7.aceita um cafe?

15 9 11
                                    




Acordei com os raios de sol invadindo a janela do quarto, olhei o horário e era 7:00 horas, me levanto, esfregando os olhos, ainda havia muito a processar.

Além de tudo, eu deveria colocar as informações em ordem para o governo de inteligência americano, isso nos colocaria na frente do que seja lá que estamos vivendo e do meu propósito de vida.

Me dirijo a biblioteca pública de Moscou. A tarefa era simples, pegar o envelope contendo as informações , perfeitamente ,descritos em código morse, colocar dentro de um livro velho, na prateleira E1-G2 e me retirar sem fazer contato visual com ninguém.

Para passar o tempo, após concluir a missão, fico na sessão de livros de romance, mas a sensação angustiante de está sendo observada me consumiu por inteiro.

–O que você quer aqui?–Falei afastando os dois livros e dando de cara com os olhos verdes penetrantes.

–Como você sabia?–Ele fica surpreso.

–Não é só você que possui truques.–Falei rindo mas Harry nao retribui o sorriso.

–Algo me deixou inquieto sobre ontem.–Ele me ignora, dando a volta na estante e se posicionando logo a minha frente.–Quando falei sobre o preço pela cabeça da pessoa que matou seu pai, você não se importou.

–Harry, se quer  mesmo que eu seja sincera, eu não me importo em ceifar a vida de quem matou o meu pai.–Falei séria.– eu vou ceifar o país dele e o que ele acredita, a ideologia dele, todos no final irão pagar, era isso que meu pai queria, que eu lutasse pelo meu país, e é o que eu estou fazendo.

–Isso me parece muito mais macabro

–É bom que seja.–Falei satisfeita

–Tenho outra pergunta para você.–Ele diz quase como se estivesse me pedindo permissão para continuar a falar, o que eu acho divertido. –Como sabe que foi alguém russo o responsável?

–Não é óbvio? Essa é a razão de todos estarmos aqui.

Não, não era óbvio, mas eu não podia me desviar do que meu pai queria para mim, do que eu nasci para fazer, não podia fazer com que magoas me levassem ao caminho errado.

–Você mencionou algo sobre mim na carta?-Indagou meio tenso

–E deixar você levar todo crédito da minha missão, claro que não.–Falei na intenção de quebrar o gelo, o que funcionou.

–É só porque eu gosto de agir nas escondidas, não me leve a mal.–Ele pôs as duas mãos nos bolsos da calça.–Quer ir tomar uma café?

–Isso é o inicio de uma amizade? – Brinquei

–Podemos ser muito mais se você quiser. –E está de volta o galanteador que eu conheci ontem.

–Tinha esquecido como você é irritante com essas cantadas fajutas, vamos logo.

–Qual o seu próximo ponto agora?–Harry fala bebericando o capuccino que acabara de chegar, me pergunto como não termina queimando os beiços.

–Eu realmente não sei, geralmente, tenho uma semana de folga até saber meu próximo destino, e você? – Olho bem no fundo daqueles olhos esmeralda, torcendo para que ele não mentisse

–Não posso falar muito, mas acho que você já se tornou próxima então...–Ele para em suspense com um sorriso de canto.– Marrocos, algo com franceses, é coisa chata e mais burocrática, sério... é tudo que você precisa e gostaria de saber.

–Harry, você é realmente uma incógnita.–Rio enquanto limpo minha boca com o guardanapo da mesa.

–Você não perguntou mas  é Styles, Harry Styles, se um dia encontrar esse nome na lista de óbitos de algum lugar, vai saber que sou eu.– Noto a tristeza em seu olhar.

–Esses são os ócios do ofício, não é? nunca poderemos pensar em uma casa, com família e filhos, a única coisa que conseguimos pensar é no próximo local da nossa morte.

–Mórbido, mas é exatamente isso.

–A propósito é um bonito sobrenome.

–Assim como o dono.

Reviro os olhos, como pode ser tão chato. Nós Passamos a manhã toda conversando, não sobre trabalho, ou missões, algo do tipo, mas como queríamos que fosse nossas vidas, como chamaríamos nossos cachorros e filhos, qual profissão teríamos e em que país moraríamos.

Fomos caminhando até meu hotel, apreciando a vista de Moscou, nunca deixando que o silêncio reinasse entre nós dois.

–Acho melhor nos despedirmos de uma vez por todas.–Falo prontamente e pude notar a tristeza no olhar de Harry, eu também estava.

–Eu realmente não quero me despedir de você, Zoe.

Eu sorrio, não posso pedir para que ele fique, como também sei que ele não ficaria. Harry é com certeza uma ótima companhia, e ao julgar que eu poderia estar na cadeia se não fosse pelos seus planos mirabolantes, é um ótimo confidente.

–Adeus, Harry.

Dei as costas e entrei para o hall do hotel, me dirigindo ao elevador, noto que um rapaz se apressa para pegar também e interrompo a fechada do elevador.

–Obrigada–Ele fala simpático, mas volta o seu olhar sério para frente.

Não pude deixar de notar a beleza do rapaz, ele possuía o estilo totalmente diferente do de Harry,  olhos puxados e marrons diferentes daquelas bolas esmeraldas, e um cabelo preto penteado milimetricamente para trás.

–Olha, sei que não é da minha conta, mas não confie no Styles.

Ele se retira me deixando mais uma vez em menos de um dia, em completa, confusão, tento ir atrás de respostas mas o rapaz já havia saído do elevador e sumido nos corredores do hotel.

My dark secret Onde histórias criam vida. Descubra agora