4.Aos bons momentos

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Martov entra no recinto com sua pança enorme e meu corpo se arrepia inteiro só de pensar na possibilidade de ter que ir para a cama com um brutamontes como ele.

–Desculpa a demora.–Ele fecha a porta.–Negócios são negócios querida.

–Imagino, são tempos difíceis, claro que mais difíceis pro nossos inimigos além-mar. –Falo com um sorriso safado, levando o copo até minha boca

–Onde foi que paramos mesmo? – Ele retribui o sorriso.

–Paramos onde você fica a vontade e eu preparo uma bebida,ficamos animados e eu deixo você escrever o resto da nossa história no meu corpo.

     Levantei tentando disfarçar a ânsia de vomito, a ansiedade não deixava meu coração descansar ,e só de pensar no rapaz, de quem eu ao menos sabia o nome ouvindo aquelas coisas ,embaraçosas ,meu estômago embrulhava.
     Respirei fundo na tentativa de me recompor e preparo um whisky batizado com uma boa dose de soníferos.

–Aos bons momentos.–Sorrio entregando o copo

–Aos ótimos momentos.–O velho retribui o sorriso tomando todo o conteúdo do copo em uma gole só.

Entre várias conversas impróprias e totalmente desconfortáveis, o corpo de Markov foi cedendo aos poucos.

–Você não parece muito bem, nos encontramos em outra hora.–Falei dando um beijo no topo de sua cabeça e limpei, automaticamente.

Me certifiquei que o rapaz estava completamente em sono profundo e volto a minha atenção a mesa que o suposto "garçom" estava, mas não tinha ninguém.

–Me procurando? – ele sai da cortina

–Isso não foi engraçado.

–Realmente, o que foi engraçado de verdade foi "eu deixo você escrever o resto da nossa história no meu corpo."– Ele fala gesticulando e imitando minha voz

Revirei os olhos irritadas, quem enviou esse completo idiota? São tantas perguntas sem respostas.

–Anda logo, me entrega o que você encontrou.–Falo sem paciência

–Achei que me encontraríamos no seu hotel, eu entregaria o que você queria.–Ele se aproxima mais do que eu desejo.–Daí você ME deixa escrever nossa história nesse seu esbelto corpo.

–Acho que você me confundiu com uma prostituta, não faço sexo em troca de favores, e se você não me der o que eu quero .–Faço uma pausa.–Bem, acho que eu mesma vou ter que dar um jeito de conseguir.

Saco minha arma e aponto diretamente para o rapaz a minha frente.

–Você não acha que isso aqui ta ficando comum demais entre nós dois ? – Ele fala erguendo as duas mãos pra cima.– Tenho mil maneiras melhores para deixar você expressar essa violência...

O rapaz ia continuar a falar mas escuto a porta sendo aberta e me viro imediatamente para ver de quem se tratava, e ela é aberta , justamente, pelo capitão William Ivanov, antes de qualquer reação do russo uma mancha de sangue se alastra no seu uniforme e a expressão dele muda de surpresa para dor , e quando menos esperava ele vai ao chão.

Me viro e o suposto recepcionista segurava uma arma silenciada e apontava para o russo caído.

–Como você?–Falei perplexa

–Me chamo Harry. William Ivanov era a minha missão aqui.–Ele guarda a arma e tira uma moeda diferente do seu bolso. –já que você lavou minha mão aqui, vou lavar a sua, me encontre no seu hotel, Carlson, 1029z. Não se preocupe com o cadáver, a propósito, tem sempre gente para limpar a poeira.

O rapaz pousa a moeda sobre o corpo do russo e sai andando, me deixando sozinha no recinto, com dúvidas para encher um navio. Não demorou muito até aparecer 3 homens grandes levando o corpo do capitão sem que ninguém percebesse, e eu não ia ficar ali, então desci as escadas e me misturei com a multidão, fingindo curtir o resto da festa.

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