2. champagne problems

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9 meses depois

Estava indo para minha décima missão de sucesso, o proceder dos meses depois do ocorrido na escola de espiões, deixou todos desconfiados de que uma nova ameaça não iria tardar em chegar.
Os diversos agentes e espiões se juntaram para tentar descobrir quem estava por trás de toda a barganha, mas até agora a identidade do lobo solitário continua desconhecida

–Aceita mais champanhe?– O garçom pergunta

–Não, obrigada.

O perigo de ser descoberta era grande, tentar se infiltrar em outro país é quase uma missão impossível, mas sair dessa com vida é mais ainda.

– Senhorita Imbramovitch?– Um homem fardado se oferece para beijar minha mão, e eu concedo a permissão quando vejo de quem se tratava.– É enorme o prazer que tenho de encontrá-la esta noite.

–O prazer é todo meu, o senhor não quer se sentar? Faz tempo que não nos falamos.

–Claro.–O homem move a enorme bunda gorda até o divã localizado no canto do salão.

O homem era tenente general da união Soviética,não era nada bonito, velho e barbudo, mas importante na minha missão, e é por ele que estou aqui. Stalin transformou o país em um completo caos, e apesar de uma paz armada, os vários espiões vivenciavam todos os dias uma guerra para pegar informações.

Eu me passava por uma russa, e os 9 anos na escola de espiões aprendendo todas as línguas possíveis, finalmente vieram a calhar

–O que a senhorita, faz aqui? Soube dos envolvimentos do seu marido na CIA, achei que nunca mais iria voltar a vê-la.– O rapaz feioso se serve de mais champanhe.

–Na verdade, senhor Martov, se me permite chama-lo assim, eu nada tenho a ver com as traições do meu marido, inclusive,  já não vivíamos mais como casal fazia anos, era um casamento arranjado, já esperava que um cafajeste daquele iria aprontar alguma, se pudesse eu mesma acionava o gatilho que o matou.

Menti, eu e o agente Coulson, viemos como marido e mulher, interpretávamos cidadãos normais da alta sociedade russa, até ele ser descoberto tentando roubar informações, e eu tive que passar por uma série de sabatinas, me salvando por pouco de não ser morta.

–Sinto muito por tudo que você passou, mas imagino que esteja tudo bem agora, inclusive minhas sinceras desculpas por ter desconfiado da senhorita.Gostaria de ir lá para cima? Aqui está muito cheio.– O russo suplica sem deixar esconder o olhar de desejo.

Dei um sorriso desconfiado, enquanto meu coração palpitava, mas o plano estava dando certo, então preciso continuar meu papel. Salvar minha nação.

Segui Martov até um grande escritório que deduzi que pertencia a ele, devido ao enome quadro com sua cara velha e gorda estampada. Sua conversa se limitava aos seus grandes feitos antes de chegar a ser tenente general, além dos seus objetivos de aniquilar, de vez ,toda nação americana e o que ela representava, e eu retribuía tudo com um sorriso falso.

–Chega de falar de mim. Acho até que estou sendo meio chato, o que te trás aqui está noite?

–Na verdade, senhor Martov...

–Richard, por favor, acho que já passamos da fase de formalidades.–Ele dá um sorriso amarelo.

–Então Richard. – Retribuo o sorriso.– acho que nós dois temos muito em comum, e tenho que admitir que apesar do pouco tempo juntos, senti que você poderia ser o único a entender o que eu estou passando. – Eca, penso

–A senhorita está correta. Assumo que tive medo de não vê-la novamente, receio de que apesar do pouco tempo juntos, eu venho nutrindo sentimentos pela senhorita.– Ele fala meio cauteloso, pobre homem.

–Richard, confesso que estou vivendo um turbilhão de sentimentos, mas também não posso ignorar o fato de que você sempre esteve nos meus pensamentos.–Minha barriga dava embrulhos, só queria ficar o mais longe possível daquele homem.

Eu iria continuar com minha série de ilusões ao soviético a minha frente, mas batidas na porta foram ouvidas e ele se levantou irritado.

–Mas quem ousa... –Ele bate o punho na escrivaninha

–Tenente general, desculpe interromper mas solicitam sua presença, imediatamente, no andar de baixo.

Olho para trás para ver quem era, um dos recepcionistas que estava trabalhando no local interrompendo minha missão, ótimo. Martov direciona o seu olhar para mim e movimenta seu corpo velho e grande e segurando minhas mãos ele deposita um beijo molhado e nojento.

–Volto já para terminarmos a nossa conversa, minha pombinha.

Segurava minha ânsia de vomito ali mesmo e busquei o sorriso mais falso que eu consegui conceder no momento. Eu não poderia fraquejar agora, finalmente tinha conseguido ficar sozinha no escritório do chefe soviético e poderia começar a procurar por informações
.
Começo a olhar gavetas, armários e prateleiras, mas não havia nada que nossa equipe já não tivesse conhecimento.
Vasculho a ultima gaveta e percebo um fundo falso, quando me agacho para investigar com mais precisão a porta do escritório é aberta bruscamente pelo mesmo recepcionista que retirou o velho soviético do recinto

-O que pensa que estava fazendo? -O rapaz de olhos verdes e cabelo castanho ensopado em gel, perfeito e milimetricamente penteado para trás franzi sua sobrancelha, assustado com minha presença.

-O teu patrão me pediu que esperasse aqui, algum problema?- Falo rude e me levanto fingindo ajeitar o vestido para disfarçar o calafrio que percorria cada cada célula do meu corpo, fecho com cuidado a gaveta vasculhada com o joelho e volto minha atenção ao homem a minha frente.

O rapaz olha para trás, parecia assustado, como se não me esperasse ali, naquele momento, mas então sua feição muda de forma repentina, e ele fecha a porta com cuidado , sorrindo de lado, pelo visto essa vai ser uma noite de emoções...

My dark secret Onde histórias criam vida. Descubra agora