★ 27° | "tá aqui desde o ano passado"

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~ sábado, 1 de Janeiro de 1994
• 00:00 AM

─ 3... 2... 1... FELIZ ANO NOVO!

Sinto um abraço bem forte e me viro para ver quem é. Era Dinho. Retribuo o seu abraço.

Eu sinto que esse abraço durou esse novo ano inteiro, e não quero que esse ano acabe.

Enquanto todos estavam se abraçando e rindo, eu e Dinho estávamos lá, no mesmo abraço.

Eu não sei porque um abraço do Dinho me faz me sentir tão bem. Isso é inexplicável.

Depois de alguns minutos que parecem eternidades, o Dinho começa a acariciar minhas costas e subir para meu cabelo.

De duas uma, ou a gente se separa agora ou a gente passa o ano novo inteiro abraçados, porque eu não tô afim de soltar.

Depois de muito tempo assim, ele me solta e dá um beijo na minha bochecha, sorri e se afasta indo até os meninos.

Continuo parada no mesmo lugar o observando chegar no Júlio, apertar a bunda dele e quando ele se vira o Dinho o abraça.

[...]

─ espero que meus desejos se realizem. ─ Aninha fala.

─ eu nem acredito muito ness...

─ Mari? ─ Dinho me chama e me viro lentamente.

─ Dinho...

─ eu...? Vem comigo lá na cozinha pegar o bolo que a Letícia fez.

─ ir com você? Tipo, só eu e você?

─ sim...? Qual foi, Mari? 'Cê tá estranha.

─ tô não. Bora logo.

Sigo até a cozinha e Dinho me acompanha.

─ liga a luz aí.

Ligo o interruptor mas nada acontece.

─ não ligou. Acho que não é esse.

─ só tem esse. Acho que deve ter queimado.

─ porra. Então abre a geladeira pra iluminar.

─ a geladeira tá sem luz também.

─ PORRA! TU PAGOU 12 REAIS NESSA CASA?

─ NÃO, CARALHO. PAGUEI 70.

─ TÁ EXPLICADO. TU É BURRO PRA CARALHO, DINHO. COMO TU ME PAGA 70 REAIS NUMA CASA? PUTA QUE PARIU.

─ PORRA, EU TAVA DURO, CARALHO.

─ PUTA MERDA, VIU?

─ vem aqui, segura esse bolo aqui. ─ ele me entrega o bolo.

─ bolinho bonito, viu? Imagina o gosto...

─ não vejo a hora de provar. ─ ele fecha a geladeira e eu só indentifico pelo barulho JÁ QUE A FLOR NÃO ALUGOU UM LUGAR DESCENTE. ─ toma. ─ lhe entrego o bolo.

─ pô, não como bolo desde o ano passado, véi.

─ ah! E eu que faço piadas ruim, né? Essa já está rodada.

─ claro! Você já lançou essa mil vezes.

─ tu nem tava na hora que eu falei, garoto.

─ eu ouvi de longe, filhona. Agora manera nas piadas porque a banda precisa fazer sucesso até o ano que vem.

─ esse ano, você quis dizer?

─ não. Você fez minha cabeça, então acho que em noventa e cinco.

─ você tem o que em mente?

─ tocar músicas puxando mais pro heavi metal, o pessoal gosta mais disso do que o rock fraco que a gente toca.

─ não é o que o pessoal gosta, é pelo o que vocês gostam e o que vocês são. Vocês não tem muito a vibe de rockeiros verdadeiros.

─ como a gente vai ser verdadeiro se tem um japonês falsificado no grupo.

─ eu ouvi meu nome. ESSE BOLO SAI OU NÃO, CACETE?

─ sai. Respire. Continua, Mari.

─ tentem ser mais vocês na hora de fazer as músicas, não direcionem um único público, só façam o que vocês se sentirem melhor.

─ ok, ok! Isso dá muito trabalho. Deixa pra depois.

─ EU QUERO BOLO!

─ TÁ BOM! JAPONÊS CHATO PRA CARALHO, MEO. ─ tiro o bolo da mão do Dinho e o levo para fora.

Coloco o bolo na mesa e olho com um olhar de nojo para as comidas.

─ o que foi, Mari? ─ Aninha pergunta.

─ essas comidas não estão estragadas não? ─ pergunto.

─ não? ─ Claudia responde.

─ por quê? ─ Simone pergunta.

─ estão aqui desde o ano passado.

─ puta que pariu, mano! ─ Letícia fala rindo.

─ jovem aprendiz de tio do pavê. ─ Júlio fala.

[...]

Oi, gente! Dboa?
Foi mal o capítulo MINÚSCULO, queria fazer maior mas a criatividade foi dar um alô pro meu pai.

A justificativa é que isso é só a continuação do anterior (mentira, ia ser dois capítulos do mesmo dia mas com uma quantidade boa de palavras)

Espero que gostem! Beijões!

Between Friends and Love ~ Mamonas AssassinasOnde histórias criam vida. Descubra agora