★ 34° | "babás por um dia"

121 21 6
                                    

~ domingo, 28 de agosto de 1994
10:22 AM

Hoje minha querida mamãe resolveu sair com meus tios e uns amigos.

O problema? Quem vai ficar cuidando das crianças? EUZINHA.

Mas claro que eu não estou sozinha nessa, meus primos que são um pouco maiores vão me ajudar nisso.

O Daniel e a Ana tem acho que uns 18/19, eu acho que consigo me virar com 4 crianças todas com menos de 4 anos, principalmente com a ajuda deles.

─ estamos indo, crianças. Cuidado e responsabilidade. ─ minha mãe fala antes de sair.

─ ah! Ótimo! O que vamos fazer com eles? ─ Daniel pergunta se jogando no sofá.

Ah! Ótimo! Esqueci que o Daniel só pensa em jogar e ficar fazendo nada.

─ entreter elas. Trouxe uns DVDs com alguns desenhos legais, acho que elas vão gostar de assistir. ─ falo.

─ na TV? Não! Vai passar meu programa favorito agora. Inventa outra coisa. ─ Daniel diz.

─ o caralho que você vai assistir na porra dessa TV. Vai ver tuas revistas pornô batendo uma e deixa as crianças assistir. ─ respondo e Ana me olha assutada.

─ não fala assim, sua doida. As criança vai repetir. ─ Ana diz.

─ vai nada, relaxa. Agora me dá a desgraça do controle, Daniel.

─ vem pegar, Marizinha.

─ meu irmão... ─ saio correndo atrás dele pela casa.

Por que eu não sou configurada como adulta e amiga da minha mãe pra sair com ela? Agora tenho que ficar com essa peste.

─ tá comendo arroz e feijão? Não consegue nem me pegar.

─ garoto, tua sorte é que eu não tenho nenhuma mesa aqui, se não... ─ sou interrompida pelo telefone tocando. ─ calma aí. Alô?

─ tá livre? ─ Dinho pergunta.

─ já chega assim? Vá com calma.

─ responde logo, desgraça.

─ não estou entendendo a grosseria. Mas respondendo sua pergunta, não, estou de babá de 4 bebês e duas crianças adolescentes.

─ A GENTE TEM QUASE A MESMA IDADE! ─ Ana grita.

─ FODA-SE. Por que a pergunta?

─ eu e os meninos queríamos passar o dia fazendo nada com você. Tem problema se a gente for aí?

─ rapaz... Tá afim de cuidar de criança? Se sim, só vem.

─ tá chamando estranhos pra dentro de casa, Mari? Vou contar pra sua mãe. ─ Daniel diz.

─ fica na tua, pirralho. Minha mãe conhece eles e eles vão me ajudar mais do que você tá ajudando.

─ estamos indo aí, Mari. Até já!

─ até já! ─ encerro a ligação. ─ agora meu assunto é com você. Me dá o controle, por bem ou por mal você vai me dar esse controle.

─ ou o quê?

[...]

─ e aí, Mari! Foi aqui que pediram serviço de bab... Por que aquele cara tá amarrado na cadeira? ─ Dinho pergunta assim que abro a porta para eles.

─ ele me irritou. Vocês já conhecem ele, é meu primo Daniel. Minha prima Ana que vocês também conhecem também tá aqui, mas ela foi no banheiro rapidinho. Aqueles ali no sofá são as crianças que estamos de babá: a mais nova loirinha é a Maria, o menininho mais novo é o João, o outro menininho é o Paulinho e a menininha mais velha é a Jade. Podem entrar, meninos.

─ olha, eu não tenho muita experiência com criança, mas sei me virar com elas. ─ Samuel avisa.

─ claro que não sabe, tu que é a criança. Eu sei cuidar bem de crianças. ─ Sergio fala.

─ você sabe? Te enxerga! Se uma criança olhar pra tu ela se assusta. ─ Bento fala.

─ tu é o lindão, né, japonês? ─ pergunto.

─ nem se meta aqui, dona Mari.

─ não sei eles, mas eu, minha pitchula, eu sei cuidar muito bem de crianças. ─ Dinho fala se aproximando de mim com um sorriso convencido.

─ sei, sei. Pelo que eu saiba você esqueceu uma criança sozinha dentro de casa. Tia Célia que me contou. ─ digo.

─ que calúnia! Foi só uma vez.

─ AH! FOI SÓ UMA VEZ! TÁ DE BOA ENTÃO, NÉ?

─ alguém poderia fazer a gentileza de me soltar? ─ Daniel pergunta.

─ que gritaria é essa aí embaixo... Mentira! ─ Ana diz quando desce as escadas e avista os meninos.

─ essa é aquela tua prima lá, né? ─ Júlio pergunta. ─ a doidona pelo Dinho. ─ ele sussurra no meu ouvido.

─ isso aí. Ó Ana, eles vieram dar uma ajudinha aqui pra gente já que seu querido irmãozinho não faz nada.

─ como eu vou fazer algo amarrado numa cadeira?

─ calma aí, campeão. ─ Dinho fala e ele e o Júlio vão até ele tentar o soltar. ─ prontinho.

─ valeu, cara! Nunca mais vou falar mal de você e da sua bandinha.

─ você falou a palavra "bandinha" no sentido pejorativo, isso já enquadra como "falar mal". ─ falo.

─ vai a merda, Mari.

─ olha o jeito que você fala com ela, moleque. Você tem que respeitar os mais velhos. ─ Dinho fala.

─ A GENTE TEM QUASE A MESMA IDADE!

─ são anos de diferença, então não, não temos quase a mesma idade. ─ falo.

─ na boa, eu odeio vocês! Vou subir. Boa sorte aí. ─ ele fala indo até as escadas.

─ JÁ VAI BATER SUAS PUNHETA? ─ pergunto e ele me mostra o dedo do meio. ─ o que vamos fazer para as crianças ficarem quietas até os pais chegarem?

─ peraí que vou mostrar meu talento com crianças. ─ Sérgio fala indo até as crianças que estão na caminha improvisada que montei pra elas. ─ cadê os bebês do titio? Cadê? ACHOU!

Não sou de julgar ninguém pela beleza e tals... Mas as crianças começaram a chorar.

─ SE FUDEU, SÉRGIO! ─ Bento grita e começa a rir exageradamente.

─ seu porra! Não pode falar palavrão perto das crianças, caralho. ─ Júlio diz.

─ falando em palavrão, sábado que vem o Geraldão me chamou de novo pro evento e deixou o Utopia tocar lá. ─ Dinho fala.

─ assim, não tem NADA a ver com palavrão, né. Mas vem cá, tu não é mascote dos cara nos evento político e showmícios? Por que seria uma novidade ele te chamar? ─ pergunto.

─ pô, tu já parte pra grosseria, vim te contar um bagulho mó maneiro e tu fala assim? Respondendo a você, eu só queria saber se você vai ir com a gente. ─ Dinho responde.

─ ela vai por bem ou por mal. ─ Júlio fala.

─ Júlio tá meio dark hoje. A gente tá consumindo a mente dele. ─ Sérgio diz.

─ até parece que a maconha já não fez isso. ─ Samuel diz rindo.

─ o maconheiro aqui é o Bento. ─ Júlio fala e Bento o olha confuso.

─ O QUE QUE EU FIZ?

─ eu vou sim, desde que as meninas tambem vá, tô afim de ficar sozinha com um bando de louco não. ─ falo.

─ ah! E você é normalzona, né? Você é uma das piores do grupo. ─ Sérgio fala.

─ olha só, ninguém te perguntou nada.

─ acho que vocês esqueceram das crianças. ─ Ana diz.

─ eu tive uma ideia... ─ Bento diz.

[...]

Between Friends and Love ~ Mamonas AssassinasOnde histórias criam vida. Descubra agora