★ 36° | "Demerval, o machão"

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~ sábado, 10 de Setembro de 1994
• 14:06 PM

─ qual música vocês vão tocar hoje? ─ pergunto.

─ sei lá. Tava pensando em tocar algo diferente, mas a única diferente que temos é aquela coisa brega da "Mina". ─ Dinho responde.

─ vocês esquecem que nós somos fodas. Vamos criar uma agora. ─ Bento fala.

─ dá bola não, ele só fala merda. ─ Júlio fala.

─ cala a boca, Júlio. ─ Bento diz mostrando o dedo do meio.

─ ei, viadinho! Quantas horas são? ─ Letícia pergunta.

─ em primeiro lugar, viadinho é o teu pai. Em segundo lugar, agora são duas e seis da tarde.

─ valeu, viado.

─ vou te mostrar quem é viado aqui.

─ deixa ele que ele é másculo com M maiúsculo. ─ falo.

─ ia ser top uma música sobre o Dinho, ia sair algo super gay. ─ Sérgio fala.

─ imagina ele cantando fazendo aquela voz de bixa. ─ Samuel fala rindo.

─ que voz de bixa? Essa é minha voz, querido. ─ ele fala fazendo a voz.

─ vixi! Vai se revelar agora. ─ Simone diz.

─ mas vamos combinar que esse homem másculo tem uns músculos... Tá fazendo acadêmia, moleque? ─ pergunto.

─ cultivei com amor, meu bem. ─ Dinho responde.

─ olha, já dá pra escrever a música. ─ Aninha diz.

─ como começaria? ─ Júlio pergunta.

─ primeiro refrão pode falar o tanto quanto... Quanto tanto... Calma, gaguejei. ─ falo.

─ PERFEITO! Um tanto quanto másculo... ─ Dinho começa.

─ com M maiúsculo. ─ Bento lembra.

─ ai, com M maiúsculo... ─ Dinho continua.

─ os músculo, moleque. ─ lembro.

─ claro! Vejam só os meus músculos, que com amor cultivei... ─ ele completa.

─ esse já dá primeiro refrão. Segundo começa como? ─ Sérgio pergunta.

─ seguindo a linha... Minha pistola de plástico... ─ Júlio continua.

─ em formato cilíndrico... ─ Dinho continua.

─ sempre me chamam de sínico...

─ mas o porquê eu não sei. ─ Júlio e Dinho falam na mesma hora.

─ rimando assim a música vai ficar perfeita, igual meus músculos. ─ Dinho diz.

─ termina todas como proparoxitonas. ─ Bento sugere.

─ que porra é essa? ─ Samuel pergunta.

Between Friends and Love ~ Mamonas AssassinasOnde histórias criam vida. Descubra agora