Bianca Bittencourt
Eram mais ou menos 19:40 da noite, amanhã era dia de aula, já tenho muitos problemas com o professor de geografia. Por coincidência, ou não, eram 4 primeiras aulas dele, e no fim matemática. Eu mereço, estou amando.
Tenho 8 aulas no total, entro no caps 6:30 e saio 14:00.
Vou me preparando pra dormir, desço as escadas para a sala, falo com minha irmã e subo para meu quarto, até ouvir batidas na porta.
—Filha?—minha mãe...
—Entra.
Eu não sei porque, mas minha mãe...Éramos difíceis de conversar, ela vivia trabalhando e só chegava a noite, só via ela fins de semana.
—Amanhã tem algo de especial na escola, precisa mesmo ir?—Ela pergunta entrando, e se sentando na minha cama.
Era uma ótima opção faltar amanhã, mas eu não cometeria esse pecado estudantil, vou ter que ir, porque as provas estão chegando, e sera muito complicado se eu não for.
—Preciso sim, semana de prova chegando, e os professores estão nos preparando, pelo menos alguns...
—Entendo, queria sair com você e sua irmã, pro shopping, ela, mas deixa pra sábado.
Sair? Comigo e a Elena? Ué?
—Ah, sábado então, pode ser? Mas vão com a Elena pra algum lugar amanhã, será bom.
Ela me olhou e sorriu me abraçando, não entendi foi nada, mas apenas deixei, minha mãe... Quanto tempo desejei esse abraço, eu estava tão... Calma, talvez...Feliz?
—O seu pai nos leva sábado então.—Ela falou beijando minha testa e saindo do quarto.Acordei com a merda do despertador, ótimo, dia terrorista.
Levantei, escovei os dentes, preparei meu uniforme, me vestir, calcei meu tênis Jordan branco e penteie meu cabelo, deixando ele solto, passei desodorante e perfume. Peguei minha mochila, desci pra cozinha, enchi minha garrafa de água, peguei dinheiro pra comprar um lanche e comecei a comer um pão integral com iogurte.
—Bom dia, Bianca, boa sorte na sua aulinha!—Elena riu de mim.
Hoje não tinha aula pra querida, mas fazer o quê?
—Bom dia, nenémzona, agradeço seu humilde comprimento.—Falei sorrindo e colocando o copo na pia.
—Quando a mamãe acordar, manda ela enviar mensagem, ok? —Falei saindo pela porta da sala.Andei um monte até o ponto de ônibus, começou a chover. Ótimo!
—Que azar...—Sussurrei.
Quando olhei para a calçada do ponto, vi meu ursinho de pelúcia, meu Deus, eu deixei cair...
Quando fui tentar pegar um carro jogou água e ele foi arrastado pela água.
—Ótimo, Bianca, seu dia hoje é o melhor de todos os tempos...—Sussurrei de novo.
Quando olhei pra frente era o carro do Arthur. Meu vizinho, ele buzinou pra mim, e parou no ponto.
—Tudo bem?—Ele me perguntou sorrindo.
—Tudo bem, Arthur.—Retribuí o sorriso.
—Vai pra escola? Eu te levo.—Ele falou destravando a porta do seu carro (Civic 2018/Honda).
Eu sempre gostei do Arthur, tentei parar e tudo, mas era impossível, algo nele me prendia, o que era horrível. Mas esse dia não pode piorar, eu vou aceitar.
—Vou aceitar.—Falei correndo até a porta da frente do carro.
—Tudo certo? Que horas o portão fecha?—Ele falou tentando não sorrir, mas ele não disfarça, eu sorri de canto olhando pra janela.
—Fica tranquilo o portão fecha às 7:00.
—Certo, Bianca.—Ele falou, dessa vez sorrindo.
O fato dele ser 6 anos mais velho que eu, não né desanima, eu tenho uma fé, uma esperança, de que dariamos certo, basta ele tomar atitude, porque eu...Tá complicado. Eu tenho 17 e ele 23, estou no 3° do ensino médio, e ele já trabalha como gerente de obra.
—Não te vi esses dias, o que rolou?—Ele pergunta sorrindo e me olhando.
—Nada de mais, só estou evitando sair, muiito cansada.
—Entendi, ando cansado também.
Assenti sorrindo, como se fosse um sinal, tipo um "Entendi".Ele parou na frente da escola e eu desci indo até a sua janela.
—Obrigada, foi gentil me dá carona.
—Sempre que puder irei, boa aula linda.
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É VOCÊ
RomanceBianca amava seu vizinho desde seus 14 anos, mas aos seus 17 anos, esse amor foi demostrado por ele também. mas será que o amor de Bianca é mesmo seu vizinho?