— O que é? — Benjamin perguntou encarando os pratos na mesa, era algo completamente novo para o britânico.
No centro da mesa, estava um prato com peixe frito, uma tigela cheia de arroz com côco, um prato com alguns bolinhos de xima feitas a base de farinha de milho e finalmente o conteúdo esverdeado com um cheio a alho vindo dentro dela.
— É xima e matapa de mandioca. Eu fiz o arroz em caso de você não gostar da xima, vai lá, experimenta — Disse servindo um bolo, e um pouco da matapa de mandioca para o loiro que observava a culinária diferente.
— Se importa? — Perguntou estendendo as suas mãos que tinha acabado de levar e Benjamin balançou a cabeça, não via nada de errado em comer a mão.
Raul, ansioso por uma resposta quando o deu a primeira tragada porém não se alarmou ao vê-lo continuando a comer.
— É bom — O moçambicano soltou a respiração que nem havia percebido que segurava quando o loiro comentou continuando a comer.
— Pensei que fosses odiar. Eu não me dou muito com a comida daqui mesmo tendo alguns pratos mas nada supera a gastronomia da minha terra — Disse começando a comer.
— De qual província você é? — O loiro se pegou perguntando sem pensar algo que agradou bastante pelo outro querer saber mais sobre si.
— Cabo Delgado. Tem umas praias lindas e uma biodiversidade incrível, devia ir lá um dia desses — Disse orgulhoso da sua terra mãe, não era perfeita mas se pudesse escolher onde nascer escolheria mil nascer em Moçambique.
— E como vocês fazem para cortejar alguém? — Raul não conseguiu segurar a risada quando o loiro falou aquilo com uma expressão tão séria.
— Desculpa, não consigo me habituar com essa palavra — Benjamin um pouco do arroz a boca enquanto ainda encarava o outro esperando que continuasse.
— Quando eu era jovem, não existia tal coisa chamada namoro até fazer dezoito ou vinte então se você estivesse interessado em alguém só tinha que falar com os pais da pessoa, pagar um dote e pronto, vocês estão casados então, neste corpinho você não toca se não tiver uma quantia considerável — Brincou na última parte para ver se a reacção do homem a sua frente.
— Eu tenho dinheiro, posso pagar — O retinto ergueu uma sobrancelha diante a declaração confiante do outro, esticou a perna, esfregando o seu pé descalço sob a virilha de Benjamin que levou a mão até o pé, subindo lentamente.
— Tem certeza? Vou avisando que não sou nada barato e neste corpinho você não toca se não tirar um centavo — Raul se arrependeu de provocar o loiro ao dar-se conta do olhar faminto que estava recebendo dele e os seus pêlo ficando em pé quando a mão áspera abandonou a sua pele.
— Pode ser — Disse simples antes de voltar a comer.
Depois de almoçar, Benjamin ficou sentado esperando o retinto voltar com Max, tinha ido dar o lanche para ele.
Os olhos azuis desprovidos de vida encararam o interior da casa do enfermeiro, o lugar todo transmitia a personalidade positiva que Raul tinha.
O enfermeiro voltou com duas marmitas na mão, aquilo fez Benjamin soltar um sorriso fraco que não passou despercebido do menor.
— Vi que gostou do almoço então leva isso para jantar e come tudo, Benjamin — Disse ao entregar as marmitas para o maior que ficou uns segundos olhando para as tigelas, deixou-as na mesa e depois voltou os olhos para o homem negro.
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SOMBRA E LUZ
Storie d'amoreEm uma metrópole envolta em sombras, onde cada passo pode ser o último, um assassino atormentado vagueia pelas ruas, perdido em sua própria escuridão. Cansado de uma vida sem sentido, ele busca redenção em meio à violência que o consome. Porém, em u...