Capítulo 11

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BRANCA


Maria é minha melhor amiga. Eu a conheci depois que seu irmão a trouxe de um lugar tão horrível que nem quero comentar. Ela era uma menina quebrada, ainda é. Eu fui a insistente. Fiquei atrás dela como carrapato, até que ela se abriu um pouco e me deixou entrar. Ela me encantou de início por ser uma das poucas pessoas que não "lambia" minha madrasta. Mas foi apenas o início. Com o tempo nos tornamos inseparáveis e confidentes. A amo como a irmã que nunca tive.

E foi essa pessoa linda que me tirou do quarto e que deu pulos de empolgação quando eu disse que beijei o meu "convidado".

A parte que falei que fui rejeitada ela decidiu que não era importante. Ela pode ter guardado seu coração atrás de muralhas grossas, mas a menina romântica e sonhadora ainda existe, mesmo que tente sufocá-la.

Maria acabou me convencendo a descer. Mas eu não tinha coragem de olhar para Florian. O evitei o tempo todo.

Depois que ela saiu, eu fingi que estava tudo bem e fiquei na sala com ele, assistindo sem entender nada da série, simplesmente porque não conseguia dar atenção. Só conseguia pensar em coisas indecentes com esse homem que mal conheço. Aquele beijo mexeu comigo, despertou algo em mim com o qual não estou sabendo lidar. Tanto que nem mesmo penso sobre o tal casamento que posso ser forçada a aceitar. Devo estar enlouquecendo.

De tanto fingir que ele não estava ali, acabei cochilando no sofá.

— Branca... — A voz máscula me trouxe de volta do sono. — Eu poderia te pegar no colo e levar para o quarto, mas achei que seria ousado demais.

— Tudo bem. — Me sento direito, ainda sonolenta. — Acho que vou me deitar.

Antes que me levante vem a pergunta mais inesperada.

— Você vai se casar com aquele homem que a sua madrasta falou?

O encaro, já completamente desperta, tentando decifrar sua expressão ligeiramente carrancuda.

— Que pergunta é essa?

— Pode responder? — insiste.

Dou de ombros levemente.

— Vou pensar sobre o assunto, mas acho que sim. Pelo menos sairei daqui.

Ele se afasta bruscamente e me dá as costas.

— Vai sair de uma prisão e entrar em outra. Talvez pior. Acredite em mim.

— Isso não é problema seu. Logo você vai estar entre os seus e nem vai lembrar de mim. É uma questão de tempo, pouco tempo. — Minha voz sai mais melancólica do que gostaria de admitir.

Ele se vira novamente em minha direção. É sempre um impacto encarar sua beleza. Seus olhos cinza me encarando rouba a força das minhas pernas.

— Acha mesmo que é possível te esquecer?

— Florian, o que vai mudar na sua vida se eu me casar ou não? Não somos nada um para o outro.

Ele passa uma mão nos cabelos, bagunçando o coque samurai.

— É complicado, Branca.

É a minha vez de passar a mão no cabelo, nervosa. Que porra de mistério.

— E eu não estou exigindo que me explique nada. Apenas que não me confunda. Você não é obrigado a sentir atração por mim. Apenas não me confunda — repito o pedido. — Se afaste, Florian.

Ao contrário de se afastar, ele volta a se aproximar e se ajoelha na frente do sofá.

— Eu não quero me afastar.

— O que quer então? — minha voz saia estranha com a proximidade.

— Eu quero você.. — Abro a boca, mas ele interrompe. — Por mais errado que seja. Estar tão perto me impede de pensar.

E lá se vai meu orgulho novamente.

— Então não pense. Só não pense.

Espero sua rejeição, mas não vem.

Ele me pega no colo. Seus olhos cinza perdidos nos meus.

Sinto que está me levando para o quarto que ocupa. Só desvio o meu olhar do seu rosto quando ele me coloca na cama devagar.

— Branca, preciso confessar uma coisa. — Espero que fale. — Eu nunca fiz isso.

Nunca fez o que?

—- Como assim? Você...

— Eu nunca transei.

Isso sim é uma surpresa e um mistério. O encaro sem acreditar.

— Mas você é tão lindo.

Ele ri. Sorrindo fica ainda mais lindo.

— Quer mesmo continuar sabendo disso? Eu...

— Quero. Eu gosto de saber que serei a sua primeira, assim como você será o meu primeiro.

— Então... — Ele se curva sobre mim, os lábios bem próximos aos meus. — Você tem preservativo?

Balanço a cabeça negativamente. Nem havia pensado nisso. Irresponsável mesmo.

— E não tomo remédio. Meu pai me mataria.

— Isso é ruim.

Sim, eu sei que é. Mas eu não quero desistir.

— A Maria pode trazer uma pílula do dia seguinte amanhã. Eu peço a ela.

— Então...

— Me beija e para de pensar. Para de falar.

É o que ele faz.

Um beijo lento, gostoso. Uma de suas mãos desliza pela lateral do meu corpo, apertando minha cintura, apertando meu quadril, minha coxa.

Agarro a barra da sua camisa e a puxo para cima. Ele me ajuda a tirar. Meus dedos deslizam por sua pele quente.

Aos poucos as roupas já sumindo, jogadas por todas as partes do quarto.

Dá um pouco de vergonha o jeito como ele me olha, devorando meu corpo nu com seus olhos esfomeados.

Me pergunto se ele sente a mesma vergonha, afinal também estou olhando seu corpão com desejo. Principalmente quando minhas mãos curiosas descem para sua virilha e eu sinto sua grande extensão. Ele é grande e grosso. Uma combinação assustadora para uma primeira vez.

Ele também me toca em minha intimidade. Seus dedos longos acariciam lentamente, me fazendo gemer. Um gemido um pouco mais intenso quando seu dedo desliza para dentro da minha boceta.

Ficamos assim, nos tocando, sentindo, nos conhecendo pele na pele.

Fecho os olhos quando ele se posiciona na minha entrada.

— Pronta?

— Sim. — Mordo os lábios, ansiosa.

E ele me invade.

Dói um pouco, mas nada tão forte que me impeça de curtir o momento, o movimento de vai e vem gostoso. Enrosco minhas pernas em seu quadril e ele acelera. E eu só rezo para que meus gritos não cheguem aos guardas da casa, porque simplesmente não consigo parar de gemer e querer mais, principalmente com esse homem repetindo o quando sou gostosa e exigindo que grite mais, indo mais fundo.

— Se quer mais, grite mais. Adoro o som da sua voz gritando por mim.

E eu obedeço.

Pensando seriamente em mantê-lo em cativeiro para sempre. Porque uma noite só jamais seria suficiente.

É alta madrugada quando nossos corpos pedem arrego depois de horas de atividade. Minha intimidade está dolorida. Mas nunca me senti tão satisfeita.

Me entrego ao sono e exaustão.

Posso dizer que tive a melhor primeira vez que uma mulher poderia esperar.

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⏰ Última atualização: Jun 23 ⏰

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