sempre. Ela me dá um aceno de cabeça quando me aproximo.

— May, que bom te ver! — Ela sorri, marcando a página do livro.

— Oi, Mione!

— Está tudo bem com você? Parece cansada — Ela parece meio preocupada

— Sim, apenas tive uma noite agitada, não consegui dormir muito.

— Ah, sinto muito. Espero que consiga descansar melhor logo. — Ela parece genuinamente preocupada.

Conversamos um pouco mais e decido pegar emprestado um livro sobre Herbologia para passar o tempo. Depois de algumas horas na biblioteca, decido voltar para o dormitório para tentar descansar um pouco.

No caminho de volta, passo pelos corredores vazios e sinto uma sensação estranha, como se alguém estivesse me observando. Olho ao redor, mas não vejo ninguém. Sacudo a cabeça para afastar a sensação e continuo caminhando.

Chegando ao dormitório da Corvinal, encontro o lugar calmo e tranquilo. Subo para o meu quarto e me jogo na cama e tento relaxar.

Tento deixar aqueles pensamentos de lado por enquanto e tentar tirar uma soneca. Talvez um pouco de descanso me faça bem.

Acordei com um sobressalto, ainda um pouco grogue pela soneca. Olhei ao redor do quarto, lembrando onde estava. Depois de um bocejo longo, me levantei da cama e comecei a me arrumar para o almoço.

Enquanto me preparava, lembrei do Lembrol de Neville. Com um suspiro, fui até minha escrivaninha e peguei o objeto. Não queria esquecer de devolvê-lo para ele.

Depois de me certificar de que tinha tudo o que precisava, saí do dormitório e fui em direção ao salão principal. O corredor estava tranquilo, e o som dos meus passos ecoava pelas paredes de pedra.

Quando cheguei ao salão, vi o Trio já sentado à mesa da Grifinória. Harry acenou para mim, e eu retribuí o gesto com um sorriso. Avistei Neville entre os alunos da Grifinória e me aproximei dele.

— Neville, aqui está o seu Lembrol. Desculpe por não ter trazido antes — disse, estendendo o objeto para ele.

— Ah, obrigado, May! E sem problemas — respondeu ele, pegando o Lembrol com um sorriso de agradecimento.

— De nada, foi um prazer ajudar. Bom, acho que vou me sentar para o almoço. Nos vemos por aí depois.

Neville concordou e eu me despedi, indo em direção à mesa da Corvinal para me juntar aos meus colegas de casa. O almoço transcorreu tranquilamente, e logo depois decidi dar uma volta pelo castelo antes de anoitecer, mas desta vez, foi um passeio tranquilo.