Capítulo 4 ''A Dama Pintada e a Dama de Sangue''

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Agni

Preso por algemas de pedra e sendo levado para julgamento de uma organização rebelde.

Com certeza uma das formas mais humilhantes de se morrer.

O homem barbudo que conseguiu me prender me empurrou de novo, exigindo que eu andasse mais rápido pelos corrredores da caverna.

Quando uma grande porta mostrou-se a nossa frente, sendo protegida por mais soldados do que se poderia considerado normal, senti meu coração disparar.

Porra, agora eu estava mais perto do que eu jamais estive da morte.

—Esse é o homem que conseguiu localizar nosso esconderijo?! —Um dos soldados riu quando olhou em meu rosto. —Sozinho?

—Ela me pediu para trazê-lo.— O homem atrás de mim disse com uma voz tão grossa como as cascas das árvores retorcidas do Reino da Terra. —Assim como ele pediu para conversar com ela. —Mais um empurrão. Quase caí com tudo no chão.

—Pensei que fosse inteligente rapaz. —O soldado riu. —Ela vai estraçalhar você ali dentro.

Não pude lhe dar uma resposta, não pude ao menos ter reação alguma para aquela frase. As portas foram abertas com a dobra de terra dos soldados, o que mais parecia uma grossa parede deslizou até o chão. E então um salão não tão pequeno se fez a minha frente.

Ali, no fundo do salão, eu a vi pela primeira vez. Meu corpo inteiro estremesseu quando meus olhos se encontraram com os dela, tão frios como o gelo do Norte, tão profundos como os vales do Reino da Terra.

As vestes vermelhas da Nação do Fogo provavelmente serviam para se misturar com o resto do povo daqui, já que eu havia descoberto a pouco tempo que ela era originária do Reino da Terra, assim com eu.

Os olhos opacos eram a única coisa que se destacavam em seu rosto pálido, magro. Os cabelos castanhos desciam como uma cascata até os ombros dela, que também estavam magros de mais.

Sentada em seu trono, ao lado do que parecia o maior leopardo já visto, ela continou a me encarar de cima a baixo, como uma rainha em seu palácio.

Não consegui me mexer pelo o que parecia uma eternidade, derrepende minha idéia de pedir para ser recrutado por ela me pareceu a mais estúpida que já tive em toda a minha vida. Só acordei do meu transe quando o homem me empurrou de novo, me forçando a andar até ela.

Quanto mais meus passos me levavam para perto dela a expressão dela mudava. Uma feição antes séria e sombria deu espaço para o que parecia curiosidade, até um pouco de surpresa.

—Então... Aqui está o homem que descobriu o lugar em que nos escondemos... Impressionante. —A voz dela invadiu meus ouvidos, fui empurrado de novo quando cheguei aos pés do trono dela. Caindo de joelhos. — Conseguiu fazer o que quase todo o exército da Nação do Fogo tenta a um tempo considerável. Como conseguiu achar esse lugar? Minha neblina não está densa o suficiente?

Não sabia o que fazer, não sabia nem se poderia olhar em seus olhos sem ser morto antes de terminar tal ato.

—Não senhora, —Respondi com a voz falhando, minha respiração acelerada revelou o medo que eu comecei a sentir. —Tenho conhecimentos sobre essas Terras como ninguém mais, estudei um pouco sobre mapas, conversei com todo tipo de pessoas e me aventurei por meio dessa neblina pelo o que pareceram semanas.

Ela riu com minha resposta.

—Estava tão empenhado em nos encontrar? A me encontrar?

—Sim senhora. —Respondi sentindo o suor se formar em minha testa.

𝐌𝐲 𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐢𝐧 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐤𝐧𝐞𝐬𝐬 𝐿𝑖𝑣𝑟𝑜 3 (Zuko - Female reader)Onde histórias criam vida. Descubra agora