5.misseis

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Chego até meu hotel, minha cabeça estava explodindo de dúvidas, odeio essa sensação de impotência em relação a situações. Tirei meus sapatos e estavas prestes a tirar meu vestido quando um sotaque britânico ecoou no quarto.

–Se continuar assim essa noite ,finalmente, fica mais interessante.–Harry sai da porta da sacada me dando um baita susto.

–Quem deixou você entrar aqui?

–Pela primeira vez você não aponta uma arma para minha cabeça a cada frase que falo, acho que estamos evoluindo aqui.–Ele ri de canto.

–Qual o seu problema em responder perguntas?

–Ninguém me deixou entrar aqui, mas eu entrei mesmo assim, Zoe Smith.

–Como você sabe meu nome?

–Eu não sou nenhum espião, sou mais como um caçador de recompensas, isso soa melhor na minha cabeça. William Ivanov, como você sabe, era capitão da frota de navios russos, a marinha britânica estava de olho nele devido à dominação do mar mediterrâneo, nós dois sabemos que ele não será mais um problema.–Ele termina de falar inspecionando as unhas.

–Como sabe meu nome?.–Repito a pergunta dessa vez mais impaciente.

–9 meses atrás seu pai, Jhon Smith, foi baleado, por um total desconhecido, e acabou morto. Digamos que para quem eu trabalhava, no momento, isso gerou um burburinho, e o valor da cabeça desse tal culpado me interessou bastante.

–Olha aqui Harry, eu não pretendo saber muito mais coisa de você...

–Até que enfim.–Ele me cortou com um sorriso safado.

–Achou algo interessante no escritório do Martov?

–Além de você?–Ele diz galanteador e eu o fuzilo
com o olhar.– Tudo bem, olhe, esse documento parece ser interessante, uma troca de conversas entre William e Martov.

–Mísseis? Em cuba?

–Exato, apontando diretamente para o teu país.

–Era exatamente isso que eu procurava.

–Estamos quites?

–Se você não tivesse aparecido as coisas seriam mais fáceis, acredite.

–Você acabaria dormindo com aquele velho, que nós dois sabemos que depois de tanto viagra, acabaria infartando em cima de você.

Acabo por rir e Harry senta na beirada da cama com as mãos em suas pernas, foi a primeira vez que percebi que ele era realmente muito bonito, e o fato de eu me encontrar sozinha com ele nesse quarto faz o ar ficar ainda mais tenso.

–Então você sabe rir? – Ele se aproxima– Se me permiti dizer, você fica muito mais bonita assim.

–E você não sabe ser menos irritante? –Brinquei.

Harry se aproxima ainda mais e realoca a mecha rebelde do meu cabelo atrás da orelha, nesse momento estávamos perto demais, e eu não conseguia fazer com que nenhum átomo do meu corpo impedisse essa aproximação, apesar de que em minha mente soasse um sinal de alerta de perigo. Nossos lábios estavam quase selados, quando escuto batidas na porta.

–Quem é?– me recomponho e faço menção para que Harry se escondesse.

–Mensagem do tenente general Martov para Senhorita Giulianna Imbramovitch.

abro a porta e a minha frente está um rapaz alto, branco, com a beleza típica russa.

–Aqui senhorita, ele enviou uma carta, espero que esteja gostando da estadia.

–Obrigada.–Fechei a porta me esquecendo das boas maneiras.

Abro a carta ansiosamente e vejo Harry sair do esconderijo pelo canto do olho, devo dizer que ele se esconde muito bem.

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Morse! é claro, a mensagem não era de Martov, aposto que uma hora dessa ele deve estar se engasgando na própria baba.
Pego um papel e caneta para codificar e minha boca se abre em um "o" quando finalmente decifro.

"MARINHA RUSSA MORTO, PERIGO, VOCÊ CULPADA"

My dark secret Onde histórias criam vida. Descubra agora