★ 17° | "somos grandes velas"

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~ domingo, 22 de fevereiro de 1992
20:02 PM

─ se comportem, a gente já volta. ─ Simone avisa e nós seguimos para a porta.

─ trás doce pra mim? ─ Dinho pergunta parecendo um neném.

Opa! Esqueci que é o Dinho.

─ não. Bora meninas. ─ digo seguindo para a porta.

─ caralho, a Mari é maldosa. ─ Bento fala e eu lanço um beijo pra ele.

─ eu só queria doce, pô.

─ legal. Vamo logo, gente! ─ falo e aí sim nós saímos.

[...]

─ toma. ─ entrego um pacote de doces para o Dinho.

─ obrigada!

─ é "obrigado", seu porra. ─ Júlio o corrige.

─ tanto faz.

─ não era tu que não ia trazer nada pro Dinho, Mari? ─ Sérgio pergunta.

─ ela passou numa fileira de doces e ficou com pena do Dinho. ─ Cláudia fala.

─ é porque ela me ama, pô.

─ te amo o caralho. Agora come logo essa porra antes que eu enfie tudo pela sua goela até sair por um buraco não muito agradável.

─ ih, tá!

─ bora fazer o que? ─ Samuel pergunta.

─ bom, a gente vai fazer umas coisa lá como pipoca, brigadeiro e etc. A gente vai ver Titanic... E o resto nós inventa. ─ Aninha diz.

[...]

─ BENTO, O CERTO ERA COLOCAR SÓ O CONTEÚDO DO OVO, NÃO A PORRA SEM A PORRA DA CASCA! ─ grito e olho pro Dinho tacando metade do saco de farinha de uma vez só na massa. ─ DINHO, PORRA, ERA PRA COLOCAR DEVAGAR.

─ COMO É, MARI? ─ Sérgio pergunta.

─ NÃO VEM AO CASO, VOCÊS ESTÃO ESTRAGANDO A PORRA DO BOLO! ─ Letícia.

─ eu tenho ainda aqui massa pronta. ─ aviso indo até o armário e pegando o pacote de massa pronta.

─ ok. Vamos dividir isso. Eu e Simone fazemos o bolo, Claudia e Aninha brigadeiro, Mari só organiza tudo. ─ Letícia fala.

─ meninos, só saiam que é melhor. ─ falo sorrindo e os meninos saem de cara feia.

Parecem umas criancinhas... En en.

─ que pena, cara. Eles podem ajudar não? ─ Simone pergunta.

─ amiga, se você conhecer os meninos um pouquinho mais você vai saber que o melhor lugar deles é longe da gente. ─ falo.

─ credo, Mari! Eles não são tão terríveis assim. ─ Aninha fala.

─ não, imagina! São uns anjinhos. ─ Letícia fala irônica.

─ anjinhos do capeta. O Júlio se salva um pouco, relaxa. ─ fala para Simone.

─ quem é o pior? ─ Simone pergunta.

─ Dinho. ─ Cláudia responde.

─ coitado, cara! Ele não é tão terrível assim. ─ tento o defender mas percebo que sim, ele é o pior.

─ não, é nada. Mari, o Dinho é o capeta em pessoa. As vezes ele fica mais quieto mas depois o demônio reencarna nele de novo e ele toca fogo no país. ─ Letícia fala.

─ realmente... Mas o Samuel não fica muito atrás, só não dá pra perceber porque o Dinho precisa de atenção e fica sempre em destaque. Tenta focar nele pra você ver o quão encapetado ele é. ─ falo.

─ pior que o que a Mari falou é verdade. ─ Aninha diz.

─ sobre o Samuel ser encapetado? ─ pergunto.

─ não, sobre o Dinho precisar de atenção o tempo todo. ─ essa eu não aguentei, ri pra caramba. Mas preciso defender meu amigo, pô.

─ a culpa é do doente que colocou ele como vocalista. Ele já gosta de atenção, aí coloca ele como principal, pô.

─ falando de mim, né? E fazer o bolo? Nada? Eu hein! Bando de fofoqueira.

─ sai daqui, Dinho! Isso é assunto de mulher. ─ Aninha fala apontando a colher de pau pra ele.

E sim, eu pensei coisa errada com essa frase.

─ não. Estão falando de mim então agora eu vou ficar. Fala na minha cara, amor. ─ fala chegando perto da gente.

─ ô viadinho, vasa! ─ Letícia diz empurrando ele pra fora da cozinha. ─ e a gente que é fofoqueira.

─ ok! Vamos terminar isso logo...

[...]

─ AH, NEM VEM! ─ Aninha grita.

─ só uma colherzinha, o da gente acabou. ─ Bento continua.

─ meu filho, a culpa não é nossa que vocês são um bando de passa fome e não conseguem sustentar um prato de brigadeiro. O de vocês tinha mais que o nosso. Nem reclame. ─ Letícia fala.

─ mas...

─ sem "mas", Bento. ─ aninha fala e Bento volta pro lugar dele.

O que eu tô fazendo? Rindo pra caramba. O filme nem começou e os meninos já acabaram com o brigadeiro e metade da pipoca.

─ agora silêncio que eu vou por o filme. ─ falo pegando o controle da TV e colocando o filme.

[...]

─ ELE CABIA NA PORRA DA PORTA! ─ grito quase tacando o controle na tv.

─ CABIA NÃO, PORRA! A PORTA IA AFUNDAR! ─ Dinho grita de volta.

─ MEU IRMÃO, FODA-SE. MORRIA OS DOIS NAQUELA PORRA. ESSA ROSE É SEM CORAÇÃO, FILHA DA PUTA! LARGOU LOGO O DICAPRIO QUE É UM GOSTOSÃO.

─ pior que ele é mesmo cara. Puta que pariu. ─ Letícia diz.

─ porra, era só um desse na minha vida, na moral. ─ Cláudia fala.

─ eu não largaria aquele homem nem com a porra. ─ diz Aninha.

─ será que dá pra reviver ele só pra... ─ Simone fala e a gente começa a rir.

─ ah, mano, vão se foder. AQUELE CARA TÁ MORTO E CONGELADO. VOCÊS SÃO UM BANDO DE ILUDIDAS. ─ Bento fala puto.

─ meu amigo, quem virou picolé foi o Jack. O DiCaprio tá vivinho. ─ Aninha fala e ele lança um olhar furioso pra ela.

Que começe o show.

─ VOCÊ VAI ME LARGAR PRA FICAR COM O DICAPRIO?

─ se ele aparece na minha frente e me chama eu vou na hora... ─ Letícia fala e Samuel se levanta.

─ qual foi? Eu não sou o suficiente?

─ ainda bem que não sou comprometida com ninguém. ─ falo me afastando e pegando pipoca.

─ isso vai ser melhor que filme. Divide a pipoca aí, pô. ─ diz o Dinho metendo a mão no meu pote de pipoca e eu dou um tapa na sua mão. ─ ai! Vai, porra.

─ come essa merda logo, vai.

─ porra, gostei desse papo não, meo. ─ Sérgio reclama enquanto Cláudia ri.

─ até o Júlio tem namorada... Somos grandes velas. ─ Dinho fala e eu confirmo com a cabeça.

[...]

Oi, família! Dboa?

Foi mal o capítulo bosta, ando meio sem criatividade:)

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Between Friends and Love ~ Mamonas AssassinasOnde histórias criam vida. Descubra agora